Congresso cria frente para combater pirataria

Pedro França/Agência Senado
Pedro França/Agência Senado

Um grupo de deputados federais e senadores instituiu no Congresso Nacional, no final de maio, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Propriedade Intelectual e do Combate à Pirataria. A iniciativa conta com apoio de diversas entidades da sociedade civil, como o ETCO-Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Associação Brasileira de Propriedade Intelectual (ABPI). A Frente reúne 206 deputados e 33 senadores e é presidida pelo deputado Nelson Marchezan (PSDB-RS). “Muitos representantes da iniciativa privada vêm se movimentando em torno desse tema e achamos que era hora de levar essas discussões ao Congresso”, afirmou Marchezan.

O objetivo, de acordo com o documento assinado pelos parlamentares, é “debater e contribuir com soluções concretas para o desenvolvimento e o crescimento do país, atacando fatores subjetivos do custo-Brasil, como a falta de inovação e a insegurança jurídica que afasta investimentos”.

Na visão dos membros da Frente, as dificuldades que os empresários brasileiros enfrentam para pesquisar e desenvolver novos produtos são uma das causas dos altos de falsificação e pirataria verificados no país. Eles prometem estimular mecanismos que facilitem a inovação.

A atuação da Frente também envolverá a cobrança de um maior envolvimento do Poder Executivo e das entidades da sociedade civil em iniciativas que não dependam de um aparato legal, como campanhas de conscientização das pessoas sobre os diversos problemas relacionados à pirataria. “Nossa grande meta é que todos os brasileiros consigam entender a importância da propriedade intelectual”, diz Marchezan.

 

11 anos para aprovar patente

Entre as funções do Executivo que devem ser mais cobradas pelos membros do Congresso estão a desoneração de valores remetidos por empresas brasileiras ao exterior para registrar patentes em outros países e uma melhora na estrutura do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), para que os pedidos de registro de patente no país ganhem agilidade. Hoje, o registro propriedade intelectual demora, em média, 11 anos para ser aprovado. Em países como Estados Unidos e Coreia do Sul, é possível conseguir esse registro em menos da metade do tempo.

A maior movimentação dos parlamentares em torno do tema já começa a apresentar resultados. No início de junho, o Senado aprovou um projeto de lei que altera as regras de combate à violação dos direitos autorais. O texto é uma iniciativa do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual (CNCP), ligado ao Ministério da Justiça, e tem por objetivo dar mais poder ao juiz responsável pelo processo, facilitando a apreensão e destruição de bens falsificados. Antes de ser sancionado pela Presidência da República, o projeto precisa ser votado novamente no Senado e na Câmara dos Deputados.

 

 

 

 

 

Frente Parlamentar defenderá propriedade intelectual no Congresso Nacional

LOGOA Frente Parlamentar Mista em Defesa da Propriedade Intelectual e do Combate à Pirataria será instalada na Câmara dos Deputados nesta terça-feira, dia 27 de maio, às 8h30. Com o objetivo de fortalecer a inovação na economia brasileira – e torná-la mais competitiva globalmente –, a Frente levará para dentro do Congresso Nacional uma agenda contundente de promoção da inovação, da proteção da propriedade intelectual e do combate à pirataria.

Idealizador da Frente, o deputado Federal Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS) assumirá a presidência, fará a abertura do evento de lançamento. A presidente da Associação Brasileira de Propriedade Intelectual, Elisabeth Fekete, e o presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade (FNCP), Edson Vismona, também falarão.

“O Brasil perde 92 mil postos de trabalhos por conta da pirataria e o desrespeito à propriedade intelectual, o que desestimula a inovação e a competitividade. O prejuízo para a indústria chega a R$ 4 bilhões anuais, sem contar a perda tributária de quase R$ 1 bilhão anual. Mas temos também casos de sucesso internacional, baseados em incentivo a processos inovadores e marcas fortes, como o Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves (RS). A frente quer estimular dentro do Congresso Nacional debates e soluções para multiplicar estes casos de sucesso”, defende o presidente da Frente, deputado Marchezan Júnior.

A presidente da ABPI, Elisabeth Fekete, comemora a instalação da frente. “A proteção à propriedade intelectual é a única forma de remunerar a inovação brasileira e incentivá-la. Sem proteção à propriedade intelectual, o Brasil inova menos, cresce menos, produz menos. Levar esta bandeira de forma organizada ao parlamento é fundamental para termos um país mais inovador e competitivo.”

“Só em 2012, os brasileiros compraram R$ 23,8 bilhões em produtos piratas. Há setores em que o mercado ilegal é maior que o legal. A criação de uma frente parlamentar dará impulso ainda maior à nossa luta pelo combate a esta prática crime que permeia quase todos os setores da economia brasileira”, defende Edson Vismona, presidente do FNCP.

Um dos primeiros trabalhos da frente será o de listar todos os projetos de lei sobre o tema em análise por ambas as Casas, com o objetivo de mapear, pautar e fornecer diretrizes à agenda legislativa.