ETCO e FGV/IBRE divulgam o Índice de Economia Subterrânea

economiainformalO ETCO-Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial e o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/IBRE) divulgaram em junho o Índice de Economia Subterrânea (IES) de 2014. De acordo com o indicador, no ano passado, o mercado informal brasileiro movimentou R$ 826 bilhões. A cifra equivale a 16,1% do Produto Interno Bruto (PIB) e mostra uma queda de 0,2 ponto percentual em comparação com o índice obtido em 2013. A pequena variação aponta para um cenário de quase estagnação da tendência de queda da participação da economia informal no Brasil.  Nos últimos 10 anos, o índice apresentou uma redução de 4,8 pontos percentuais.

O IES utiliza um conjunto de dados estatísticos para estimar o tamanho das atividades não declaradas ao poder público, como contrabando, pirataria, sonegação de impostos e emprego informal. O levantamento, que até 2012 vinha registrando queda significativa dessas atividades, passou a ter um ritmo de redução mais lento nos últimos anos. Um dos principais motivos foi a retração da indústria e o crescimento do setor de serviços, que tem índices de informalidade maiores. Segundo os pesquisadores, a redução da queda pode estar relacionada também à desaceleração da economia brasileira no último ano.

 

TENDÊNCIA DE ALTA

Os autores do estudo acreditam que a piora do cenário econômico em 2015 pode provocar uma reversão do índice. “A desaceleração econômica começou no final do ano passado, de maneira que os resultados da crise só serão sentidos de fato em sua próxima edição, referente ao ano de 2015″ analisa Samuel Pessoa, pesquisador do FGV/IBRE. Segundo ele, as medidas tomadas pelo governo para combater a informalidade, como a desoneração de alguns setores da economia e as políticas dirigidas a pequenos empresários, apesar de efetivas, não são suficientes para refrear a informalidade nesse cenário.

Para que o País consiga continuar reduzindo a economia subterrânea, são necessárias novas iniciativas por parte do poder público. “Para que possamos retomar a queda expressiva na informalidade é imprescindível que se busquem medidas capazes de simplificar e racionalizar o sistema tributário; modernizar o sistema de cobrança e tornar o cumprimento da lei menos penoso para a população. Também é preciso continuar e acelerar as mudanças estruturais que buscamos para a sociedade, como, por exemplo, o aumento do nível educacional e a redução do índice de desemprego”, afirma Evandro Guimarães, presidente do ETCO. “Estamos nos máximo a 40% do caminho a ser percorrido.”

A parceria do ETCO com a FGV/IBRE tem o objetivo de acompanhar a evolução e chamar a atenção da sociedade para o tamanho da economia informal. A pesquisa divulgada em junho teve ampla repercussão na mídia, com reportagens em 124 veículos de comunicação. A lista inclui jornais importantes como O Estado de S.Paulo e Correio Braziliense e  grandes portais de notícias, como G1 e Exame.com.

Para ampliar a divulgação, este ano o ETCO preparou um vídeo sobre os resultados da pesquisa, que pode ser visto neste endereço.

 

 

Índice de Economia Subterrânea reduz drasticamente ritmo de queda em 2014

Índice de Economia Subterrânea 2014Divulgada em 12 de novembro, a participação da economia subterrânea no PIB, medida pelo Índice de Economia Subterrânea (IES), do ETCO em conjunto com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/IBRE), deve atingir 16,2% em 2014. O resultado representa queda de 0,1 ponto percentual na comparação com 2013 e indica tendência de maior lentidão na redução da informalidade.

Em valores absolutos, a estimativa é de que a economia subterrânea – a produção de bens e serviços não reportada ao governo, que fica à margem do PIB nacional – supere a marca de R$ 830 bilhões em 2014.

Na avaliação do pesquisador da FGV/IBRE, Fernando de Holanda Barbosa Filho, o resultado foi diretamente impactado pelo baixo crescimento da economia no ano. “A economia está desacelerando, assim como o crédito, e o emprego cresceu pouco. Isso tem impacto direto no trabalho formal, que naturalmente cai, cedendo espaço à informalidade”, explica. Segundo ele, nem mesmo a política de desonerações aplicada em 2013, e que agora se torna definitiva, foi suficiente para fazer frente ao baixo desempenho econômico e manter o ritmo de queda da economia subterrânea. “Entretanto, não fossem as desonerações, poderíamos ter um quadro ainda mais severo”, analisa o pesquisador.

Para ele, mesmo a implantação da MP 615/13, que estende desonerações para novas atividades, não deve modificar muito o cenário daqui para frente, “porque o alívio da carga tributária já atingiu a maior parte dos setores e seus efeitos já foram captados”.

Para o Presidente-Executivo do ETCO, Evandro Guimarães, “não há como negar a importância das desonerações para o conjunto da economia mas, pelo que podemos perceber, a sua eficácia no que diz respeito à formalização, tende a se estabilizar”. Segundo ele, essas medidas devem passar a ser analisadas sob uma ótica mais duradoura. “É o momento de levar a cabo a tão esperada simplificação tributária, de modo que a desoneração atinja de forma mais ampla os setores produtivos da economia”.

Certo é que a informalidade traz prejuízos diretos para a sociedade, cria ambiente de transgressão, estimula o comportamento econômico oportunista, com queda na qualidade do investimento e redução do potencial de crescimento da economia brasileira. Além disso, provoca a redução de recursos governamentais destinados a programas sociais e a investimentos em infraestrutura.

Economia informal deve superar R$ 830 bilhões em 2014, estima FGV

GRAFICO G1Valor representa 16,3% do PIB do país, segundo levantamento. 
Entidades veem maior lentidão na redução da informalidade.

A fatia da produção de bens e serviços não reportada ao governo, que fica à margem do Produto Interno Bruto (PIB) nacional – como como ocorre no mercado informal – deve alcançar a marca de R$ 833,9 bilhões este ano, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), em conjunto com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE), por meio do Índice de Economia Subterrânea (IES).

O valor representa 16,2% do PIB do país – quase estável em relação à fatia de 16,3% que a economia subterrânea representou no PIB de 2013. De acordo com as entidades, o resultado indica tendência de maior lentidão na redução da informalidade.

Fonte: G1.globo.com | 12/11