Seminário Carga Tributária no Brasil

Foi realizado no dia 20 de setembro em Brasília o seminário Correio Braziliense: Carga Tributária no Brasil, uma parceria entre o jornal, o ETCO e o Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP). O evento foi uma oportunidade para debater a necessidade de revisão da estrutura de impostos como forma de impulsionar o crescimento da economia nacional, e reuniu especialistas e autoridades no tema.

Para o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, é necessário que o país adote um modelo tributário mais racional. “É preciso equilibrar as alíquotas sobre alguns produtos para minimizar o crescimento do contrabando, da sonegação e de outras práticas ilícitas” afirmou o secretário.

A carga tributária brasileira, que hoje corresponde a 32,66% do PIB, tem efeito nocivo sobre a economia e é uma fonte de estímulo para o crescimento desenfreado do mercado ilegal. Somente no setor de cigarros, produto mais impactado pelo  contrabando, a evasão fiscal verificada em 2015 em função deste crime foi de R$ 4,9 bilhões.

Edson Vismona, presidente do FNCP e que neste mês assumiu também a presidência-executiva do ETCO, lembrou que o aumento dos impostos dos cigarros nos últimos anos contrariou as expectativas do governo. “O resultado desta política foi uma redução de 8% no mercado dos produtos legais, mas um crescimento de 9% no mercado de cigarros paraguaios” afirmou.

Vismona lembrou também que os prejuízos não se restringem apenas à economia do país, mas tem efeitos negativos na saúde da população, já que estes produtos não respeitam as regras impostas às empresas brasileiras pelas autoridades sanitárias, e também na segurança nas cidades, já que esta é uma atividade dominada por facções criminosas.

Em 2015 o Brasil contabilizou um prejuízo de R$ 115 bilhões em função da entrada ilegal de produtos ilegais no país, valor esse que engloba perdas da indústria nacional e tributos que deixaram de ser recolhidos por ocasião do contrabando, entre outros.

 

Correio Braziliense debate as dificuldades causadas ao país pela carga tributária

Os entraves estruturais e burocráticos que dificultam o desenvolvimento econômico do país serão tema do seminário Correio Debate: Carga Tributária no Brasil, no próximo dia 20. Um dos pontos mais importantes da discussão é o custo Brasil, conjunto de dificuldades que encarecem o investimento, aumenta o desemprego, o trabalho informal, a sonegação de impostos e a evasão de divisas. As inscrições são gratuitas. Para participar, basta se cadastrar pelo site www.correiobraziliense.com.br/correiodebate até a véspera da mesa redonda.

A palestra de abertura será do secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, às 9h. Em seguida, Edson Vismona, presidente do Fórum Nacional contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), e Efraim Filho, deputado federal e presidente da Frente Parlamentar Mista de Combate ao Contrabando e à Falsificação, falarão sobre Impostos: uma discussão necessária. Vários especialistas tratam do tópico Tributação e reflexos jurídicos.
O consultor tributário ex-secretário da Receita, Everardo Maciel, e Roberto Haddad, sócio responsável pelo Departamento Tributário da Consultoria KPMG, e o presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), Evandro Guimarães, vão falar sobre Custo Brasil e o Sistema Tributário Brasileiro. No encerramento, a palestra será de José Augusto Fernandes, diretor de Políticas e Estratégia da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Evandro Guimarães, do ETCO, argumenta que se houver aumento de impostos, o contrabando cresce, o governo, a sociedade e a indústria perdem. Dessa forma, é crucial que isso não ocorra e que se adote medidas fiscais e estruturais que permitam um ambiente justo de competitividade.

“Impostos são necessários em todos os países. Não vamos discutir se são bons ou ruins, certos ou errados, mas é importante conversar sobre a intensidade e utilidade deles”, ressaltou Paulo César Oliveira, diretor de comercialização e marketing do Correio Braziliense.

 

Fonte: Correio Braziliense (14/09)