Postos de gasolina do Rio de Janeiro podem estar praticando cartel

Por ETCO
30/05/2012

Fonte: Jornal do Brasil (Rio de Janeiro – RJ) – 19/05/2012

A equipe de reportagem do Jornal do Brasil percorreu, na manhã deste sábado, postos de gasolina no Rio de Janeiro e pôde verificar que o preço cobrado pelos combustíveis na cidade pouco variava, o que pode caracterizar uma possível formação de cartel. A situação verificada na capital fluminense também ocorre em outras regiões do país. Em abril deste ano, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) informou ter protocolado uma ação no Ministério Público do Distrito Federal depois que um levantamento feito pela entidade reguladora entre janeiro de 2010 e março de 2011 apontou que 90% dos postos vendiam o litro de álcool combustível a R$ 2,84. No que diz respeito à gasolina, a prática era ainda mais evidente: em todos os estabelecimentos o preço estava entre R$ 2,94 e R$ 2,95.

A ausência de competitividade é extremamente prejudicial ao consumidor, que, muitas vezes, se vê obrigado a arcar com uma despesa incompatível com o seu orçamento. De acordo com especialistas, os gastos com combustível não devem superar 15% da renda familiar. Isto, no entanto, nem sempre é possível, conforme conta o auxiliar de serviços gerais Roberto Barbosa, morador de Piedade, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

“É complicado para quem, como eu, precisa usar o carro todo dia. Não tem mais para onde correr. Sei que gasto muito mais do que poderia, mas não tenho opção. O que eu poderia fazer? Deixar de trabalhar?”, questiona, indignado.

Jornal do Brasil procurou o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência do Município do Rio de Janeiro (SINDCOMB-RIO), mas não obteve resposta. A equipe também não conseguiu entrar em contato com a ANP e o Ministério Público do Rio de Janeiro.

Adulteração também preocupa

De acordo com dados da ANP, 11 de cada 100 postos fiscalizados onze tinham combustível irregular. A prática mais comum é a presença de solvente na gasolina, que pode ocasionar perda de potência do motor, aumento do consumo, além de ressecamento e corrosão acelerada dos componentes plásticos e de borracha do motor do veículo. 

Em maio, os proprietários do Autoposto e Garagem Vila Iguatemi Ltda, em Vila Isabel, foram condenados a pagar torno de R$ 172 mil por danos morais coletivos e a publicar, em no mínimo três jornais de grande circulação do Rio ,editais convocando os consumidores que possam comprovar os danos causados pela gasolina adulterada para serem indenizados.