Economia informal chega a R$ 656 bilhões

Por ETCO
22/07/2011

Fonte: O Globo Online – Rio de Janeiro/RJ – 24/11/2010

BRASÍLIA -A economia informal no país atingiu em 2010 uma nova marca, chegando ao montante de R$ 656 bilhões. O Índice de Economia Subterrânea de 2010, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) e pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), mostra que a informalidade equivale a 18,6% do Produto Interno Bruto e está crescendo na velocidade do produto. Nos últimos três anos, manteve-se estável em relação ao PIB. Já em valores nominais houve um acréscimo de R$ 73 bilhões no conjunto de bens e serviços produzidos no país à margem da economia formal este ano, em relação ao ano passado.

– A divulgação de valores absolutos é fundamental para que não se tenha a visão equivocada de que a estabilização em relação ao PIB é positiva. A exemplo de 2009, este ano mais R$ 656 bilhões devem ficar à margem da economia formal brasileira – afirma Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador do Ibre/FGV e responsável pelo estudo.

O economista André Franco Montoro, presidente do Instituto ETCO, vê com preocupação esse crescimento da economia subterrânea no ritmo do PIB, especialmente em 2010, quando o produto terá expansão superior a sete pontos percentuais. E atribui a expansão à falta de medidas focadas na redução da informalidade.

– Era esperado. As causas que levam à informalidade continuam aí: carga tributária elevada, burocracia aumentando – afirma. Ele considera que o mais urgente e eficaz no momento é adotar medidas para reduzir a burocracia.

Em informe, o Instituto ETCO e o IBRE/FGV destacam que “a informalidade, além de suas relações com o crime organizado e de precarizar as relações de trabalho, traz prejuízos diretos para a sociedade, cria um ambiente de transgressão, estimula o comportamento econômico oportunista com queda na qualidade do investimento e redução do potencial de crescimento da economia brasileira, além de provocar a redução de recursos governamentais destinados a programas sociais e a investimentos em infraestrutura”.