Economia informal vale PIB argentino

Por ETCO

Fonte: Diário Catarinense – Florianópolis/SC – 22/07/2010

A economia subterrânea, conhecida como economia informal, representou 18,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009, o equivalente a R$ 578,4 bilhões, ante 21% do PIB em 2003.

Esse é o resultado de um estudo inédito que calcula o Índice da Economia Subterrânea, realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV) e encomendado pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco).

Segundo o responsável pelo estudo, professor Fernando Holanda Barbosa Filho, o indicador tenta medir toda a produção de bens e serviços que não foi comunicada ao governo. A cifra corresponde a um valor próximo ao PIB da Argentina.


Barbosa Filho afirmou que os principais fatores responsáveis pela redução da economia subterrânea no Brasil foram o aumento do crescimento do PIB, a elevação do número de pessoas formalizadas no mercado de trabalho e a expansão da concessão de crédito aos trabalhadores.

Outros elementos importantes estão relacionados à modernização da economia, à maior abertura comercial com o avanço das exportações e à evolução de sistemas de arrecadação, como notas fiscais eletrônicas. A redução da burocracia tributária, com a instituição do regime Super Simples, também colaborou.

Na avaliação de André Franco Montoro Filho, diretor executivo do Etco, a economia subterrânea reduz os investimentos das empresas brasileiras, porque uma parte delas não encontra incentivos para ampliar as suas atividades se os concorrentes não pagam tributos.

– Levando em consideração a atual carga tributária, é possível estimar que há sonegação de aproximadamente R$ 200 bilhões por ano no Brasil. Imagine quantos investimentos poderiam ser feitos com esse montante – afimou ele.