Credibilidade das lideranças e a estabilidade econômica

Por ETCO

Autor: João Francisco Salomão*

Fonte: A Gazeta – AC – 22/07/2009

No momento em que eclode no Senado brasileiro mais um turbilhão de denúncias de irregularidades, é inevitável referendar a importância da credibilidade nas lideranças políticas para a estabilidade social e econômica das nações. Quanto mais acredita nos ocupantes de cargos públicos, no Executivo e no Judiciário, bem como nos parlamentares e instituições, maior é a sensação de segurança jurídica e a confiança da sociedade e setores produtivos para investir, consumir e fazer a economia girar.

Congruente com essa tese é a conjuntura dos Estados Unidos. O elevado índice de confiança da população no presidente Barack Obama tem sido decisivo para o país sustentar-se em meio à crise econômica mundial nascida em seu mercado hipotecário de imóveis e derivativos financeiros. Não seria viável uma reação como a que se observa, não fosse essa relação de credi-bilidade. Inclui-se nesse processo a elevação do controle acionário de grandes companhias pelo Estado, um verdadeiro tabu ante a resistente filosofia liberal da sociedade e dos políticos norte-americanos.
No caso dos Estados Unidos, dono do maior PIB, a credibilidade externa também é decisiva para a recuperação da crise no âmbito da economia globalizada. Felizmente, pesquisa realizada em vinte países pela organização WorldPublicOpinion.org mostra que Obama inspira mais confiança do que qualquer outro líder mundial. Um ano atrás, George W. Bush era um dos líderes que inspirava menos confiança. Ou seja, quando a crise eclodiu, o ex-presidente não tinha sustentação em termos de opinião pública para desencadear reação imediata, o que, certamente, agravou o problema.

O estudo do WorldPublicOpinion.org, no qual o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Kimoon, aparece em segundo lugar em termos de credibilidade mundial, entrevistou 19.224 pessoas, em nações que compõem 62% da população do Planeta. Incluíram-se os maiores países, como China, Índia, Estados Unidos, Indonésia, Nigéria, Paquistão e Rússia. Também foram entrevistadas pessoas na América Latina, Alemanha, Inglaterra, França, Polônia, Azerbaijão, Ucrânia, Quênia, Egito, Turquia, Iraque, territórios palestinos, Coréia do Sul, Hong Kong, Macau e Taiwan. A margem de erro da pesquisa varia de 3 a 4%, para mais ou para menos.
Numa analogia com a realidade brasileira, é importante a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela opinião pública, conforme têm indicado as pesquisas. No entanto, é muito negativa a sequência de denúncias e escândalos envolvendo parlamentares de seu partido e/ou da base aliada de sustentação ao seu governo no Congresso Nacional. Casos como o do mensalão, das passagens aéreas de parlamentares, bens milionários não-declarados por dirigentes e burocratas do Congresso Nacional e os tais atos secretos do Senado suscitam crescente desconfiança na sociedade.

É imprescindível que o Poder Legislativo também seja merecedor da confiança dos cidadãos, empresas e todas as organizações do país. Não basta a credibilidade no Executivo, considerando que os pilares da democracia incluem o Parlamento e a Justiça. O Brasil avançou muito na consolidação de sua democracia, uma conquista cívica e pacífica da sociedade. Precisamos, agora, aperfeiçoar seus fundamentos, começando pela intransigente rejeição, no soberano exercício do voto, de políticos que não corres-pondam à confiança da população. Não há dúvida de que a crescente credibilidade das lideranças contribuirá muito para a estabilidade econômica e um processo mais rápido de desenvolvimento.


*João Francisco Salomão é presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre – Fieac. 

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Credibilidade das lideranças e a estabilidade econômica

Por ETCO

Autor: João Francisco Salomão*

Fonte: Maxpress – SP, 14/07/2009

No momento em que eclode no Senado brasileiro mais um turbilhão de denúncias de irregularidades, é inevitável referendar a importância da credibilidade nas lideranças políticas para a estabilidade social e econômica das nações. Quanto mais se acredita nos ocupantes de cargos públicos, no Executivo e no Judiciário, bem como nos parlamentares e instituições, maior é a sensação de segurança jurídica e a confiança da sociedade e setores produtivos para investir, consumir e fazer a economia girar.

Congruente com essa tese é a conjuntura dos Estados Unidos. O elevado índice de confiança da população no presidente Barack Obama tem sido decisivo para o país sustentar-se em meio à crise econômica mundial nascida em seu mercado hipotecário de imóveis e derivativos financeiros. Não seria viável uma reação como a que se observa, não fosse essa relação de credibilidade. Inclui-se nesse processo a elevação do controle acionário de grandes companhias pelo Estado, um verdadeiro tabu ante a resistente filosofia liberal da sociedade e dos políticos norte-americanos.

No caso dos Estados Unidos, dono do maior PIB, a credibilidade externa também é decisiva para a recuperação da crise no âmbito da economia globalizada. Felizmente, pesquisa realizada em vinte países pela organização WorldPublicOpinion.org mostra que Obama inspira mais confiança do que qualquer outro líder mundial. Um ano atrás, George W. Bush era um dos líderes que inspirava menos confiança. Ou seja, quando a crise eclodiu, o ex-presidente não tinha sustentação em termos de opinião pública para desencadear reação imediata, o que, certamente, agravou o problema.

O estudo do WorldPublicOpinion.org, no qual o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, aparece em segundo lugar em termos de credibilidade mundial, entrevistou 19.224 pessoas, em nações que compõem 62% da população do Planeta. Incluíram-se os maiores países, como China, Índia, Estados Unidos, Indonésia, Nigéria, Paquistão e Rússia. Também foram entrevistadas pessoas na América Latina, Alemanha, Inglaterra, França, Polônia, Azerbaijão, Ucrânia, Quênia, Egito, Turquia, Iraque, territórios palestinos, Coréia do Sul, Hong Kong, Macau e Taiwan. A margem de erro da pesquisa varia de 3 a 4%, para mais ou para menos.


Numa analogia com a realidade brasileira, é importante a aprovaçã


o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela opinião pública, conforme têm indicado as pesquisas. No entanto, é muito negativa a sequência de denúncias e escândalos envolvendo parlamentares de seu partido e/ou da base aliada de sustentação ao seu governo no Congresso Nacional. Casos como o do mensalão, das passagens aéreas de parlamentares, bens milionários não-declarados por dirigentes e burocratas do Congresso Nacional e os tais atos secretos do Senado suscitam crescente desconfiança na sociedade.

É imprescindível que o Poder Legislativo também seja merecedor da confiança dos cidadãos, empresas e todas as organizações do País. Não basta a credibilidade no Executivo, considerando que os pilares da democracia incluem o Parlamento e a Justiça. O Brasil avançou muito na consolidação de sua democracia, uma conquista cívica e pacífica da sociedade. Precisamos, agora, aperfeiçoar seus fundamentos, começando pela intransigente rejeição, no soberano exercício do voto, de políticos que não correspondam à confiança da população. Não há dúvida de que a crescente credibilidade das lideranças contribuirá muito para a estabilidade econômica e um processo mais rápido de desenvolvimento.


*João Francisco Salomão é o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre – FIEAC (salomao@fieac.org.br).