Déficit de profissionais

Por ETCO

Fonte: Correio da Bahia, 20/09/2007

A facilidade que os balconistas têm para indicar medicações pode estar ligada a um outro problema do segmento: muitas das farmácias não têm um farmacêutico de plantão, embora sejam obrigadas por lei. Diante da carência do profissional capacitado, os atendentes se sentem à vontade para trabalhar da maneira que acham correta. Segundo uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco), o Brasil conta com 52,8 mil farmácias e apenas 40% dos 85,6 mil farmacêuticos existentes no Brasil trabalham nelas.

Dados da mesma pesquisa revelaram ainda que 40% da mão-de-obra no setor farmacêutico do país é informal. Além disso, o restante dos funcionários (balconistas e caixas) também é considerado insuficiente. A responsabilidade de fiscalizar o cumprimento da norma é do Conselho Regional de Farmácia. O presidente Altamiro José dos Santos está viajando e não foi localizado, através do telefone celular, para prestar maiores esclarecimentos.


Além de alimentar um comércio paralelo, a aquisição de determinados remédios indicados por balconistas pode prejudicar a saúde do consumidor. Estudos feitos pelo Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos (Idum) apontam que 28% das indicações de medicamento por parte de atendentes das farmácias, além da automedicação, resultam em intoxicação. O médico Marcos Luna, do Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb), afirma que o consumo de uma medicação, por mais simples que ela seja, pode causar diversas complicações, como hemorragias e reações alérgicas. “Isso pode ocorrer com aspirina, por exemplo, que é um remédio usado tão comumente”, assinalou.