Download pago de música avança sobre pirataria

Por ETCO


O Globo, 08/06/2005


LONDRES. Os sites para download legal de músicas pela internet estão ganhando terreno daqueles que permitem a troca de arquivos entre os usuários (chamados peer-to-peer , ou P2P) sem pagar direitos autorais. Esta é a conclusão de pesquisa divulgada ontem pela consultoria NPD Group Inc.


Segundo o estudo, o iTunes, da Apple, empatou no segundo lugar entre os sites mais procurados para download de músicas, com 1,7 milhão de lares americanos acessando a página em março. O iTunes ficou no mesmo patamar do LimeWire e pouco abaixo do WinMX, com 2,1 milhões ? ambos P2P.


O Napster ? pioneiro da pirataria de músicas e que acabou comprado por uma multinacional ? ficou em sétimo lugar no ranking da NPD, e o Real Player, em nono. Não foram considerados no ranking os planos de assinatura dos dois sites, pelos quais o usuário paga um valor fixo, sem importar o número de downloads.


? Uma das questões da indústria fonográfica era quando os sites de download pago iriam competir em pé de igualdade com os P2P ? disse Russ Crupnick, presidente da divisão de Filmes e Música da NPD. ? Agora temos a resposta. O iTunes é mais popular que quase todos os P2P, e dois outros sites pagos também conseguiram um bom nível de procura.


A pesquisa da NPD mostrou ainda que a idade pesa na escolha do site. Enquanto os adolescentes correm para os P2P, gratuitos, usuários mais velhos preferem os serviços pagos, preocupados com possíveis ações judiciais. A média de idade de quem paga para baixar música é de 33 anos.


? Os serviços legais oferecem algumas vantagens: não têm programas espiões, os spyware , e é fácil e rápido encontrar o que se quer ? disse Isaac Josephson, da NPD. ? Os mais velhos, com mais recursos, têm mais possibilidade de optar pelo conveniente em vez do gratuito.


Cerca de 4% das famílias americanas com acesso à internet usaram algum serviço legal de download de música em março, segundo a NPD. A consultoria incluiu apenas os EUA na pesquisa.


O estudo se baseou na observação do comportamento, e não em entrevistas.


? Se você perguntar a um garoto de 14 anos se ele usou um serviço P2P, é pouco provável que ele seja sincero ? disse Josephson.