Fundação lança certificação para prevenir fraude

Por ETCO
17/08/2012

Valor Econômico – Caderno Especial – Combate à Corrupção – 17/08/2012

 

Uma certificação inédita no país será capaz de indicar se determinada empresa pública ou privada adotou mecanismos para impedir e rastrear fraudes e corrupção. Desenvolvida pela Fundação Vanzolini, a certificação estabelece requisitos mínimos para a implantação de um sistema de gestão de combate a atos ilícitos.

Além de aprimorar normas e processos internos das organizações, o sistema prevê práticas de inibição de ações inidôneas. “A certificação não pretende mostrar que as instituições estão imunes a eventos inidôneos, mas que, após certificadas, passam a ter mecanismos para identificar e combater processos fraudulentos. Essa especificação deve qualificar as empresas com excelência em boas práticas corporativas”, afirma José Salvador da Silva Filho, gerente de novos negócios da fundação. A certificação será anunciada dia 22 e a fundação espera que em 12 meses pelo menos 15 companhias de peso tenham adotado a ferramenta.

O sistema começou a ser desenhado há exato um ano e se baseou em iniciativas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), da própria Controladoria Geral da União (CGU) e na Convenção das Nações Unidas contra Corrupção. “Nosso papel enquanto organismo certificador não será o de identificar fraude e sim o de avaliar se a empresa está organizada para tratar o tema de forma séria. O que levará a um maior desempenho será a maturidade da gestão”, explica Silva Filho.

O primeiro passo para uma companhia ser certificada é definir regras internas, por exemplo, ter uma política para combater a fraude e a corrupção. Uma vez definida essa política, a organização teria que fazer uma diligência, uma avaliação aprofundada para identificar os riscos e ameaças de fraudes e corrupção, além de conflitos de interesses reais e potenciais. “Enfim, avaliar os impactos e danos que suas práticas podem causar em toda a cadeia produtiva e a significância desses riscos e suas ocorrências”, diz Silva Filho.

“A mesma política poderá ser estendida à cadeia de valores atingindo fornecedores, clientes, podendo envolver os parceiros nessa avaliação. Essa etapa é a que nos chamamos de due diligence e alarme de riscos”, acrescenta o executivo. Uma vez detectados os riscos, será hora de estabelecer objetivos, metas e programas para melhorar o desempenho da gestão na prevenção e combate a fraudes e corrupção. “Implementado todos os quesitos, a Fundação Vanzolini passará a auditar a empresa e saber se ela está cumprindo essas especificações”, diz.