Maracanã: não ao CD pirata

Por ETCO


Ana Wambier e Mirelle de França, O Globo – 21/01/2005


Na Semana Nacional de Combate à pirataria, mais de um milhão de CDs (áudio, DVD e software) piratas foram destruídos ontem no gramado do estádio do Maracanã. O volume, que chegou a 21 toneladas, é resultado de apreensões no Estado do Rio desde 2001. Segundo a Associação Protetora dos Direitos Intelectuais Fonográficos (APDIF), o Rio ocupa o terceiro lugar entre os estados onde há mais falsificações: ano passado foram recolhidas 594 mil unidades. Em todo o país, foram 17,5 milhões. São Paulo, com 12 milhões de CDs apreendidos, é o primeiro da lista.


? A pirataria musical já representa 52% do mercado de CDs vendidos. Quando começou, em 1997, o percentual era de 3%. Para as gravadoras, a perda anual é de R$ 600 milhões a R$ 700 milhões ? disse o diretor-geral da Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD), Paulo Rosa.


Do total destruído ontem no Maracanã, cem mil unidades eram de softwares. Segundo o diretor da Associação Brasileira das Empresas de Softwares (Abes), Vinicius Carneiro, 61% dos produtos vendidos no país são piratas:


? O setor de software perde, por ano, R$ 6 bilhões em faturamento.


A destruição de CDs foi assistida por representantes das polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF) e da Interpol, que este ano deve treinar policiais brasileiros para reprimir a pirataria. Segundo o diretor-geral da PRF, Hélio Cardoso Derenne, a atuação da polícia deve se concentrar nas fronteiras:


? Uma das principais entradas de CDs piratas é Foz do Iguaçu, onde mantemos a operação Catarata em conjunto com a PF e a PM do Paraná. Reduzimos em até 50% a entrada dos produtos.