Minas fecha cerco à fraude de combustível

Por ETCO

Autor: Renato Fonseca

Fonte: Hoje em Dia – MG – ECONOMIA – 04/09/2009

Renato Fonseca
Repórter

O número de fraudes em bombas de combustível em postos de Minas Gerais, até agosto deste ano, já chega a 1.289 – 68% do total registrado em 2008, conforme revela o Instituto de Pesos e Medidas de Minas Gerais (Ipem/MG). O dado mostra que a população está à mercê da ação criminosa destes fraudadores, que, segundo especialistas, utilizam tecnologias cada vez mais avançadas para burlar a lei.


 
Entre as fraudes mais comuns está a adulteração feita por meio da adição indevida de álcool, água ou solvente no combustível. Outro grave problema é a chamada válvula reversora – mecanismo eletrônico que alterna a alimentação das bombas entre dois tanques de combustível: um adulterado e outro comum.



Para não cair em armadilhas, o consumidor tem o direito, em caso de dúvida, de exigir que o posto faça o teste da proveta – que comprova a quantidade de álcool na gasolina. A avaliação leva cerca de 15 minutos. Outras formas de se prevenir são abastecer o veículo sempre no mesmo posto, desconfiar dos preços muito baixos e checar se há lacres nas bombas. O consumidor também deve verificar se existe um selo de fiscalização do Ipem mostrando se há licença para funcionar.



Para o diretor geral do Ipem-MG, Tadeu Mendonça, somente uma fiscalização eficiente, integrada com diversos órgãos pode acabar com as irregularidades. Além dos problemas nas bombas, ele falou das fraudes nos caminhões-tanque. Até agosto deste ano, foram feitas 1.518 fiscalizações e 180 veículos foram autuados.



O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Minas Gerais (Minaspetro), Sergio Mattos, reconhece as dificuldades para controlar as fraudes e disse que o sindicato tem buscado ajuda para conter as adulterações. “Nós somos apenas o órgão de classe, o que podemos fazer é exigir mais fiscalização dos setores responsáveis”, disse.



Além do Ipem/MG, Cetec e UFMG também fazem fiscalização no Estado. Todos os postos são monitorados ao menos uma vez por ano. Os fraudadores podem receber desde simples advertência e multa à perda da licença para funcionar.
Para tentar evitar que mais consumidores sejam lesados, acontece, em Belo Horizonte, um seminário sobre a prevenção e a identificação destas fraudes. A iniciativa do Ipem/MG reúne proprietários de postos, distribuidores e órgãos de fiscalização. As palestras e discussões, iniciadas ontem, prosseguem hoje no Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec).