Operações da PF centram fogo na sonegação fiscal

Por ETCO

Fonte: Brasília em Tempo Real, 26/11/2007

A Polícia Federal ampliou o cerco a organizações envolvidas em fraudes contra o Tesouro, crimes financeiros e contra a ordem tributária e corrupção, mas não abriu mão do combate ao tráfico de drogas e ao contrabando.

Em 2007, já foram executadas 166 operações de grande porte, que levaram para a prisão 2.126 empresários, doleiros, contrabandistas e outros suspeitos, inclusive 220 servidores públicos, conforme dado atualizado até sexta-feira – um aumento de 18,5% em comparação com as operações realizadas no mesmo período em 2006.


Também foram pegos sonegadores que, autuados, se viram compelidos a recolher tributos que nunca, ou raramente, depositaram. Nos últimos meses, a PF expôs essa nova tendência em suas expedições contra o crime. As ações ganharam a parceria da Receita. Esse engajamento dos auditores do Fisco às batidas policiais tem permitido a coleta de documentos contábeis e livros-caixa nos escritórios e residências dos alvos da PF.


Cerca de 60% das missões apanharam sonegadores envolvidos em esquemas de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A nova estratégia federal revela que a instituição, além de tirar de circulação organizações criminosas – muitas delas com ramificações na administração pública -, transformou-se em um braço forte da arrecadação do Tesouro.


Por exemplo, em apenas cinco processos judiciais no Paraná, que resultaram de ações integradas da PF e da Receita, foram autuados 12.109 contribuintes. Em um desses casos, a Operação Beacon Hill – em 2004, prisão de 54 doleiros que mantinham contas em Nova York de titularidade de empresários brasileiros -, o Fisco impôs sanção a 4.431 contribuintes, dos quais 296, agentes públicos.


O valor do crédito tributário constituído em procedimentos de fiscalização no caso Beacon Hill, até 13 de junho passado, atingiu R$ 1,023 bilhão.


Na Operação Persona, que flagrou importações supostamente irregulares do grupo Cisco, a Receita estima sonegação de R$ 1,5 bilhão. A Narciso, que pegou a superbutique Daslu há dois anos, apurou rombo de R$ 700 milhões em tributos não recolhidos.