Reforma tributária é principal barreira para indústria, aponta Fiesp

Por ETCO

Fonte: UOL – São Paulo/SP – ECONOMIA – 24/05/2010

SÃO PAULO – A tributação foi apontada pelos empresários como a principal barreira para o crescimento da indústria paulista. De acordo com pesquisa Ibope encomendada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), 65% das empresas afirmaram que os impostos representam o maior obstáculo ao desenvolvimento.
Dentre os itens que compõem o grupo tributação, o destaque ficou por conta da carga tributária, citada por 69% das companhias. A complexidade para o pagamento de impostos vem sem seguida, com 7%.


O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, disse que o resultado do levantamento não surpreende, uma vez que a reforma tributária é uma reivindicação antiga do setor.

A Fiesp prometeu levar os dados da pesquisa aos pré-candidatos à Presidência nas eleições de outubro. Além disso, a entidade vai encaminhar, em um encontro marcado para o dia 8 de novembro com o presidente eleito, uma pauta de propostas e reivindicações.


Durante coletiva, Francini evitou comentar o fato de que os últimos presidentes ignoraram os apelos da indústria para promover uma reforma ampla no sistema tributário brasileiro.

“O candidato sinaliza boa vontade em muitas coisas, mas o presidente eleito tem preocupação com a gestão. Por isso, pretendemos nesse grande evento que irá ocorrer depois das eleições garantir do presidente eleito um compromisso público com as reformas estruturais e com as prioridades do setor produtivo. No caso da reforma tributária, fica evidente a necessidade de transparência na cobrança dos impostos”, ressaltou Paulo Skaf, presidente da Fiesp.

Os juros e o crédito foram avaliados como a segunda maior barreira para o crescimento da indústria paulista, sendo mencionado por 11% das empresas.
Neste item, 76% dos empresários consideraram que o principal problema se refere ao custo do crédito e da taxa de juros, enquanto outros 24% atribuíram as dificuldades às políticas de acesso ao crédito para investimento, capital de giro e exportação.

Na sequência de barreiras para o desenvolvimento, foram citados problemas relacionados à mão de obra (9%), sobretudo na questão que trata sobre a tributação na folha de pagamentos, câmbio e comércio exterior (4%) e política industrial e de inovação (3%).
As demais preocupações dizem respeito ao custo da energia e das telecomunicações (2%), aos transportes (2%), ao ambiente legal e regulatório (2%) e também ao meio ambiente (1%).
“Chama a atenção no tópico dos transportes, a preocupação com o custo dos pedágios (46%), que está na frente, por exemplo, de tráfego nas cidades (29%) e do estado de conservação das rodovias (25%)”, observou Skaf. A pesquisa ouviu mil empresas entre os dias 14 de abril e 7 de maio.


(Fernando Taquari | Valor)