Brasil perdeu R$ 146 bilhões para o mercado ilegal em 2017

Por ETCO
30/01/2019

A venda de produtos ilegais no Brasil trouxe prejuízos de R$ 146 bilhões ao país no ano passado de acordo com dados levantados pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a IIegalidade (FNCP) em 15 setores produtivos.

A venda de cigarros ilegais bateu recorde em 2017: 48% de todo o mercado nacional do produto é dominado por marcas vindas do Paraguai. Com isso o Brasil se tornou o maior mercado global de cigarros ilegais, sendo que a marca mais vendida no Brasil é a Eight, fabricada pela paraguaia Tabacalera del Este, da família Cartes.

Uma pesquisa do  (ETCO) mostra que os brasileiros acreditam que o contrabando de cigarros traz enormes prejuízos para o país. Para 86% dos entrevistados, o contrabando incentiva o crime organizado e o tráfico de drogas e armas, e 87% afirmam que estes produtos aumentam os riscos à saúde.

Os brasileiros consideram que o combate ao contrabando é um tema que deve fazer parte do debate político em 2018: 86% dos entrevistados afirmaram que não votariam em um candidato que se negasse a combater o contrabando. Entre as principais ações que deveriam ser adotadas pelo presidente eleito para combater o contrabando de cigarros paraguaios, o fechamento da fronteira entre os dois países seria a medida mais eficiente para 62% dos entrevistados; 74% das pessoas ouvidas apontaram o maior investimento nas ações de segurança nas fronteiras; e 64% a adoção de leis com penas mais duras para o crime de contrabando.

Para Edson Vismona, presidente do ETCO e do FNCP, o resultado da pesquisa não surpreende. Ele acredita que a solução para o problema deve passar por uma ação integrada das autoridades Brasileiras, mas também aponta outro problema: “a disparidade tributária entre Brasil e Paraguai é o maior estímulo para as quadrilhas que dominam essa atividade. No Brasil os impostos do setor de cigarros são, em média, 80%, enquanto que no país vizinho esse percentual é de apenas 16%. O governo Brasileiro precisa endereçar essa questão no âmbito do Mercosul se quiser reduzir o contrabando no país”. Ele lembra também que o país vizinho precisa fazer sua parte: “O Paraguai não pode atuar de forma isolada e as eleições de 22 de abril serão uma excelente oportunidade para que os paraguaios escolham um presidente que seja um verdadeiro aliado do Brasil no combate a esse crime” afirmou.