Economia Subterrânea cai a 16,8% do PIB

Por ETCO
09/08/2012

Confirmando a tendência de queda dos últimos oito anos, quando começou a ser medido, o Índice de Economia Subterrânea (IES), divulgado na primeira semana de julho, chegou à marca de 16,8% do PIB. Divulgado pelo ETCO em conjunto com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE/FGV), o IES, em valores absolutos, atingiu R$ 695,7 bilhões em 2011.

Os dados positivos vêm, entretanto, acompanhados de um alerta: um dos principais responsáveis pelas seguidas quedas do IES, o crescimento do emprego formal, deve estar próximo do limite em 2012.

“Apesar de ter diminuído o ritmo de crescimento da economia, o mercado de trabalho formal está, ainda, muito aquecido. Entretanto, nossa previsão é que esse aquecimento tenha chegado ao seu limite institucional e fique estagnado por algum tempo a partir de 2012”, afirma o pesquisador do IBRE/FGV Fernando de Holanda Barbosa Filho, responsável pelo estudo. Ele explica que “a estagnação do mercado de trabalho deve reduzir a tendência de queda do IES nos próximos anos”.

 

Para o presidente-executivo do ETCO, Roberto Abdenur, com essa tendência de estagnação do mercado de trabalho, “chegar aos níveis dos países desenvolvidos – onde o IES fica ao redor de 10% – parece mais distante”. Mas, com base no histórico do nível de informalidade e na confiança de que haverá uma retomada no crescimento do País a partir de 2013, ele estima que o Brasil pode chegar  a esse patamar no fim da década.

“Estamos vivendo um momento ímpar em nossa história econômica, um momento propício para a revisão de uma série de regras que vêm, historicamente, impedindo o crescimento saudável da nossa economia. Regras que empurram pequenos empreendedores para a informalidade, que favorecem indiretamente a produção e o comércio de produtos ilegais e facilitam as fraudes tributárias”, diz Abdenur, referindo-se à excessiva burocracia, às altas taxas de juros e ao excesso de tributos praticados no País.

O que é o Índice de Economia Subterrânea

O ETCO acredita que conhecer o tamanho do problema é fundamental para combatê-lo.  Muito se fala, mas pouco se conhece sobre informalidade, pirataria e sonegação, pois, como atividades ilegais, são elas de difícil mensuração. O ETCO, em conjunto com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE-FGV), divulga desde 2007 o Índice de Economia Subterrânea, um estudo que estima os valores de atividades deliberadamente não-declaradas aos poderes públicos com o objetivo de sonegar impostos, e daquelas de quem se encontram na informalidade por força da tributação e burocracia excessivas.