Ética nos hospitais

Por ETCO
30/01/2019

Evento com apoio e palestra do ETCO compartilha boas
práticas de compliance no segmento da saúde

Heloisa Ribeiro, diretora-executiva do ETCO: vantagem competitiva (Foto: divulgação)
Heloisa Ribeiro, diretora-executiva do ETCO: vantagem competitiva (Foto: divulgação)

 

Compartilhar experiências e discutir caminhos para promover a ética no segmento da saúde. Esses foram os principais objetivos da segunda edição do seminário Hospitais Compliance, realizado em São Paulo nos dias 5 e 6 de outubro. O evento contou com palestras de profissionais de compliance dos hospitais mais importantes do Brasil, como Albert Einstein e Beneficência Portuguesa, e de especialistas nacionais e internacionais.

Os destaques foram os americanos Don Sinko, responsável pelo programa de integridade da clínica Cleveland, considerada a mais ética do mundo, e Tom Fox, um dos mais consagrados consultores de compliance dos Estados Unidos.

O ETCO-Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial foi apoiador oficial do evento e participou também por meio de uma palestra de sua diretora-executiva, Heloísa Ribeiro.

O evento marcou o lançamento oficial do Prêmio Ethics, que pretende reconhecer os hospitais, laboratórios e operadoras que são referência em compliance e premiar também iniciativas do governo que contribuam para a transparência nas compras públicas e na gestão dos recursos investidos na saúde.

400 pessoas errando

A palestra de Don Sinko mostrou por que a Cleveland Clinic conquistou o prêmio de hospital mais ético do mundo, concedido pelo prestigiado Instituto Ethisphere. “Levamos muito a sério o nosso código de conduta”, explicou. “Só em 2014, conduzimos mais de mil investigações e temos, atualmente, dois ex-funcionários em prisões federais”. Ele prosseguiu: “Hospitais empregam pessoas e pessoas cometem erros. O programa de compliance ajuda a identificar esses erros e permite corrigi-los”. Sinko contou que a Cleveland emprega atualmente 40 mil pessoas. “Se 99% delas agirem corretamente, isso significa que 400 pessoas estão cometendo erros.”

Já o consultor Tom Fox falou sobre um dos casos de corrupção no setor da saúde mais famosos do mundo, envolvendo a farmacêutica britânica GSK e o governo da China. “Ninguém quer ser pego pela justiça chinesa, que condena 99,99% dos acusados, e ninguém quer ir parar a uma prisão chinesa”, disse Tom Fox. “A China mostrou ao mundo quais são as consequências para quem corrompe e para quem é corrompido.” O escândalo relacionado com o pagamento de propina em vendas para o governo resultou em uma multa de US$ 483 milhões e causou enormes danos à imagem da marca britânica.

Valorização das empresas éticas

Em sua palestra, a diretora-executiva do ETCO falou sobre a Ética como Diferencial Competitivo. “Ser ético não deveria ser algo que a gente faz para atrair os clientes ou para superar nossos concorrentes. Você é ético porque precisa ser, porque é o único jeito aceitável de fazer as coisas”, afirmou Heloísa Ribeiro. Mas ela reconheceu que a imagem de empresa ética representa sim uma vantagem competitiva. “É claro que a ética faz muita diferença aos olhos das pessoas. Aos olhos dos consumidores. Dos clientes. Dos pacientes.”

A diretora do ETCO também elogiou a iniciativa de se criar o Prêmio Ethics para valorizar empresas que investem na prevenção nos desvios de conduta. “A pedagogia moderna ensina a gente a educar nossos filhos valorizando muito os bons comportamentos deles: é a chamada educação positiva. Eu acredito que funciona, e acredito que funciona não só com os filhos, mas como todo o mundo, então, que bom que existem os prêmios de ética.”