REVISTA ETCO – EDIÇÃO 27
DEZEMBRO, 2021
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“As empresas exercem um papel essencial como influenciadoras da sociedade”

Theo Van Der Loo, conselheiro de diversas empresas e organizações, fez carreira como executivo da indústria farmacêutica. Foi CEO da Bayer no Brasil entre 2011 e 2018. Com a experiência de ter vivido em diversos países, atua como consultor engajado nos temas de diversidade

Por Theo Van Der Loo
24/11/2021

A ética sempre foi um fator determinante nos negócios, desde os primórdios das atividades comerciais, baseadas sobretudo em confiança e respeito. Infelizmente, há empresas que deixam de tratar a ética como prioridade, interessadas em benefícios imediatos, mas enganosos, pois essas ações comprometem o futuro da própria empresa.

A falta de ética não é sustentável a longo prazo. Agir com ética, ao contrário, é um dos elementos do sucesso real de profissionais, corporações e nações. Não por acaso, os países que mais demonstram zelar pela ética apresentam um desenvolvimento econômico e social sólido e consistente.

ETCO é um farol

O ETCO tem desempenhado um papel muito importante ao jogar luz sobre os temas da ética concorrencial no Brasil. Evoluir nessas questões certamente ajudará o País a se tornar mais justo e competitivo. Quando lembramos que ações como as reveladas pela Operação Lava Jato aconteceram tão recentemente, fica evidente o quanto precisamos amadurecer nessa temática.

Tenho plena convicção de que as empresas exercem um papel essencial como influenciadoras da sociedade. Organizações que agem com ética contribuem para uma sociedade mais ética, da mesma forma que ocorre o inverso. Se um número cada vez maior de empresas der prioridade real à ética, será cada vez mais difícil agir fora dos parâmetros comportamentais adequados.

Consciência tranquila

É importante lembrar, também, que nem tudo o que é juridicamente legal pode ser automaticamente considerado ético. A ética está acima da lei. Exemplo típico disso são as empresas que vivem à procura de brechas e subterfúgios para reduzir a carga de impostos ou adiar o pagamento de dívidas fiscais. Algumas transformaram esse modus operandi em estratégia para aumentar a lucratividade. A criação do imposto único global, aprovado no último encontro do G20, exemplifica bem que a ética é um processo que vai se aprimorando com o tempo.

Nenhuma ação ilegal, ilícita ou imoral pode ser justificada. Mesmo porque nada pode ser mais valioso para um gestor do que dormir com a consciência tranquila, sabendo que está contribuindo para a evolução da sociedade e que não há risco de ver seu nome envolvido em algum escândalo.

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