Andrade Gutierrez tem delação homologada e devolverá R$ 1 bilhão aos cofres públicos

O juiz Sérgio Moro homologou, na quinta-feira, a delação premiada da construtora Andrade Gutierrez no âmbito da Operação LavaJato.

Além de formalizar a colaboração da empreiteira nas investigações, o acordo prevê devolução de R$ 1 bilhão aos cofres públicos. Os valores serão ressarcidos em pouco mais de oito anos.

 
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Fonte: Jornal Valor Econômico (9/05).

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Casos de corrupção exigem mudanças radicais nas empresas

Assumir o erro, criar programa de fiscalização e agir com rapidez são passos essenciais para recuperar a credibilidade

Reformular­-se. Essa foi a medida adotada pela Siemens após protagonizar um dos maiores escândalos de corrupção da Alemanha. Investigada por autoridades do seu país e dos EUA, a companhia pagou, em 2007, uma multa de US$ 1,6 bilhão por subornar autoridades de diversos países para conseguir contratos atrativos. Nesse mesmo ano, a empresa tomou um importante passo: consolidou seu departamento de governança corporativa e adotou um sistema de compliance bem estruturado. Além do pagamento da multa, alguns passos foram adotados. A Siemens colaborou com as investigações das autoridades, afastou funcionários corruptos e assumiu um programa de fiscalização e regras. Tais medidas fizeram com que a empresa se tornasse um modelo de governança corporativa, mesmo após o escândalo. “Não tivemos vergonha de assumir nosso erro, o que talvez seja um dos grandes desafios do mercado brasileiro”, pontua Reynaldo Goto, diretor de compliance do grupo no Brasil, onde fraudes em contratos de trens de São Paulo foram descobertas em 2013 e denunciadas ao Ministério Público. Estratégia semelhante tem sido tomada pela Petrobrás, cujos contratos e membros são investigados pela operação Lava Jato. Em 2015, a diretoria de Governança, Risco e Conformidade foi criada e em dezembro do mesmo ano o hotsite “Daqui pra frente” foi lançado para executivos responderem aos principais questionamentos do público. A estatal também realiza pesquisas com o público externo. “Os resultados apurados contribuem para nortear as ações da companhia em busca da recuperação de sua imagem”, afirma a empresa.

Fonte: Jornal O Estado de São Paulo (12/04)

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MPF conclui primeira fase da campanha com a entrega de mais de 2 milhões de assinaturas à sociedade

O Ministério Público Federal (MPF) realizou, na última terça-feira (29/03) na Procuradoria-Geral da República, em Brasília, cerimônia de entrega à sociedade civil das 2.028.263 assinaturas coletadas por cidadãos de todo o Brasil em apoio à Campanha 10 Medidas contra a Corrupção. Organizado pela Câmara de Combate à Corrupção do MPF, o evento reuniu mais de 600 pessoas, entre autoridades, artistas, representantes de entidades civis e voluntários.

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INTEGRIDADE: um ótimo negócio para sua empresa

Inscriesprotica

 

Pró-Ética resulta da conjugação de esforços entre os setores público e privado para promover no país um ambiente corporativo mais íntegro, ético e transparente. A iniciativa consiste em fomentar a adoção voluntária de medidas de integridade pelas empresas, por meio do reconhecimento público daquelas que, independente do porte e do ramo de atuação, mostram-se verdadeiramente comprometidas com a prevenção e o combate à corrupção e outros tipos de fraudes.

Após passar por um processo de reestruturação durante o ano de 2014, o Pró-Ética voltou, em 2015, com um novo formato, adaptado às mudanças ocorridas com a aprovação da Lei nº 12.846/2013, também conhecida como Lei Anticorrupção. 

Entre as principais alterações, destacam-se a nova metodologia de avaliação e a nova forma de divulgação das empresas que forem avaliadas positivamente pelo Comitê Gestor. 

Agora a avaliação é anual e se inicia com uma análise prévia de perfil de cada empresa, seguida de um questionário com perguntas abertas. Essa inovação possibilita um exame mais qualitativo dos programas de integridade, pois eles são avaliados de acordo com as especificidades da empresa, partindo do pressuposto que um programa efetivo deve ser desenvolvido para atendê-las.

A forma de divulgação também foi modificada, passou a ser feita através da publicação de uma lista anual das empresas aprovadas pelo Comitê Gestor naquele ano. A cada ano é realizado um evento para anúncio da lista e entrega da marca Pró-Ética para as empresas que forem aprovadas.

Pretende-se, também, divulgar as melhores práticas de integridade apresentadas no ano, o que amplia a possibilidade de compartilhamento de boas ideias e de projetos para empresas que desejam criar ou aprimorar seus programas de integridade e, ao mesmo tempo, reforça a visibilidade em torno das empresas Pró-Ética.

Outro ponto de destaque na nova estrutura do Pró-Ética é que todas as empresas que participarem da avaliação receberão um relatório com a análise detalhada de suas medidas de integridade. Assim, mesmo aquela empresa que ainda não está apta para figurar na lista anual do Pró-Ética poderá aproveitar a participação nessa iniciativa para aprimorar seu programa de integridade de acordo com a avaliação recebida e com as melhores práticas que serão divulgadas.


Objetivos do Pró-Ética 

  • Reconhecer as boas práticas de promoção da integridade e de prevenção da corrupção em empresas que adotam voluntariamente medidas desejadas e necessárias para criação de um ambiente mais íntegro, ético e transparente no setor privado e em suas relações com o setor público;
  • Conscientizar empresas sobre seu relevante papel no enfrentamento da corrupção ao se posicionarem afirmativamente pela prevenção e pelo combate de práticas ilegais e antiéticas e em defesa de relações socialmente responsáveis;
  • Fomentar, no âmbito do setor privado, a implementação de medidas de promoção da ética e integridade e contra a corrupção; e
  • Reduzir os riscos de ocorrência de fraude e corrupção nas relações entre o setor público e o setor privado.

 

Fonte: CGU

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MPF pede ressarcimento superior a R$ 7 bilhões a réus da Lava Jato

São Paulo – O Ministério Público Federal em Curitiba ajuizou no sábado, 12, ação de improbidade administrativa contra os ex-diretores da Petrobras Renato Duque e Paulo Roberto Costa, o ex-gerente executivo Pedro Barusco e o ex-funcionário Celso Araripe De ’Oliveira, as empresas Odebrecht S.A. e a Construtora Norberto Odebrecht e contra os executivos Marcelo Bahia Odebrecht, Marcio Faria da Silva, Rogério Araújo, Cesar Rocha e Paulo Sérgio Boghossian.

Segundo a Procuradoria, esta é a sexta ação de improbidade administrativa no âmbito da Operação Lava Jato.

Na ação ajuizada, o Ministério Público Federal pede que os réus sejam condenados a pagar R$ 7.288.289.786,40. Neste valor estão incluídos o ressarcimento em R$ 520.592.127,60, equivalente ao total de propina paga em razão dos contratos, o pagamento de multa civil no total de R$ 1.561.776.382,80 e o pagamento de danos morais coletivos em montante não inferior a R$ 5.205.921.276,00. Além disso, pede-se que os réus sejam proibidos de contratar com o Poder Público e de receber benefícios ou incentivos fiscais.

Fonte: UOL (12/03)

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Procurador da lava jato critica mudanças em MP

O procurador Carlos Fernando Lima: Brasil ‘finge que pune’ quem descumpre a lei – Geraldo Bubniak / / 19.06.2015

SÃO PAULO e BRASÍLIA — As mudanças feitas na medida provisória dos acordos de leniência antes de sua publicação, reveladas neste domingo pelo GLOBO, mostram que o governo federal tinha o objetivo de “facilitar a vida das empreiteiras” envolvidas em esquemas de corrupção. A opinião é de um dos integrantes da força-tarefa da Lava-Jato, o procurador Carlos Fernando Lima, para quem o Brasil “finge que pune” quem descumpre a lei. Dois pontos foram retirados: o que tratava de reparação integral de danos e o que previa afastamento de dirigentes por até cinco anos.

Fonte: O Globo.com (16/02/2016)

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Aspectos positivos e discutíveis das novas leis anticorrupção

Gilson Dipp - Ex Ministro do STJ

Esse foi o tema de palestra do ex-ministro Gilson Dipp, do STJ, em reunião do Conselho Consultivo do ETCO

Entre os temas em que o ETCO-Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial atua, nenhum teve tantas novidades nos últimos anos quanto o combate à corrupção. Em 2013, após manifestações populares gigantescas, foram aprovadas as novas Lei Anticorrupção e Lei das Organizações Criminosas, que instituíram instrumentos como a delação premiada e os acordos de leniência. Em 2014, veio a operação Lava Jato, com suas seguidas fases e revelações que vêm mantendo o tema em destaque o tempo todo.

Para contribuir nas reflexões sobre o assunto, a última reunião de 2015 do Conselho Consultivo do ETCO, realizada no Rio, no dia 27 de novembro, teve um convidado especial: o ex-ministro Gilson Langaro Dipp, do Supremo Tribunal de Justiça. Com a experiência de quem foi também ministro do Tribunal Superior Eleitoral, presidente do grupo que elaborou o anteprojeto do novo Código Penal e integrante da Comissão Nacional da Verdade, ele fez uma palestra para compartilhar com os conselheiros sua visão sobre as novas leis e seus possíveis impactos. Em seguida, deu a seguinte entrevista ao ETCO em Ação.

ETCO – Recentemente, a ministra Carmen Lúcia Rocha, do Supremo Tribunal Federal, se disse estarrecida com o escárnio com que se praticam atos de corrupção hoje no Brasil e disse acreditar que o crime não vencerá a Justiça. Na sua opinião, a corrupção está vencendo a Justiça?

Gilson Dipp – Acho que o Brasil está avançando no sistema legal, no sistema judiciário. A operação Lava Jato é o maior e o mais eficaz processo penal que houve no Brasil em termos de efetividade, em termos de condenações. Nunca se viu algo semelhante. Acho que nós estamos vencendo uma etapa. A impunidade, que é a grande propulsora da corrupção, está aparecendo. Não adianta tornar a corrupção um crime hediondo se não houver a punição. A certeza da impunidade é que alimenta toda essa cadeia. Eu acho que o Brasil está melhorando muito, nós estamos vivendo uma era nova. Agora, temos de ter noção que estamos ainda iniciando um processo. Muito ainda vai se falar e decidir, muita decisão vai ser reformada, muitos envolvidos talvez não sejam nem denunciados. Muitos talvez tenham uma pena reduzida, muita gente vai poder ser solta.

ETCO – Vê algum ponto negativo na forma como a lei vem sendo aplicada?

Gilson Dipp – Tenho algumas dúvidas, não sobre os efeitos, mas sobre alguns métodos utilizados no combate à corrupção. Por exemplo, no aspecto das prisões preventivas. Prisão preventiva precisa ter limite de tempo e motivação própria, como ameaça à ordem econômica ou à investigação. Me preocupa usar prisões preventivas para dar uma satisfação para a sociedade. Isso pode estar levando a algumas distorções.

ETCO –  A Justiça está preparada para esse novo momento?

Gilson Dipp – Apesar de todos esses fatos e todas as novas leis, seja a Lei Anticorrupção, seja a Lei das Organizações Criminosas, seja o instituto da delação premiada, nós não temos uma doutrina própria, brasileira, e muito menos jurisprudência sobre o tema, então tudo isso vai depender da evolução dos acontecimentos. É um caso inédito. No caso das delações premiadas, por exemplo, me preocupa ver que o Supremo e o juiz de primeiro grau estão atuando sobre os mesmos fatos, sobre as mesmas pessoas, e tomando decisões que podem ser contraditórias.

ETCO – Recentemente, a Andrade Gutierrez fez acordo de leniência e prometeu devolver cerca de R$ 1 bilhão. Antes, a Camargo Corrêa havia se comprometido a devolver R$ 800 milhões. Ex-dirigentes da Petrobras que fizeram delação premiada também fizeram devoluções milionárias. Isso também é inédito.

Gilson Dipp – Nunca se viu tamanha recuperação de ativos. Estudo há muito tempo esse tema e, até pouco tempo atrás, isso era praticamente impossível. Mas existe hoje uma confusão de atribuições que pode prejudicar futuros acordos de leniência. Me preocupa observar que quem está fazendo o crivo e dando a última palavra não é a Controladoria-Geral da União, mas sim o Ministério Público, que tem atribuições próprias e exclusivas e competências constitucionais diferentes. Sei de empresas que não fizeram acordo de leniência porque lhes foi dito para tratar com o Ministério Público. Isso é distorção da lei. Hoje, pode estar funcionando, mas não sei se amanhã vai funcionar.

ETCO – Precisamos de mais leis para combater a corrupção?

Gilson Dipp – No Brasil, temos a mania de lançar pacotes de leis de ocasião. Foi o que aconteceu após os acontecimentos de junho de 2013, por causa de toda aquela comoção pública. Houve pacotes do Executivo, do Ministério Público e até da OAB. Muitas propostas são boas, mas precisam ser bem debatidas, e esse é um processo demorado. Quando se apressa esse processo apenas para dar uma satisfação aos anseios ou à percepção de corrupção da sociedade, isso pode causar uma série de problemas.

ETCO – É o caso da Lei Anticorrupção?

 Gilson Dipp – Acho que ela está sendo aplicada num momento inadequado, num momento peculiar, porque ela não foi feita para a Lava Jato, ela foi feita para o Brasil, para o futuro. Não acredito na eficácia da Lei Anticorrupção porque ela é uma lei de cunho penal travestida de lei civil e administrativa. Por isso, no futuro, vão aparecer uma série de questionamentos por parte de empresas, por parte inclusive da administração, da Justiça, quando certos aspectos forem questionados. Não é o caso de agora porque todo mundo está com medo. Mas, no momento em que a normalidade voltar, os defeitos da lei vão aparecer.

ETCO – O que acha da campanha 10 Medidas Contra a Corrupção, promovida pelo Ministério Público Federal, para mudar leis e aspectos processuais relacionados com esse tipo de crime?

Gilson Dipp – Me parece que é um pacote oportunista. Tem algumas propostas boas, que precisam ser bastante debatidas, como a tipificação do enriquecimento ilícito. Também concordo que precisa haver uma mudança na legislação brasileira em relação à quantidade de recursos judiciais. Mas há pontos controversos, como a proposta de prisão após a sentença de segundo grau.  A Constituição fala que a presunção de inocência ocorre até o trânsito em julgado da condenação. Para mudar isso, teríamos de mudar a Constituição. E mesmo que seja aprovada uma lei dessas, de prisão após condenação em segundo grau, sempre haverá o instituto constitucional do habeas corpus. Agora, aumentar a pena da corrupção, transformando-a num crime hediondo, não resolve.

ETCO – Qual sua avaliação sobre o trabalho do ETCO?

Gilson Dipp – Sempre apreciei os ideais de transparência, de concorrência leal e de ética que o Instituto preconiza. Instituições com a credibilidade do ETCO podem influenciar mudanças de hábitos, mudanças de atitudes e até mesmo ajudar a formular ou interpretar as leis, contribuindo para o País avançar.

Brasil piora no ranking da corrupção para 76º lugar entre 168 países

GENEBRA  –  Vista do exterior, a corrupção no Brasil continua em alta. A posição do país num índice internacional de percepção de corrupção no setor público foi a que sofreu a maior deterioração nos últimos 12 meses, juntamente com a do Lesoto. O “Indice de Percepção de Corrupção 2015”, organizado pela entidade Transparência Internacional (TI), lista os países baseados numa escala de zero (altamente corrupto) a 100 (muito transparente).

No relatório, o Brasil recebe 38 pontos, cinco a menos do que no ano anterior, perde sete posições na classificação e
desce agora para o 76º lugar entre 168 países. “Não é surpresa a deterioração da percepção sobre o Brasil, a partir
do escândalos do mensalão, na construção de estádios e com a investigação da Operação LavaJato,
que o mundo
pode ver como a existência de rede de corrupção incluindo políticos de diferentes partidos, funcionários da
Petrobras, muitos empresários e donos de grandes construtoras”, afirmou Alejandro Salas, diretor regional para as
Américas.

Fonte: Valor Econômico (27/01)

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