OAB/RJ promove evento sobre o Dia Nacional de Combate à Pirataria

No próximo dia 04 de dezembro, a Comissão de Direito Industrial e Pirataria da OAB/RJ, presidida pelo advogado Paulo Parente Marques Mendes, promove o seminário ”É possível acabar com a pirataria?” em comemoração ao Dia Nacional do Combate à Pirataria, dia 3.

A data é comemorada há 12 anos e é uma forma de conscientizar a população e alertar sobre os perigos de comprar e consumir produtos falsificados.

Segundo o presidente da CPIP, o evento, realizado pelo segundo ano na sede da OAB do Rio de Janeiro, é uma forma de reunir especialistas de diversas áreas para questionar a viabilidade e soluções para acabar com a prática em todos os setores. “A comissão quer questionar o comportamento da sociedade e incentivar os consumidores a aderirem o hábito de comprar o produto original”, destaca.

Somente em 2016, mercado ilegal movimentou 130 bilhões de reais, segundo dados do Fórum Nacional de Combate à Pirataria e Ilegalidade (FNCP). Os motivos para a comercialização livre desses produtos variam, mas Parente alerta que o preço baixo, o maior atrativo, é também um dos principais riscos para o consumidor. “Com o comércio dessas mercadorias, todos perdem. O Estado perde, o país perde, o empresário perde e a sociedade perde também, já que desta forma o Estado deixe de arrecadar riquezas, diminuindo a arrecadação de impostos e, com isso, a quantidade de empregos gerados”, alerta. Além do impacto na economia, o consumidor pode estar colocando a própria saúde em risco, já que produtos falsificados não passam pelas certificações técnicas de qualidade necessárias para uso da população em geral. Cigarros, relógios, bolsas, produtos farmacêuticos, peças automotivas e óculos estão entre os produtos mais contrabandeados.

Participarão também dos painéis de debate Luiz Otávio Pimentel, presidente do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI); Edson Vismona, presidente do  (ETCO) e do Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade; Sydney Sanches, presidente da Comissão de Direitos Autorais, Imateriais e Entretenimento da OAB/RJ; Deborah Portilho, presidente da Comissão de Direito da Moda – CDMO da OAB/RJ e Felipe Santa Cruz, presidente da OAB/RJ, entre outras instituições especializadas. Uma destruição simbólica de produtos falsificados vai encerrar a programação.

Programação completa: http://www.oabrj.org.br/evento/20312-pirataria-palestra
Data: 4 de dezembro, de 8h30 às 13h30
Local: OAB/RJ – Avenida Marechal Câmara, 150, 4º andar – Plenário Evandro Lins e Silva

Recife perde R$ 800 milhões com contrabando

Prefeito Geraldo Julio assina compromisso para combater contrabando
Prefeito Geraldo Julio assina compromisso para combater contrabando

Por ano, Pernambuco perde aproximadamente R$ 100 milhões em impostos não arrecadados, relacionados ao mercado de cigarros contrabandeados. Apenas no Recife, os produtos ilegais geraram perdas de R$ 800 milhões para os setores produtivos durante o ano passado e, atualmente, 50% do mercado de cigarros da cidade já é dominado por esses produtos, oriundos de países como o Paraguai, que aqui são comercializados abaixo de R$ 5, preço mínimo estabelecido por lei.

Uma articulação da Frente Nacional de Prefeitos, do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco) e do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade, junto com o poder público, propõe ações para combater o problema por meio do Movimento Legalidade. Ontem, o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, assinou um termo de adesão ao movimento, durante a 72° reunião da Frente Nacional dos Prefeitos, na sede do Sebrae, na Ilha do Retiro. Recife é a segunda capital do País a assinar o compromisso de intensificar ações contra o mercado ilegal. A primeira foi São Paulo.

“Assim como a capital paulista, Recife tem um perfil de porta de entrada de mercadorias para outras localidades”, avaliou o presidente do Etco, Edson Vismona, lembrando que essas rotas estão relacionadas ao tráfico de drogas e de armas, e ao financiamento do crime. “Ao coibir o comércio de produtos ilegais, também fortalecemos as empresas e os empregos locais. Pernambuco é um polo de produção têxtil e de softwares, mas como investir se as empresas compram softwares piratas e nada acontece?”, questionou.

O Movimento Legalidade sugere em cinco frentes de atuação: medidas visando a retirada dos produtos ilegais; um movimento sustentável de aproveitamento e descarte dos mesmos; a simplificação de práticas que desestimulam a formalização; a educação de comerciantes e ainda campanhas de conscientização da população. Contudo, a prefeitura do Recife não divulgou um planejamento. “É um papel, sobretudo, de conscientização. A fiscalização é mais com a Receita Federal”, disse Geraldo Júlio. Por outro lado, o prefeito frisou esforços no sentido de facilitar a abertura de empresas, como a criação de um sistema online que integra informações da prefeitura, da Jucepe e da Receita Federal, possibilitando a abertura de empresas em 72 horas.

Leia artigo publicado na Folha de S. Paulo sobre a atuação da Anvisa e o crescimento do mercado ilegal

A ANVISA E O CRESCIMENTO DO MERCADO ILEGAL

Folha de S. Paulo – 22/11/2017

por Edson Vismona

O mercado ilegal no país segue crescendo em ritmo acelerado. Infelizmente e, apesar de algumas iniciativas do governo e da indústria, ainda estamos longe de resolver esse grave problema. Um dos setores mais afetados pela ilegalidade é o de cigarros: se somarmos o contrabando e a falsificação, o comércio ilegal de cigarros chegou a 48% do total de produtos vendidos no país em 2017.
Para se ter uma ideia do crescimento do problema, em 2016 esse percentual era de 32%. Nesse contexto, é preocupante pensar que as agências reguladoras, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), estejam mais preocupadas em controlar os produtos legais que circulam no país do que fiscalizar os ilegais.
Nesta quarta-feira (22), o debate sobre a restrição ao uso de ingredientes nos cigarros volta ao Supremo Tribunal Federal (STF). A questão é antiga: uma resolução da Anvisa de 2012 proibiu aditivos na fabricação de produtos à base de tabaco.
A normativa só não entrou em vigor por uma ação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) no STF, que apontou ilegalidade na medida adotada pela agência sanitária. A CNI questiona, especialmente, trecho sobre a proibição da fabricação e venda de produtos em casos de “risco à saúde”. Mas não existem estudos que comprovem que esses ingredientes que compõem o cigarro causem riscos à saúde.
Segundo o Centro Nacional de Informação Biotecnológica, um dos braços do National Institutes of Health do governo dos Estados Unidos, o consumo de cigarros com sabor não aumenta o risco de efeitos TgocHE nocivos se comparado ao de cigarros tradicionais. Este é um tema da maior importância, pois em última instância trata do escopo e dos limites da atuação das agências reguladoras brasileiras.
Teria a Anvisa o poder de legislar? Obviamente, não. Agências reguladoras são autarquias, podendo apenas exercer fiscalização de leis previamente estabelecidas. Da forma como foi apresentada, a resolução da Anvisa proibiu aditivos de forma genérica, restringindo o uso nos cigarros apenas a tabaco e água.
Ou seja, todos os cigarros vendidos legalmente no Brasil seriam banidos, pois a fabricação do produto ficaria praticamente inviabilizada, entregando este mercado para ao contrabando -que com certeza agradecerá, e muito, essa dádiva bilionária. É certo que restrições de tamanho impacto econômico apenas podem ser efetuadas pelo Congresso Nacional.
Agência proibiu aditivos nos cigarros de forma genérica; fabricação do produto quase se inviabilizaria, entregando o mercado ao contrabando. Caso a decisão seja mantida, os brasileiros que optarem por consumir cigarros com sabor terão de recorrer aos produtos ilegais.
Os fabricantes paraguaios e as quadrilhas que hoje dominam esse comércio no Brasil teriam um estímulo ainda maior para trazer produtos que preencham essa lacuna de mercado. É importante ressaltar que não estamos negando o importante papel das agências sanitárias na fiscalização de um setor que tem sido dominado por produtos ilegais. A Anvisa e as secretarias de vigilância sanitária dos municípios têm a função de fiscalizar a qualidade e a composição de produtos destinados ao consumo.
Essa ação é necessária para garantir que produtos vendidos no país sejam seguros, mas a agência precisa atuar dentro dos limites da legislação. Suas decisões precisam ser baseadas em dados provenientes de estudos que comprovem as teses defendidas, de forma a garantir transparência em suas decisões.
O que precisamos, com a maior urgência, é ampliar as medidas de fiscalização, já que temos quase metade do mercado de cigarros do país sem nenhum controle sanitário, com evidente e comprovado prejuízo para o consumidor e para a sociedade.

EDSON VISMONA é presidente do Instituto brasileiro de Ética Concorrencial (Etco), do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP)e coordenador do Movimento em Defesa do Mercado Legal Brasileiro

Recife assina adesão ao Movimento legalidade durante a 72ª reunião geral da Frente Nacional de Prefeitos

De 27 a 29 de novembro, prefeitos e gestores de todo o país estarão reunidos em Recife/PE para trabalharem temas comuns dos municípios. A agenda é a 72ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), cuja programação foi desenvolvida para tratar da reforma tributária e subsidiar a construção de um documento inicial, que será aprimorado e entregue em 2018 aos candidatos à presidência da República e ao Congresso Nacional.

Durante a reunião, o presidente do FNCP e ETCO, coordenando o Movimento Legalidade, assinou com o Prefeito de Recife, Geraldo Julio, o termo de compromisso para incentivar a defesa do mercado legal, para combater o contrabando, falsificação e Pirataria na cidade. Recife e a segunda capital a assinar esse compromisso, depois de São Paulo.FNP RECIFE 2

 

Principais áreas de atuação

DEFESA DO MERCADO LEGAL

Combatemos práticas ilícitas como contrabando, descaminho, fraudes, adulteração de produtos, falsificação e pirataria, que prejudicam empresas honestas e põem em risco a saúde da população.

Confira o conteúdo especial que ETCO publicou sobre esse tema.

ÉTICA TRIBUTÁRIA

Defendemos o cumprimento das obrigações tributárias por todos e a simplificação do sistema de impostos, para torná-lo mais transparente e menos oneroso.

Entenda o que é o Devedor Contumaz de tributos

REDUÇÃO DA ECONOMIA INFORMAL

Apoiamos a formalização dos negócios e patrocinamos uma pesquisa que calcula o Índice da Economia Subterrânea no Brasil desde 2003.

O que é o Índice da Economia Subterrânea.

COMBATE À CORRUPÇÃO

Condenamos qualquer tipo de favorecimento baseado em vantagem ilícita e apoiamos o fortalecimento de programas de compliance nas empresas.

O que é preciso para que sua empresa tenha um Programa de Integridade Efetivo.