Combate à informalidade

 

Evandro Guimarães em evento sobre o Dia Nacional de Combate ao contrabando. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Evandro Guimarães em evento sobre o Dia Nacional de Combate à corrupção. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Evandro Guimarães

Em um ano de mudanças na economia, com grande expectativa da sociedade sobre os rumos das finanças públicas e sobre o desenvolvimento do comércio e da indústria, o ajuste fiscal é condição para a retomada do crescimento do país.

A meta para 2015 é de superavit primário de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, R$ 66,3 bilhões para todo o setor público –que inclui Estados, municípios e empresas estatais. No ano passado, pela primeira vez desde 2002, as contas públicas registraram deficit. Segundo os dados mais recentes do Banco Central, foram R$ 19,64 bilhões até novembro.

Se o país realmente tiver de enfrentar um arrocho fiscal, é fundamental que o governo tome medidas duras e permanentes frente a prejuízos causados por produtos comercializados à margem da formalidade. Esses produtos ilegais afetam a competitividade no ambiente de negócios, desestimulam o investimento nos setores afetados e incentivam a sonegação. Faz-se necessário, portanto, lançar uma ofensiva contra esses crimes.

Quando, em 19 de janeiro, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou medidas para equilibrar as contas púbicas, prevendo a arrecadação de mais R$ 20 bilhões em 2015, estava ao seu lado o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, que voltou ao cargo quase sete anos depois de deixá-lo.

“Não vamos dar trégua a quem não cumprir obrigação tributária”, disse Rachid. Não lhe falta experiência para isso. Já integrou o Conselho de Combate à Pirataria e criou, na Receita Federal, divisões especializadas na fiscalização e na repressão dessas práticas. Sua presença indica que o governo está disposto a recuperar o papel da Receita na elaboração de políticas tributárias e voltar o foco para a fiscalização.

Iniciativas para reforçar a fiscalização e o combate ao contrabando, à pirataria, à falsificação e à sonegação têm apoio do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP) e do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco).

As duas entidades, em conjunto com 20 organizações empresariais e da sociedade civil, lançaram em setembro de 2014 o Manifesto em Defesa do Mercado Legal Brasileiro, sugerindo 12 medidas destinadas a alterar o quadro atual de descontrole e falta de fiscalização.

Esse quadro, que teve grave impacto na produção industrial brasileira, provocou prejuízos de mais de R$ 30 bilhões em 2013, segundo levantamento do FNCP. Nesse ano, os principais produtos ilegais apreendidos pela Receita foram cigarros, veículos, eletroeletrônicos, peças de vestuário e óculos de sol.

O Manifesto em Defesa do Mercado Legal Brasileiro prevê a criação do Dia Nacional de Combate ao Contrabando, em 3 de março. Conscientizar a população para as consequências de consumir produtos ilegais é mais um ingrediente fundamental na receita para que o Brasil tenha suas contas equilibradas e sua indústria cheia de vigor.

(artigo publicado no Jornal Folha de São Paulo, na seção OPINIÃO, em 03/03/2015)

http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/03/1597119-evandro-guimaraes-combate-a-informalidade.shtml

Mercado ilegal preocupa setores produtivos brasileiros

dia-nacional-de-combate-ao-contrabando

Em 3 de março é comemorado o Dia Nacional do Combate ao Contrabando. Para marcar a data dedicada, o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) e o Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), em conjunto com mais de 20 entidades empresariais e organizações da sociedade civil, estão organizando um ato em defesa do mercado legal brasileiro.

O presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, participa do evento Pelo fim do contrabando na próxima terça-feira (3), às 15 horas, no Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília.

Na ocasião, será apresentado um balanço do problema, seus impactos e sugestões para solucioná-lo. Além dos membros das entidades representativas, o evento contará ainda com a presença de parlamentares, com quem serão discutidas as questões citadas, na busca pelo combate ao contrabando.

Segundo dados do IBOPE inteligência, o contrabando superou o patamar de 31% do mercado brasileiro de cigarros em 2014, números equivalentes a uma evasão fiscal de R$ 4,5 bilhões ao governo federal.

De acordo com o Balanço Aduaneiro de 2014 divulgado pela Receita Federal, no último ano foram apreendidos mais de 182 milhões de maços de cigarros, o que corresponde a mais de 3,64 bilhões de cigarros ilegais retirados de circulação. O montante apreendido supera o valor de R$ 514 milhões e representa 28% do total apreendido pela Receita no ano.

A apreensão total de mercadorias processadas pela Receita Federal, nas áreas de fiscalização, repressão, vigilância e controle sobre o comércio exterior (inclusive bagagem), resultou no ano de 2014, no montante de R$ 1,80 bilhão, um aumento de 3,70% em relação ao ano de 2013. Entre as mercadorias apreendidas, encontram-se produtos falsificados, tóxicos, medicamentos e outros produtos, inclusive armas e munições.

“A Receita Federal tem atuado no sentido de coibir ações ilícitas, mas o Brasil é grande em fronteiras e o mercado ilegal continua se agravando. Outras ações são necessárias para frear o problema. Além de prejudicar o setor formal organizado, que gera renda e empregos, o contrabando causa prejuízo direto aos cofres públicos que deixam de arrecadar com o produto legal, um dos mais tributados no país”, avalia Schünke.

Fonte: Sinditabaco

Dia Nacional de Combate ao Contrabando

Na próxima terça-feira, dia 3 de março, o ETCO participa com a FNCP, e mais 20 entidades multissetoriais, do Dia Nacional de Combate ao Contrabando.

Esta é uma ação do Movimento em Defesa do Mercado Legal Brasileiro, lançado em setembro de 2014, que tem como objetivo, de forma coesa entre entidades e associações que sofrem de problemas semelhantes, combater práticas desse tipo e contribuir para a promoção do desenvolvimento econômico e social do País.

No dia 3, as entidades vão promover uma coletiva de imprensa, na qual serão divulgados dados atualizados do contrabando e os impactos negativos que essa atividade traz para o País. Também serão discutidas sugestões ao Executivo e ao Legislativo que possam contribuir para mitigar esse grave problema.

 

Data: 3 de março de 2015 – 15 horas, em Brasília