Pesquisa revela que um em cada três brasileiros já comprou contrabando

capa pesquisaUma pesquisa revelou os hábitos dos brasileiros quando o assunto é contrabando: muita gente fala mal, sabe que é ruim, mas compra assim mesmo. Uma de cada três pessoas ouvidas pelo Datafolha confessou que já comprou produtos contrabandeados, e não é preciso ir longe para encontrar esses produtos.

Assista à matéria veiculada no Jornal Bom Dia Brasil, de 25/05.

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Brasileiros afirmam que contrabando traz graves prejuízos ao país

capa pesquisaO comércio de produtos contrabandeados é amplamente condenado pela população brasileira. Pesquisa inédita encomendada pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) ao Instituto Datafolha, com o apoio do Movimento em Defesa do Mercado Legal Brasileiro, mostra que 77% dos entrevistados concordam que produtos contrabandeados trazem prejuízo ao país e à população e que, para 80%, estes produtos ilegais prejudicam a atividade do comércio e a indústria do Brasil.

A ampla maioria dos brasileiros (92%) acredita que, se o preço dos produtos vendidos legalmente no país fossem mais baixo os brasileiros deixariam de comprar produtos contrabandeados. Essa expectativa é compartilhada majoritariamente, com índices mínimos de 90%, por todos os segmentos analisados na pesquisa.

A maioria dos entrevistados concorda, também, que os produtos contrabandeados são mais baratos porque não pagam os impostos devidos (89%), não precisam se submeter às normas de fiscalização (87%) e são feitos com materiais de pior qualidade (77%).

Outro dado importante da pesquisa é que 60% dos entrevistados dizem ter dificuldade em reconhecer os produtos contrabandeados e falsificados em relação aos produzidos legalmente.

Quando o tema é criminalidade, para 86% dos entrevistados produtos contrabandeados incentivam o crime organizado e o tráfico de drogas. Da mesma forma, 83% concorda que é crime vender produtos contrabandeados e 74% que é ato criminoso comprar produtos de contrabando.

O Governo Federal é considerado, por 48% dos entrevistados, como o principal responsável pela entrada do contrabando no país. Apenas 5% dos entrevistados consideram muito eficiente o trabalho feito pelas autoridades federais e os demais se dividem entre aqueles que o consideram um pouco eficiente (50%) ou nada eficiente (40%).

A solução
A eficiência de algumas medidas de combate ao contrabando também foram avaliadas na pesquisa. Para 61% dos entrevistados o reforço no policiamento das fronteiras e a adoção de penas mais duras para o crime de contrabando são vistas como muito eficiente,  índice mais alto entre as alternativas analisadas; em seguida aparece o bloqueio total das fronteiras pela polícia federal (53%) e programas de incentivo ao emprego nos dois lados da fronteira (53%), além da questão tributária.

A pesquisa
É quantitativa com abordagem pessoal. As entrevistas foram feitas entre 22 e 24 de abril em todo o país com maiores de 16 anos totalizando 2.401 entrevistas. A margem de erro da amostra nacional é de 2 pontos para mais ou menos.

Movimento em Defesa do Mercado Legal Brasileiro
É uma coalização criada em 2014 pelo Instituto de Ética Concorrencial (ETCO) e pelo Fórum Nacional de Combate à Pirataria e à Ilegalidade (FNCP). Integram este Movimento mais de 70 entidades representativas de diversos setores da economia afetados pela ilegalidade no Brasil (contrabando, falsificação, pirataria e sonegação)

O Movimento tem como objetivo mobilizar a sociedade civil e os agentes do governo em torno de propostas e ações que venham a contribuir para a redução desses desvios.