Mais da metade dos brasileiros diz ter comprado produto pirata em 2011

G1 – 19/-9/2011

Confira reportagem do Jornal Nacional

Pela primeira vez desde 2006, o número de pessoas que admitiu ter comprado algum produto pirata no ano ultrapassou os que negaram ter praticado o crime em uma pesquisa da Fecomércio-RJ, em parceria com o instituto de pesquisa Ipsos, aponta o estudo referente a 2011, divulgado nesta segunda-feira (19).

Enquanto no ano passado 48% dos entrevistados disseram que compraram itens falsificados, em 2011 o percentual passou para 52%. Em números absolutos, 74,3 milhões de brasileiros teriam praticado o crime este ano, 6 milhões a mais do que em 2010.

A pesquisa mostra ainda uma significativa adesão das classes A e B à prática, passando de 47% dos entrevistados em 2010 para 57% este ano. O avanço ocorre apesar de 82% deles acreditarem que a pirataria alimenta a sonegação de impostos e 75% acharem que prejudica o faturamento do comércio.

Preço
A principal justificativa para a compra do produto pirata, de 94% dos entrevistados, é o preço, seguido pela facilidade de encontrar o item. Uma grande parcela deles, 40%, não acreditam que o uso desses produtos pode trazer alguma consequência negativa para eles próprios.

Os produtos piratas mais comprados, segundo a pesquisa, são CDs e DVDs, seguidos por brinquedos e artigos de moda, que mostraram crescimento expressivo este ano.

O levantamento foi feito com mil pessoas em 70 cidades do país, inclusive 9 regiões metropolitanas.

Inmetro fiscalizará mercado de reposição

Folha de S. Paulo – 14/08/2011

Peças e acessórios automotivos serão fiscalizados pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). A iniciativa é parte do Programa de Certificação Compulsória de Componentes Automotivos. Para receber o selo do Inmetro, os produtos terão que atender aos requisitos de segurança descritos na portaria 301, publicada no Diário Oficial do dia 21 de julho.

“O objetivo é tornar obrigatório o atendimento a requisitos de segurança para autopeças usadas no mercado de reposição, já que as utilizadas nos veículos novos são submetidas ao processo de qualidade estabelecido e controlado pelas montadoras”, afirma Alfredo Lobo, diretor da Qualidade do Inmetro.
O selo do Inmetro será obrigatório para autopeças destinadas a veículos fabricados ou importados a partir de 1º de janeiro de 2000.

Ficam isentos componentes para linha de montagem, recall e de carros fora de linha que foram fabricados até 31 de dezembro de 1999.

Segundo o coordenador do GMA (Grupo de Manutenção Automotiva), Antônio Carlos Bento, a medida atenderá a 71% da frota circulante no Brasil, estimada em mais de 40 milhões de veículos.

“Estamos dando um passo importante para garantir a procedência e o padrão de qualidade dos produtos no mercado da reposição. O consumidor poderá exigir peças com o selo do Inmetro”, diz.

Fabricantes e importadores terão até janeiro de 2013 para se adequarem às novas normas. Já o comércio terá até julho de 2014 para disponibilizar no varejo os itens em conformidade com a regra.

A portaria contempla sete componentes destinados ao mercado de reposição: amortecedores da suspensão, bombas elétricas de combustível, buzinas, pistões de liga leve de alumínio, pinos e anéis de trava, anéis de pistão, bronzinas e lâmpadas para veículos automotivos.

Vidros de segurança de para-brisas (temperado e laminado), pneus e rodas já são produtos regulamentados.

PIRATARIA

Para o Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), a certificação de componentes diminui o risco de acidentes e inibe o comércio ilegal de peças e acessórios falsificados.

“A exemplo do que aconteceu no mercado de brinquedos, a certificação e o selo do Inmetro combaterão a pirataria e criarão barreiras para a entrada de mercadorias no país que não respeitem padrões mínimos de qualidade”, afirma Paulo Butori, presidente do Sindipeças.

Novidade no Brasil, a norma já é uma realidade nos EUA, na Austrália e em países da União Europeia.

O Inmetro se baseou nas regras americanas e europeias para elaborar o programa brasileiro.

DF contra a pirataria

Jornal Alô Brasília – 02/08/2011

A Secretaria da Ordem Pública e Social (SEOPS) em parceria com o Conselho Nacional de Combate a Pirataria, do Ministério da Justiça, realiza o I Seminário Distrital de Capacitação ao Combate à Pirataria para Policiais Militares. A iniciativa é a maior já feita no Brasil, tanto em número de pessoas quanto de horas. Ao todo, 1,4 mil policiais, recém empossados, serão capacitados nos dias 2 e 3 de agosto, no Auditório do Colégio Militar de Brasília.

O objetivo do seminário é preparar os agentes para a Copa do Mundo de 2014, já que Brasília está na disputa para sediar a abertura do mundial. A FIFA mantém, entre outras exigências, uma postura enérgica e intolerante ao crime de Violação dos Direitos Autorais nas imediações dos jogos.

Durante as palestras do evento serão apresentados o atual cenário brasiliense e as formas de combater e diferenciar produtos originais e falsificados, além de definir os conceitos de contrafação e pirataria, bem como os aspectos jurídicos do crime de Violação dos Direitos Autorais.

Participarão do seminário a Receita Federal, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, Secretaria de Segurança Pública, além de órgãos apoiadores, como a Associação Antipirataria de Cinema e Música (APCM), a Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), o Grupo de Proteção à Marca (BPG), o Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), e a Associação Nacional para Garantia dos Direitos Intelectuais (ANGARDI).

Dados de apreensões

De janeiro a 24 de julho de 2011, a SEOPS – coordenadora geral do Comitê de Combate aPirataria do Distrito Federal – apreendeu 100.571 produtos piratas em comércios irregulares no DF.

Confira a programação:

1º SEMINÁRIO DISTRITAL DE CAPACITAÇÃO AO COMBATE À PIRATARIA PARA POLICIAIS MILITARES

Data: 2 e 3 de agosto de 2011

Horário: 8h às 12h e 14h às 18h; 8h às 13h

Local: Auditório do Colégio Militar de Brasília;

Organização: SEOPS/GDF e CNCP/MJ

Participantes: 1400 policiais militares do Curso de Formação de Policiais da PMDF /2010-2011;

DIA 2 – TERÇA-FEIRA

8h às 9h – Abertura

9h10 às 10h50– Palestra sobre Noções sobre Pirataria e Contrafação – aspectos jurídicos essenciais com o promotor de Justiça Antonio Suxberguer, do MPDFT

10h50 às 11h50 – Palestra sobre o Panorama do combate à Pirataria no Brasil com Representante da Secretaria-Executiva do Conselho Nacional de Combate à Pirataria CNCP/MJ

14h às 15h10– Palestra sobre o Panorama do combate à Pirataria no Distrito Federal com o representante da Secretaria de Estado da Ordem Pública e Social do Distrito Federal, Subsecretário de Operações de Ordem Pública e Social,  com o Tenente Coronel da PM Alexandre Sérgio

15h30 às 16h40– Palestra sobre Pirataria e Antropologia – (In)formais e (I)lícitos: a “globalização popular” a partir de uma perspectiva antropológica, com a professora Andrea Lobo, do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília

16h40 às 17h50– Palestra sobre Contrafação de Marcas, com representante da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

DIA 3 – QUARTA-FEIRA

8h às 8h40– Palestra sobre Pirataria de obras musicais e audiovisuais com representante da Associação Antipirataria de Cinema Música (APCM)

8h40 às 9h20– Palestra sobre contrafação de marcas (produtos diversos), com representante do Grupo de Proteção à Marca (GPM)

9h20 às 10h – Palestra sobre pirataria de software com representante da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES)

10h10 às 10h50– Palestra sobre contrafação de marcas (produtos diversos), com representante do Fórum Nacional Contra Pirataria

10h50 às 11h30– Palestra sobre contrafação de brinquedos com representante da Associação Nacional para Garantia dos Direitos Intelectuais (ANGARDI)

11h30 às 12h10– Palestra sobre Contrafação de marcas (cigarros) com representante do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial

12h10 às 13h– Encerramento

Polícia fecha distribuidora de CDs e DVDs pirataras

Jornal da Globo – 26/07/2011

A polícia de São Paulo fechou nesta terça-feira (26) uma distribuidora com cerca de dois milhões de CDs, DVDs e jogos piratas.

Confira o vídeo da reportagem aqui

O cartão de visita de um dos falsificadores dizia MP3. O edifício de quatro andares chama bastante atenção de quem passa pelo centro de São Paulo, mas só quem sabia do esquema podia entrar.

“A pessoa batia na porta, e o responsável pelo prédio todo atendia permitia a entrada e controlava a entrada de pessoas e material”, diz o policial militar, tenente Élder Bezerra.

Quando a polícia chegou à distribuidora pirata, tanto compradores quanto vendedores subiram pelas escadas, arrombaram um portão de ferro e pularam o muro. Ao cair, quebraram o telhado do vizinho e fugiram. O dono do prédio foi preso.

Em cada um dos andares, os policiais encontraram vários boxes de diferentes falsificadores. Todos com farta variedade de CDs, DVDs e jogos eletrônicos. Entre eles filmes que ainda nem estrearam nos cinemas brasileiros.

A polícia se surpreendeu com a criatividade de quem trabalha no local. Num box, por exemplo, funcionava, um sistema delivery, ou seja, a pessoa ligava, encomendava o CD pirata, a mercadoria era colocada em uma mala e a entrega era feita por motoboys. Funcionários da prefeitura usaram um caminhão para levar a pirataria embora.

Pequenos crimes

Fonte: O Estado de S. Paulo – 06/12/2010

Por Carlos Alberto Sardenberg

Setenta milhões de brasileiros compraram algum produto pirata no último ano. Setenta milhões! Isso equivale à metade da população acima dos 16 anos. A grande maioria, quase 80%, compra CDs e DVDs e fez mais de uma aquisição no período pesquisado pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-Rio).

Digamos que sejam quatro compras, em média, por pessoa. Temos, pois, algo como 280 milhões de “pequenos crimes” cometidos por cidadãos, digamos, legais.

O consumidor, em tese, não necessariamente sabe que está praticando uma pirataria. Ele não precisa ir a um beco escuro, com um maço de notas no bolso, para trocar por um DVD escondido num saco de papel. Faz a compra às claras, em lojas, quiosques em galerias lotadas ou mesmo em camelódromos instalados em locais inteiramente públicos.

Se quiser nota fiscal, não a eletrônica, receberá. É verdade que às vezes o vendedor dá bandeira e pergunta ao cliente: qual valor quer na nota? Mas como o consumidor faz tudo em público, pode sustentar como boa a presunção de que, se o comércio está ali, à vista de todos e inclusive das autoridades, só pode ser legal. O vendedor no balcão – não o dono do negócio – pode alegar a mesma coisa. Está ali, trabalhando à vista de todos, logo… Isso pode até colar nos tribunais.

Agora, vamos falar francamente. Todo mundo sabe que é pirata. Na verdade, as pessoas procuram aquele comércio porque sabem que lá é mais barato, muito mais barato. Todo mundo sabe também que há dois tipos de produto pirata: um é inteiramente falsificado, uma cópia geralmente de pior qualidade; outro é o produto legítimo, mas contrabandeado. Este é um pouco mais caro, conforme regras conhecidas neste meio.

Assim, não temos mais a presunção de inocência, mas um consentimento tácito com a prática de um crime. E aqui está o verdadeiro problema: a tolerância com os “pequenos crimes” está na cabeça das pessoas, na cultura da sociedade. Atenção, não está apenas na cultura popular, pois, pela pesquisa da Fecomércio-Rio, ainda que a maior parte dos compradores esteja nas classes mais pobres, metade das pessoas das classes A e B também adquire pirataria.

Comprar no comércio ilegal aparece como comportamento semelhante a uma pequena sonegação no Imposto de Renda, uma consulta sem recibo, um empregado contratado sem carteira assinada e por aí vai.

Para alguns, é pura esperteza – “Eu não sou trouxa de pagar R$ 35 por um CD, se tem ali na esquina por R$ 2”. Outros tentam apresentar a compra pirata como um ato de rebeldia, uma espécie de protesto contra o capitalismo – “Eu que não vou dar dinheiro a essas empresas e esses caras”. Outros, ainda, apresentam sua atitude como um ato político contra o sistema – “Eu vou pagar impostos para esses políticos roubarem?”

Todas essas três categorias sabem que estão enganando. Sabem perfeitamente que estão cometendo um crime, mas o consideram comportamento normal nesta sociedade. Matar alguém não pode. Mas “pequenos” delitos, por que não, se todo mundo faz?

Trata-se, pois, de um problema cultural e político. A pessoa, aqui, chega à elite da sociedade – por dinheiro, por eleição ou por nomeação – e a primeira coisa que lhe ocorre é que não precisa mais respeitar a lei e as normas. Fura fila, compra ingresso sem entrar na fila, estaciona em local proibido, passa no sinal vermelho (reparem como veículos oficiais cometem todos esses tipos de infração), tira carteira de identidade no gabinete do chefe da seção, acha natural o tratamento especial, vip. Jovens subindo na vida, mas que ainda não chegaram lá, ambicionam esse tratamento e, para começar, já vão, por exemplo, estacionando em vaga de idoso.

Ora, nesse clima, por que não comprar pirata, mesmo que a pessoa tenha dinheiro para comprar no legal? Para essa gente, o problema não é o dinheiro, mas a esperteza, a malandragem, o tirar vantagem.

O que nos conduz a um outro lado dessa história, o das pessoas que compram o produto pirata porque não têm como adquirir o legal. Essas são, digamos, as menos culpadas. Sabem que não estão fazendo a coisa certa, mas não resistem à tentação. Compram o último filme pirateado porque essa é a única possibilidade. E dizem que comprariam no legal, se fosse mais barato.

E aqui caímos no custo Brasil. A produção e o comércio legais pagam juros elevados pelo capital, impostos exagerados, gastam recursos com obtenção de licenças, alvarás de funcionamento, pagamento de taxas diversas. É caro e complicado fazer negócio honestamente no Brasil.

Essa é a causa poderosa da informalidade e da pirataria. Há pequenos e até médios empreendimentos que simplesmente não sobreviveriam dentro da lei. Isso os coloca diante de um dilema: na informalidade, não podem crescer além de um certo ponto, limitado; formalizados, correm o risco de morrer prematuramente. Em qualquer caso, o prejuízo é da economia nacional.

São, pois, dois problemas. Um cultural, outro econômico. E o papel mais feio é dos ricos e das elites.

 

Operação contra pirataria fecha três shoppings e rua no centro de São Paulo

Fonte: Portal R7, 07/06/2011

Os shoppings Korai, Duprat e 25, localizados na rua Barão de Duprat, altura do número 225, região central de São Paulo, continuam fechados para o público desde a noite desta segunda-feira (6). Órgãos estaduais, federais e municipais estão nos locais para fiscalizar que tem com objetivo combater a pirataria e a sonegação fiscal.

Até a tarde desta terça-feira (7), 88 lojas foram vistoriadas e os agentes apreenderam cerca de 100 mil objetos ilegais, que foram colocados em 416 sacos. Entre funcionários e lojistas, foram identificadas e qualificadas 320 pessoas e 18 foram conduzidas pela Polícia Federal. Elas poderão ser notificadas a deixarem o país.

Segundo a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, ainda na operação, coordenada Gabinete de Gestão Integrada de Segurança, três pessoas foram encaminhadas ao 1º Distrito Policial. Duas delas por esconder 1.600 relógios falsificados e 400 celulares sem nota fiscal dentro de um veículo. Já a outra, por comercializar 7.500 unidades de CDs e DVDs piratas.

Além dos três shoppings, a rua Barão de Duprat está fechada pela GCM (Guarda Civil Metropolitana). Os agentes permitem a circulação de comerciantes, funcionários no local. De acordo com a secretaria, ainda não há data para o término da operação e reabertura dos shoppings.

Histórico

No mês de abril, a fiscalização também fechou a galeria Pagé, tradicional centro popular de compras localizado na região da 25 de Março, centro de São Paulo, por dez dias. A operação resultou na apreensão de toneladas de mercadorias piratas e contrabandeadas e, logo depois, a administração municipal anunciou que irá transformar o tradicional centro de compras em um outlet, conjunto de lojas que vendem produtos de grandes marcas direto de fábrica.

Apesar de a medida ter sido anunciada pela prefeitura como uma grande ação de combate ao comércio ilegal, para especialistas ouvidos pelo R7 o combate ao contrabando seria mais efetivo se deixasse de atuar nos locais de varejo.

Segundo estudiosos de segurança e assuntos sociais, medidas repressivas contra os pontos de contrabando e pirataria fazem apenas com que o comércio ilegal simplesmente migre para outro ponto.

 

O custo da desonestidade

Fonte: O Globo, 6/6/2011

Por FERNANDO RAMAZZINI

O senso comum aponta que piratas, desde os primórdios na História, são ladrões. Exclua-se o romantismo associado às figuras de alguns bucaneiros e o que fica são indivíduos que saqueavam, pilhavam, roubavam a propriedade alheia. Preferiam embarcações pequenas, as mais rápidas, para assim enriquecer de maneira ilícita.

A prática da desonestidade atravessou os tempos e permeia os dias de hoje, não mais ligada aos homens do mar. Está associada a políticos corruptos, pessoas inescrupulosas dos mais variados setores, contrabandistas, camelôs e seus produtos falsificados.

Mas é preciso entender que também é desonesto quem compactua com um sistema fraudulento. É desonesto também aquele que compra uma mercadoria sabidamente pirateada. O consumidor que adquire produtos falsos deve ter consciência de que ajuda a financiar o crime organizado, contribui para que empregos deixem de ser gerados e auxilia na diminuição dos investimentos do poder público por causa dos impostos que não são arrecadados.

Desonestidade é o abandono de uma vantagem permanente por uma vantagem temporária, como resume de forma brilhante o advogado e autor americano do século XVII Christian Nevell Bovee. Além de frustrar o consumidor nos quesitos qualidade, durabilidade e eficiência, a pirataria de certos produtos, como remédios, óculos de sol, cigarros e bebidas, pode representar sérios danos à saúde do consumidor.

Claramente, um falsificador não está interessado em produzir uma mercadoria com a mesma qualidade do original. Seja utilizando componentes que não passam por qualquer vigilância sanitária, valendo-se de processos de fabricação insatisfatórios ou aplicando armazenamento inadequado, o resultado traz sempre um malefício associado.

Barato que sai caro, contrabando, produto pirateado: o mercado negro ainda movimenta somas consideráveis que passam ao largo da sociedade. Estimativas apontam que o Brasil perdeu US$20 bilhões com pirataria no ano passado, em impostos não arrecadados e prejuízos para as empresas. O problema é de todos nós que aceitamos ser ludibriados por itens de qualidade duvidosa e que nos fazem cúmplices da desonestidade.

E, para nós brasileiros, que tendemos a achar que o problema sempre é dos outros, que sempre são os demais que lesam, que só os políticos transgridem, é preciso saber que são desonestos aqueles que compactuam com a desonestidade. Na hora de comprar aquele DVD do filme da moda por R$5, ou um maço de cigarros por R$1, não pense apenas na suposta economia que você faz. Lembre-se também dos empregos que você está deixando de gerar, da violência com a qual você contribui, das melhorias públicas que você deixa de financiar. Sim, o problema e a responsabilidade também são nossos!

FERNANDO RAMAZZINI é diretor da Associação Brasileira de Combate à Falsificação.

 

Rio perde R$ 20 bilhões por ano em arrecadação com pirataria

Fonte: O Globo Online – Rio de Janeiro/RJ – 17/12/2010

RIO – O Disque Antipirataria, serviço criado pela Assembleia Legislativa do estado (Alerj) para receber denúncias e reclamações sobre a comercialização de produtos piratas no Rio de Janeiro recebeu, durante o ano, o total de 478 denúncias. Os produtos irregularares mais citados pelos denunciantes foram CDs, DVDs, artigos esportivos e medicamentos.

Segundo o presidente da Comissão Antipirataria da Alerj, deputado Dionísio Lins, o Estado do Rio de Janeiro perde hoje cerca de R$ 20 bilhões em arrecadação por ano com a informalidade, deixando de gerar aproximadamente 18 mil novos empregos.

Para tentar conscientizar e orientar os consumidores na hora da compra, além de mostrar que a aquisição de produtos falsificados é considerada crime, a Comissão Antipirataria da Alerj realizou durante o ano cerca de 120 campanhas educativas com a distribuição da cartilha Olho Vivo – Diga Não à Pirataria em diversos bairros da cidade. Técnicos da comissão também estiveram em escolas públicas e particulares, com a finalidade de preparar os jovens consumidores e incentivar debates sobre o assunto.

– O número de produtos piratas comercializados na cidade do Rio vem aumentando. São brinquedos, roupas, produtos eletrônicos, lâmpadas e tênis vendidos sem nenhum tipo de certificação, o que prejudica o comércio legalizado – ressalta Dionísio Lins.

Dicas para a hora das compras

Segundo a Comissão Antipirataria, o consumidor deve prestar atenção às seguintes dicas para evitar a compra de produtos falsificados.

No caso dos brinquedos, é primordial que os responsáveis prestem atenção a detalhes, como a impressão na embalagem da idade da criança a que o produto se destina, as instruções de montagem e o selo do Inmetro. Se o brinquedo for importado, é necessário que as informações do produto estejam em português.

Ao comprar roupas, o consumidor precisa observar se as peças trazem impressas a composição têxtil e o modo de lavagem, evitando prejuízos futuros.

O Disque Antipirataria funciona de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h, e atende pelo número 0800.282.6582.