Seminário capacita agentes públicos no combate à pirataria

Fonte: O Estado do Maranhão – 10/12/2010

Membros do Ministério Público, policiais militares, guardas municipais, servidores da Secretaria de Fazenda e do Instituto de Criminalística e outros agentes públicos que trabalham no combate à pirataria em São Luís participaram ontem do primeiro Seminário de Capacitação Contra a Pirataria, realizado na capital. Dado os impactos econômicos desse tipo de crime, o combate à pirataria tem sido foco prioritário das entidades e autoridades locais. Regularmente, operações são feitas na cidade para diminuir a venda de produtos irregulares.

De acordo com José Osmar Alves, titular da 9ª Promotoria da Ordem Tributária e Econômica, somente este ano R$ 500 milhões em sonegação fiscal foram contabilizados na capital por causa da venda de produtos pirateados. “Somente de setembro a dezembro deste ano, 12 operações foram realizadas pelo Ministério Público e instituições parceiras em São Luís, resultando na apreensão de mais de R$ 15 milhões em produtos piratas”, afirmou.

Ainda segundo ele, aproximadamente mil máquinas caça-níqueis também foram apreendidas nessas operações, além da prisão de sete chineses que comercializavam produtos piratas na capital, que foram encaminhados à Polícia Federal. José Osmar Alves informou que somados os anos de 2008 e 2009, o prejuízo aos cofres públicos municipais chegaria a R$ 1 bilhão.

Seminário – Cerca de 100 agentes públicos aprenderam mais sobre pirataria de software, obras audiovisuais, cigarros, falsificação de medicamentos e a contratação de marcas, que é o uso indevido de marcas reconhecidas em produtos pirateados. “A capacitação é uma das ações de combate à pirataria já prevista no projeto Cidade Livre de Pirataria, que integra o Plano Nacional de Combate à Pirataria”, explicou Ana Lúcia Gomes, secretária executiva do Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP).

O consultor do Grupo de Proteção à Marca (BPG), Luiz Claudio Garé, repassou aos participantes uma série de informações técnicas e jurídicas sobre essa prática ilegal e com o objetivo de ajudá-los a realizar operações de apreensão de produtos falsificados nas ruas da cidade. “A indústria da pirataria está cada vez mais rápida e especializada. Produtos que ainda não foram lançados no mercado brasileiro ou que não são comercializados aqui podem ser encontrados livremente nas bancas de camelôs e as diferenças físicas são quase imperceptíveis, por isso o crescimento desse tipo de comércio”, comentou.

 

Pequenos crimes

Fonte: O Estado de S. Paulo – 06/12/2010

Por Carlos Alberto Sardenberg

Setenta milhões de brasileiros compraram algum produto pirata no último ano. Setenta milhões! Isso equivale à metade da população acima dos 16 anos. A grande maioria, quase 80%, compra CDs e DVDs e fez mais de uma aquisição no período pesquisado pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-Rio).

Digamos que sejam quatro compras, em média, por pessoa. Temos, pois, algo como 280 milhões de “pequenos crimes” cometidos por cidadãos, digamos, legais.

O consumidor, em tese, não necessariamente sabe que está praticando uma pirataria. Ele não precisa ir a um beco escuro, com um maço de notas no bolso, para trocar por um DVD escondido num saco de papel. Faz a compra às claras, em lojas, quiosques em galerias lotadas ou mesmo em camelódromos instalados em locais inteiramente públicos.

Se quiser nota fiscal, não a eletrônica, receberá. É verdade que às vezes o vendedor dá bandeira e pergunta ao cliente: qual valor quer na nota? Mas como o consumidor faz tudo em público, pode sustentar como boa a presunção de que, se o comércio está ali, à vista de todos e inclusive das autoridades, só pode ser legal. O vendedor no balcão – não o dono do negócio – pode alegar a mesma coisa. Está ali, trabalhando à vista de todos, logo… Isso pode até colar nos tribunais.

Agora, vamos falar francamente. Todo mundo sabe que é pirata. Na verdade, as pessoas procuram aquele comércio porque sabem que lá é mais barato, muito mais barato. Todo mundo sabe também que há dois tipos de produto pirata: um é inteiramente falsificado, uma cópia geralmente de pior qualidade; outro é o produto legítimo, mas contrabandeado. Este é um pouco mais caro, conforme regras conhecidas neste meio.

Assim, não temos mais a presunção de inocência, mas um consentimento tácito com a prática de um crime. E aqui está o verdadeiro problema: a tolerância com os “pequenos crimes” está na cabeça das pessoas, na cultura da sociedade. Atenção, não está apenas na cultura popular, pois, pela pesquisa da Fecomércio-Rio, ainda que a maior parte dos compradores esteja nas classes mais pobres, metade das pessoas das classes A e B também adquire pirataria.

Comprar no comércio ilegal aparece como comportamento semelhante a uma pequena sonegação no Imposto de Renda, uma consulta sem recibo, um empregado contratado sem carteira assinada e por aí vai.

Para alguns, é pura esperteza – “Eu não sou trouxa de pagar R$ 35 por um CD, se tem ali na esquina por R$ 2”. Outros tentam apresentar a compra pirata como um ato de rebeldia, uma espécie de protesto contra o capitalismo – “Eu que não vou dar dinheiro a essas empresas e esses caras”. Outros, ainda, apresentam sua atitude como um ato político contra o sistema – “Eu vou pagar impostos para esses políticos roubarem?”

Todas essas três categorias sabem que estão enganando. Sabem perfeitamente que estão cometendo um crime, mas o consideram comportamento normal nesta sociedade. Matar alguém não pode. Mas “pequenos” delitos, por que não, se todo mundo faz?

Trata-se, pois, de um problema cultural e político. A pessoa, aqui, chega à elite da sociedade – por dinheiro, por eleição ou por nomeação – e a primeira coisa que lhe ocorre é que não precisa mais respeitar a lei e as normas. Fura fila, compra ingresso sem entrar na fila, estaciona em local proibido, passa no sinal vermelho (reparem como veículos oficiais cometem todos esses tipos de infração), tira carteira de identidade no gabinete do chefe da seção, acha natural o tratamento especial, vip. Jovens subindo na vida, mas que ainda não chegaram lá, ambicionam esse tratamento e, para começar, já vão, por exemplo, estacionando em vaga de idoso.

Ora, nesse clima, por que não comprar pirata, mesmo que a pessoa tenha dinheiro para comprar no legal? Para essa gente, o problema não é o dinheiro, mas a esperteza, a malandragem, o tirar vantagem.

O que nos conduz a um outro lado dessa história, o das pessoas que compram o produto pirata porque não têm como adquirir o legal. Essas são, digamos, as menos culpadas. Sabem que não estão fazendo a coisa certa, mas não resistem à tentação. Compram o último filme pirateado porque essa é a única possibilidade. E dizem que comprariam no legal, se fosse mais barato.

E aqui caímos no custo Brasil. A produção e o comércio legais pagam juros elevados pelo capital, impostos exagerados, gastam recursos com obtenção de licenças, alvarás de funcionamento, pagamento de taxas diversas. É caro e complicado fazer negócio honestamente no Brasil.

Essa é a causa poderosa da informalidade e da pirataria. Há pequenos e até médios empreendimentos que simplesmente não sobreviveriam dentro da lei. Isso os coloca diante de um dilema: na informalidade, não podem crescer além de um certo ponto, limitado; formalizados, correm o risco de morrer prematuramente. Em qualquer caso, o prejuízo é da economia nacional.

São, pois, dois problemas. Um cultural, outro econômico. E o papel mais feio é dos ricos e das elites.

 

Produtos de pirataria são destruídos em Blumenau

Fonte: A Notícia – Joinville/SC – 03/12/2010

Cerca de 200 óculos e 15 mil CDs foram destruídos na manhã desta sexta-feira em Blumenau, na Praça Victor Konder, em frente à prefeitura, como forma de conscientizar a população dos prejuízos causados pela pirataria. Os produtos foram apreendidos durante ações do Conselho Municipal de Combate à Pirataria (CMCP), da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Blumenau.

Além da destruição das mercadorias, integrantes do Conselho vão tirar dúvidas da população sobre a prática da pirataria, que é considerado crime pela legislação. A mobilização seguirá até às 11h10min e faz parte do Dia Nacional de Combate à Pirataria.

Para atingir a população jovem, o CMCP trabalha em conjunto com a Comissão Municipal de Educação Fiscal (CMEF) junto às escolas municipais. São feitas palestras, apresentações de produtos pirateados e conscientização. Como um dos resultados da parceria, alunos da EBM Leoberto Leal apresentam durante o evento uma peça teatral sobre o tema.

O que é pirataria

É toda violação dos direitos de criação. É o crime que transgride o direito autoral, propriedade industrial e, principalmente intelectual. Trata-se de uma atividade ilícita e criminosa que causa prejuízos econômicos e sociais, relacionando-se ao crime organizado, narcotráfico de armas e até ao terrorismo, aumentando a violência e a criminalidade.

Alguns produtos pirateados

Bebidas
Brinquedos
Alimentos
Peças automotivas
Óculos de sol
CD`s, DVD`s e softwares
Artigos esportivos e roupas
Medicamentos

Faça sua parte

Não adquira produtos piratas. Denuncie o comércio ilegal e a violação de direitos autorais à Polícia Militar (190) e a Polícia Civil (181).

 

Pirataria causa rombo de R$ 40 bi por ano aos cofres do governo

Fonte: Portal R7 – – ECONOMIA – 03/12/2010

O governo brasileiro deixa de arrecadar cerca de R$ 40 bilhões em impostos com a entrada e venda de mercadorias pirateadas no território nacional, segundo projeção do presidente do IBL (Instituto Brasil Legal) e do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade, Édson Luiz Vismona.

No Dia Nacional de Combate à Pirataria, lembrado nesta sexta-feira (3), a entidade afirma que o prejuízo pode ser bem maior porque os tributos são só parte do preço final do produto. Calcular o tamanho do rombo de acordo com o segmento da economia, entretanto, é quase impossível, segundo Vismona.

– A nossa estimativa a grosso modo, porque não temos um dado muito específico, com dados do Ministério da Justiça, a perda com sonegação atinge R$ 40 bilhões ao ano. Agora, é difícil estimar o quanto cada setor perde com essa concorrência desleal, o que é bem superior a esses R$ 40 bilhões. Para se ter uma ideia, o imposto é um percentual do movimento, que é muito maior.

A pirataria atinge praticamente todos os setores produtivos, segundo Vismona. São óculos, tênis, eletroeletrônicos, remédios, perfumes, cosméticos, lâmpada, brinquedos, cigarros, produtos de limpeza, TV por assinatura, cartuchos de impressão, relógios, roupas, canetas, tecidos.

– Todos os setores da economia são afetados pelo flagelo da pirataria no nosso país.

Nesta semana, a Fecomercio-RJ (Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro) divulgou uma pesquisa que aponta que mais de 70 milhões de brasileiros consomem produtos piratas. Esse público representa quase metade da atual população brasileira.

Para o presidente do Sindireceita (Sindicato Nacional das Carreiras de Auditoria da Receita Federal), Paulo Antenor de Oliveira, o monitoramento e a fiscalização mais intensa das fronteiras brasileiras reduziriam o impacto da entrada de produtos piratas no país, por onde também entram armas e drogas.

– As principais rotas de entrada [de produtos piratas no país] são o Paraná, em cidades como Foz do Iguaçu e Guaíra, e parte do Mato Grosso do Sul, nas localidades de Bela Vista, Mundo Novo e Ponta Porã.

Oliveira afirma que o Brasil tem quase 17 mil km de fronteiras e apenas 31 pontos oficiais de fronteira – o que facilitaria a verificação das cargas que entram no país. As alfândegas, entretanto, sofrem com a falta de equipamentos para detectar mercadorias ilegais.

– São poucos pontos, [que são] mal aparelhados e com pouco efetivo. Você não acha escâner, o que coloca muitas dificuldades no trabalho de repressão ao que entra no país. O escâner é responsável pelo pente-fino. Sem você abrir, já faz a verificação da carga.

Hoje, só há escâner em dois pontos de fronteira, um em Uruguaiana e outro em Foz do Iguaçu.

O presidente do sindicato, que elaborou um estudo detalhado sobre as fronteiras brasileiras, reclama também da falta de funcionários da Receita, o que compromete a realização de revistas nas divisas.

– Hoje há 596 funcionários trabalhando nas áreas de fronteira, mas seriam necessários cerca de 1.100.

 

Campanha busca mudar mentalidade de brasileiros com relação à pirataria

Fonte: O Globo, 03/12/2010

SÃO PAULO – Estima-se que o mercado de produtos piratas – CDs, DVDs, eletroeletrônicos, brinquedos e até remédios – movimente a soma de R$ 120 bilhões ao ano no Brasil. Só o governo deixa de ganhar em impostos R$ 30 bilhões. O prejuízo a empresas produtoras dos bens oficiais é incalculável. Quase metade dos brasileiros compram pirataria, amostragem que varia pouco conforme classe social ou grau de escolaridade. Os dados são o resultado eloquente de uma cultura na qual a pirataria não é crime e tampouco lesa empresas e profissionais.

– Há uma visão romântica de que quem produz e vende pirataria é um coitado desempregado. É uma ilusão. Quem trabalha com pirataria está ligado ao crime organizado – afirma o secretario-executivo do Ministério da Justiça e presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, Rafael Thomaz Favetti. – Muitas vezes, operações de apreensão de produtos piratas levam os policais a uma máfia, que comete outros crimes como tráfico de pessoas e trabalho escravo – completa Favetti, citando como exemplo uma apreensão recente no Distrito Federal que resultou na prisão de 33 chineses.

Mas mudar comportamentos e mentalidade não é simples. Parte do esforço começa nesta sexta-feira com a veiculação em 600 salas de cinema de uma campanha de conscientização criada em parceria pelo Ministério da Justiça com a Agência Nacional de Cinema (Ancine). São quatro filmes de 45 segundos feitos pela agência DM9, com a participação dos cantores Claudia Leitte e Rogério Flausino, vocalista do Jota Quest. Além dos cinemas, DVDs trarão um dos filmes da campanha em seu conteúdo. A iniciativa é importante, mas deve ser a ponta de um iceberg, cuja fundação é formada por educação e medidas repressivas. É a avaliação de Luiz Fernando Garcia, diretor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

– Uma campanha publicitária sozinha não muda comportamento. Tem que ser parte de um pacote completo que inclui educação, cujos efeitos aparecem no médio e longo prazo, e repressão – explica Garcia, comparando a campanha de combate à pirataria com campanhas de prevenção à AIDS e de segurança no trânsito (“Se beber, não dirija”).

Garcia elogia o tom mais positivo da nova campanha. Em anos anteriores, o governo preferiu associar a pirataria ao crime organizado nas peças publicitárias, o que não funcionou bem, na avaliação do especialista.

– Prefiro a campanha atual do que as anteriores. A associação com o crime organizado não convenceu. O público achou o vínculo forçado – avalia Garcia. – Reforçar o lado positivo costuma funcionar melhor. Mas uma parte do discurso é frágil. Artistas famosos podem ser uma força para valorizar o trabalho de criação. O outro lado desta moeda é o risco de alguns pensarem: “ah, eles já ganharam dinheiro demais” – prevê o acadêmico.

Para o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, outra frente no combate à pirataria é o acesso universal aos bens. Barreto lembrou o baixo número de salas de cinema no Brasil e sua concentração em grandes cidades.

– A pirataria chega a ter mercados exclusivos no Brasil. É preciso atacar a oferta de produtos piratas combatendo a demanda, assim como acontece com as drogas. E para reduzir a demanda, é preciso oferecer acesso ao bem de alguma forma, seja em cinema, videolocadora, TV aberta ou fechada – acredita Luiz Paulo Barreto.

O presidente da Agência Nacional de Cinema (Ancine), Manoel da Costa Rangel, afirma que com renda e acesso, o brasileiro prefere consumir o produto original, até para se sentir incluído. Rangel acredita que além da campanha e da repressão, o setor audiovisual esforça-se para se rearranjar, oferecendo preços mais competitivos e se protegendo de vazamentos internos de conteúdo.

– O problema de acesso ao produto é importante, mas vejo esforços de solidariedade na cadeia econômica. DVDs e CDs são, sem dúvida, os produtos mais pirateados no Brasil – conclui Rangel, otimista ao observar o recorde de bilheteria de filmes nacionais em 2010.

 

Combate à pirataria começa com consumidor; R$ 1 bi já foram apreendidos neste ano

Fonte: InfoMoney; Yahoo Finanças – 03/12/2010

SÃO PAULO – Neste ano, a Receita Federal já apreendeu cerca de R$ 1,1 bilhão em produtos piratas. Somente nesta semana, a instituição realizou uma operação que destruiu mais de 2,7 toneladas em mercadorias irregulares.

Nesta sexta-feira (3), o órgão realizará mais um Mutirão Nacional de Destruição de Mercadorias, que deve destruir CDs, DVDs, cigarros, pneus usados, bebidas, cosméticos, preservativos, medicamentos e alimentos impróprios para consumo, além de produtos falsificados. O volume está avaliado em mais de R$ 156 milhões.

A ação é mais uma realizada em todo o País que visa o combate à pirataria, cujo dia é comemorado nesta sexta-feira (3). E embora medidas como estas sejam cada dia mais comuns no País, o consumo de produtos piratas cresce.

De acordo com pesquisa realizada pela Fecomércio-RJ (Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro), em parceria com a Ipsos, cerca de 70,2 milhões de brasileiros compram mercadorias falsificadas. A pesquisa mostra que o que motiva a compra desse tipo de produto é o baixo valor – fator que decide a compra de 94% dos consumidores.

Impactos reais

Os números ainda mostram que a conscientização dos consumidores sobre os impactos negativos da pirataria nos diversos segmentos da economia vêm caindo. Muitos questionam se, de fato, a comercialização de produtos falsificados tem grande relevância para suas vidas e causam danos reais.

O presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e secretário executivo do Ministério da Justiça, Rafael Favetti, não tem dúvidas. “A distribuição de produtos piratas envolve um impacto negativo imediato não apenas no comércio, na indústria, na saúde fiscal do governo, mas principalmente no quesito dignidade das pessoas”, diz.

Favetti lembra que é importante que o consumidor perceba que um produto pirata não tem qualquer garantia de segurança e ainda pode comprometer a saúde do consumidor. “Esse produto é uma mentira”, reforça.

Para o presidente do ICDE (Instituto de Combate à Fraude e Defesa da Concorrência), Rodrigo Lagreca, os impactos desse comércio paralelo são reais. “A pirataria impõe uma concorrência desleal entre as empresas e prejudica principalmente as pequenas e médias empresas, que empregam quase 70% da população”, afirma.

E a movimentação desse mercado é significativa. Os últimos dados sobre a economia subterrânea, mensurados pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), mostram que a economia informal movimentou R$ 650 bilhões em 2010 e cresceu na mesma velocidade que o PIB (Produto Interno Bruto). Os dados referem-se à economia informal que abrange a evasão de impostos, de contribuições para a seguridade social e do cumprimento de leis e regulamentações trabalhistas, além da produção de bens e serviços que não é reportada ao governo deliberadamente.

Os números expressivos mostram o potencial danoso dos produtos piratas, na avaliação de Lagreca. Ele explica que a pirataria faz girar um círculo nada virtuoso que começa e ao mesmo tempo termina com os consumidores. Os preços baixos os atraem, fazendo com que as vendas de empresas que se preocuparam em adquirir produtos certificados e autorizados diminuam, bem como sua produção. Essas quedas geram um recuo nas receitas dessas empresas, que acabam tendo de diminuir o quadro de funcionários – os consumidores.

Conscientização

E em qual ponto esse círculo pode ser quebrado? “O ponto chave é mudar o comportamento das pessoas frente a este ato ilícito”, afirma Lagreca, do ICDE. “É importante que o consumidor entenda que a sua ação particular nesse sentido causa danos”, reforça Favetti, do Ministério da Justiça.

Apesar de os números mostrarem que a conscientização do consumidor frente aos impactos negativos da comercialização de produtos piratas esteja caindo, o presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria acredita que essa percepção está aumentando. “O Brasil tem avançado no combate à pirataria e cada vez mais os consumidores têm consciência sobre esse ato”, diz Favetti.

Para Lagreca, a questão do preço mais baixo não é o único fator. “As pessoas compram produtos piratas não porque não podem pagar pelos originais, mas porque querem obter a vantagem individual de curto prazo, sem a preocupação de que isso pode ter consequências para o coletivo, inclusive para ele mesmo”, afirma.

Nesse quesito, Favetti diz que existem soluções, mas que elas não partem apenas de medidas do Governo, como isenções fiscais e tributárias. “O próprio mercado tem mecanismos para isso. Existem boas práticas para a redução de preços”. Uma delas, cita, é a comercialização de produtos licenciados – que não são originais, mas que não fazem parte do mercado de piratas.

“Todo mundo deve trabalhar junto. Não é só atribuição do governo fazer isso”, ressalta Lagreca. “Precisamos reforçar as campanhas de conscientização, porque a pirataria se soma à prática de direitos e deveres dos consumidores”, completa.

 

Seops recolhe produtos piratas e remove barracos ilegais na Feira dos Importados

Fonte: Mais Comunidade – Brasília/DF – 02/12/2010

A Secretaria da Ordem Pública e Social (Seops) deu início à primeira fase do plano de legalização total da Feira dos Importados de Brasília. A operação Choque de Ordem realizada pela Secretaria nesta quinta-feira (2) combateu o comércio ilegal promovido por ambulantes e a pirataria. A ação se iniciou às 6h, a fim de evitar a instalação da área pública externa da feira.

A equipe de atuação removeu 10 barracos de lona e madeira usados por ambulantes em frente à feira. Dentro das barracas foram encontrados freezers com bebidas alcoólicas, sucos e refrigerantes. Nenhuma mercadoria foi apreendida. Os agentes conversaram com os vendedores, solicitando a retirada dos produtos do local. Apenas nos casos em que os ambulantes não consigam fazer a retirada de itens, como freezers, cadeiras e mesas, a Seops fará a transferência para os endereços dos donos, utilizando caminhões cedidos pela Administração de Brasília.

Além de os barracos estarem em área pública, não apresentavam condições mínimas de higiene. Durante a remoção, foram encontrados ratos e baratas no comércio irregular.

Durante a operação, houve uma pequena resistência por parte de alguns vendedores, que incendiaram pneus e lixo, atrapalhando o tráfego de veículos nas vias próximas à feira. A Polícia Militar, porém, interveio, impedindo a manifestação. Um homem que causou confusão no local foi levado à 8ª Delegacia de Polícia do Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA).

Ainda foram apreendidos na ação cerca de mil CDs e DVDs piratas, em barracas ilegais. Todo o material foi levado para o depósito da Agência de Fiscalização (Agefis). Ao todo, 100 agentes da Seops, da Agefis, do Departamento de Trânsito (Detran), da Administração de Brasília, da Polícia Civil e da Polícia Militar participaram da operação.

 

Filmes publicitários marcam nova campanha nacional contra pirataria

Fonte: Ministério da Justiça – Brasília/DF – 02/12/2010

Brasília, 02/12/2010 (MJ) – A partir desta sexta-feira (3) mais de 600 salas de cinemas de todo o país passam a exibir antes do início das sessões os quatro filmes educativos lançados nesta quinta-feira (2) na Cinemateca, em São Paulo. A iniciativa do Ministério da Justiça e da Agência Nacional do Cinema (Ancine) faz parte da campanha nacional de combate à pirataria de audiovisuais. O Dia Nacional de Combate à Pirataria é comemorado no dia 3 de dezembro.

Presente no lançamento da campanha, o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, afirmou que a pirataria ajuda a financiar o crime organizado repudiado pelo cidadão. Barreto declarou, ainda, que “nada melhor do que o audiovisual para despertar a sensibilidade do povo brasileiro”. O ministro da Justiça destacou que o combate à pirataria é um exercício de cidadania. “Por isso, a utilização deste meio de comunicação é importante para transmitir ao consumidor o quanto é importante ser original. E a originalidade é uma característica do povo brasileiro”, defendeu.

A campanha tem o objetivo de promover ações e atividades voltadas ao combate à pirataria e aos delitos contra a propriedade intelectual. Nos filmes, artistas nacionais falam ao público da importância da participação da sociedade neste combate. Os protagonistas dos filmes da campanha reafirmam o respeito à originalidade do povo brasileiro como argumento em defesa dos direitos autorais.

O presidente da Ancine, Manoel Rangel Neto, enfatizou que a campanha trabalha com o conceito original, trabalha para mostrar o que é legal. “Estes filmes fazem parte de um compromisso e articulações das instituições brasileiras para preservar a atividade legalizada em detrimento da pirataria”, declarou.

O presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP) e secretário executivo do MJ, Rafael Favetti, chamou a atenção para a associação da pirataria ao crime. “Segundo todos os dados que temos de apreensões, quem faz e distribui esses produtos está ligado ao crime organizado”.

Um acordo de cooperação técnica que dá continuidade às ações educativas, econômicas e repressivas na área audiovisual foi assinado pelo ministro Luiz Paulo Barreto, o secretário executivo Rafael Thomaz Favetti e pelo presidente da Ancine, Manoel Rangel Neto. Todos os membros do CNCP estavam presentes no lançamento da campanha.

Pirataria

Pesquisa da Fecomércio/RJ sobre pirataria, divulgada nesta terça-feira (30), revela que, atualmente, 70,2 milhões de pessoas consomem produtos piratas no Brasil. O estudo mostra que houve um aumento de 13,8 milhões a mais do total de consumidores desses produtos com relação a 2006.

Entre os produtos piratas consumidos figuram de CD a cigarros. O porcentual de entrevistados na pesquisa da instituição que compra CD pirata chegou a 79%, seguido de DVD (77%); óculos (7%); calçados, bolsas ou tênis (7%); relógios (5%); roupas (6%); brinquedos (3%) e cigarros (4%). A pesquisa foi realizada em mil domicílios, em 70 cidades, sendo nove regiões metropolitanas.