Lançada primeira câmara de arbitragem especializada em questões de internet e tecnologia

O Brasil já conta com uma Câmara de Arbitragem independente para solução de litígios e conflitos envolvendo Internet, Tecnologia e E-commerce. Estabelecida desde 2013, a CIAMTEC – Câmara Internacional de Arbitragem e Mediação em Tecnologia da Informação, E-commerce e Comunicação iniciou suas atividades recentemente, atuando como um Tribunal de Arbitragem composto por especialistas em Leis e Direito aplicável à tecnologia da informação, que podem decidir controvérsias e questões jurídicas, desde que nomeados pelas partes, conforme orienta a Lei da Arbitragem.

Dentre os assuntos abordados pela CIAMTEC estão desde dinheiro virtual, fraudes e golpes eletrônicos até concorrência desleal, licitações em informática e projetos de TI. Além da resolução de eventuais disputas e problemas que eventualmente possam existir entre as partes, a Câmara poderá atuar também na mediação de conflitos, proporcionando a todas as partes rápido atendimento às suas necessidades.

Responsável pela arbitragem no estado de Goiás e segundo-secretário da CIAMTEC, Rafael Maciel destaca os benefícios do Juizado Arbitral, quando diz que “A arbitragem é regida no Brasil pela Lei 9.307/1996, porém poucos têm conhecimento dos benefícios da eleição de um árbitro de uma Câmara de Arbitragem, e vez de se valer do Juízo comum, como a economia, celeridade e flexibilidade, entre muitas outras vantagens. O litígio é resolvido rapidamente. Quando a questão envolve tecnologia, ainda, tem-se a garantia de se contar com árbitros com experiência no assunto, evitando-se insegurança jurídica e decisões errôneas”. Maciel afirma ainda que a Câmara também conta com peritos que dão suporte aos árbitros nas análises dos casos apresentados.

Fonte: Gazeta do Povo

Pirataria de softwares caiu 8% em cinco anos no País

Fonte: Paraná Online – Curitiba/PR – 08/10/2010

O dado é da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), cujos representantes participaram ontem, em Curitiba, de um evento de combate à pirataria realizado na sede do Ministério Público do Paraná (MP-PR), por iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Graças a ações educativas e de repressão, a pirataria de softwares no Brasil caiu 8% nos últimos cinco anos. Porém, os dados ainda são alarmantes. Só no ano passado, o País acumulou prejuízos na ordem de US$ 2,9 bilhões em função da violação de direitos de propriedade intelectual na área de tecnologia da informação.

No Paraná, o prejuízo foi de cerca de R$ 244 milhões. O Estado tem o quinto maior prejuízo do País, perdendo apenas para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

“Só para se ter uma ideia, se a pirataria de softwares caísse mais 10% no Brasil, os benefícios seriam a geração de 3,7 mil empregos diretos e indiretos, a indústria de tecnologia da informação movimentaria mais R$ 422 milhões e o País arrecadaria mais R$ 96 milhões em impostos”, diz o coordenador do grupo de defesa de prioridade intelectual da Abes, Antônio Eduardo Mendes da Silva.

Segundo ele, a maioria das pessoas, ao adquirirem produtos piratas, acreditam que estão levando vantagens. Porém, não imaginam os males que a atitude gera à economia nacional e a elas próprias.

“Quando alguém utiliza um software pirata, corre o risco de se expor a vírus e ter seu computador invadido por programas maliciosos que podem permitir que outras pessoas tenham acesso a seus dados pessoais. Na hora da compra de um computador, é importante saber se o software está incluindo e constando na nota fiscal, o que diminui os riscos de se levar para casa um produto pirata”.

Treinamento

Também no evento realizado no MP-PR, agentes públicos receberam treinamento para identificação de produtos piratas e orientações sobre como devem atuar durante a realização de grandes ações de combate.

“Nem sempre é fácil identificar os produtos piratas. Muitas vezes, eles são tão bem feitos que os agentes se sentem inseguros no momento da identificação. A falsificação atinge uma série de produtos, inclusive remédios, colocando em risco a saúde da população”, afirma a secretária executiva do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, Ana Lúcia Moraes.

 

Pirataria no Brasil já movimenta anualmente US$ 520 bilhões

Fonte: Jornal União – Londrina/PR – 08/10/2010

A pirataria movimenta anualmente, no Brasil, cerca de US$ 520 bilhões, contra US$ 360 bilhões que são movimentados, em média, pelo tráfico de drogas. A pirataria também financia uma série de outros crimes graves, como a lavagem de dinheiro, o tráfico de armas e o próprio narcotráfico, além de afastar investimentos externos, de afetar o mercado de trabalho, de causar sensíveis prejuízos à indústria nacional e comprometer a arrecadação tributária. Diante deste quadro, o Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual (CNCP), órgão vinculado ao Ministério da Justiça que reúne representantes do Poder Público e da sociedade civil, lançou ontem (7), no auditório da sede do Ministério Público do Paraná, em Curitiba, o projeto estratégico “Cidade Livre da Pirataria”. A iniciativa contempla pioneiramente Curitiba e deverá em breve ser implantada em Brasília e também em São Paulo, reunindo esforços da União, do Estado e do próprio Município, com incentivos para a criação de mecanismos locais de prevenção e repressão da atividade ilícita.

Um seminário de capacitação, ao longo de toda a quinta-feira, foi o primeiro movimento prático do projeto, dirigido a membros das policias civil e militar, a profissionais da Saúde e do Urbanismo do Estado e do Município, membros e servidores do Ministério Público, entre outros segmentos. A secretária executiva do Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP), Ana Lúcia de Moraes Gomes, abriu o seminário para apresentar um panorama do combate à pirataria no Brasil. Segundo ela, as práticas criminosas nesta área se sofisticaram extraordinariamente, e se antes se limitavam a produtos como CDs e DVDs, por exemplo, hoje praticamente tudo que pode gerar lucros é objeto de pirataria: medicamentos, preservativos, materiais cirúrgicos e próteses, peças de automóveis e de aviões, produtos de limpeza e higiene, roupas, alimentos. Diante dessa situação complexa, agravada diante da própria dimensão continental do país, que tem fronteira seca com outros dez países, ela defende ações coordenadas em torno de três vertentes: a repressiva, voltada contra a oferta dos produtos; a educativa, voltada para o desenvolvimento de campanhas que mostrem os malefícios da prática ilícita à população; e a econômica, no sentido de que se façam produtos originais mais baratos e acessíveis ao consumidor. “É fundamental despertar a população para o consumo consciente e responsável; despertar a reflexão sobre as vantagens de se optar por um produto autêntico, fabricado e comercializado legalmente”, destacou.

Antônio Borges, da Associação Antipirataria de Cinema e Música (APCM) participou do seminário falando sobre a pirataria de obras musicais e audiovisuais, setor em que o crime movimenta aproximadamente R$ 40 bilhões por ano. Segundo ele, na área de filmes, no Brasil, a pirataria chega a dominar 59% do mercado, ou seja, de cada 100 DVDs comercializados, cerca de 60 são falsificados, gerando prejuízos da ordem de US$ 198 milhões. O quadro é ainda mais grave quando se fala de música, uma vez que a pirataria responde por nada menos que 65% do mercado. “A situação fica ainda mais comprometida se considerarmos o grande e atualíssimo problema da pirataria virtual”, acrescentou.

Representante do setor de inteligência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Lorilei de Fátima Wzorek fez uma detalhada exposição sobre o problema da contrafação de marcas de medicamentos, apresentando a experiência da ANVISA nas ações de combate à falsificação de produtos sujeitos à vigilância sanitária – medicamentos, próteses, alimentos, cosméticos, entre outros. De acordo com ela, tem havido uma migração bastante considerável do tráfico de drogas para a área de medicamentos falsificados, e números levantados pela Interpol, em 2009, não deixam dúvidas quanto ao motivo das escolhas dos criminosos: um quilo de heroína equivale, no mercado, a US$ 3 mil, enquanto um quilo de Viagra falsificado equivale a US$ 75 mil. Os medicamentos voltados para o tratamento da disfunção erétil, a propósito, estão entre os mais falsificados atualmente, ao lado dos anabolizantes e dos remédios emagrecedores. São vendidos, segundo Lorilei, no mercado formal, em farmácias e drogarias, e também no mercado informal, por camelôs, em academias, feiras livres e pela internet. Para que se tenha uma dimensão do problema, em termos de escala, a perita da ANVISA lembra que em 2007 foram 620 as apreensões de medicamentos falsificados e contrabandeados. Em 2010, de janeiro a setembro, as apreensões foram 53.575, número ligeiramente superior ao correspondente a todo o ano de 2009 (quando foram 53.535 as apreensões).

Convênio entre o MP e o Conselho de Farmácia

Durante o seminário, um convênio foi firmado entre o Ministério Público do Paraná, representado pelo procurador-geral de Justiça, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, e pelo Conselho Regional de Farmácia, presidido por Marisol Dominguez Muro. O compromisso visa proporcionar ao Ministério Público assessoramento técnico-científico em atividades que necessitem de assunção de responsabilidade técnica, para instruir processos judiciais ou procedimentos administrativos que envolvam o Ministério Público. Em contrapartida, o convênio deve dar ao Conselho de Farmácia apoio dos membros do MP-PR, notadamente nas ações de fiscalização que visem apurar, em especial, ofensa a direitos relacionados ao consumidor ou à saúde – como no caso da comercialização de medicamentos falsificados e contrabandeados, por exemplo.

(Luiz Alberto Pena/Asimp/MP-PR)