Brasil e EUA criam grupos para superar impasses sobre propriedade intelectual

Por ETCO

Fonte: Brasil Econômico – São Paulo/SP – 04/05/2010

O Brasil e os Estados Unidos anunciaram hoje (3) em Brasília que incentivarão parcerias entre empresas dos dois países com foco na inovação e na retomada do comércio bilateral.

Para isso, foram criados grupos de trabalho dedicados à eliminação da burocracia no registro recíproco de patentes, ao desenvolvimento de tecnologias ecológicas, à promoção de serviços e à padronização técnica de produtos.

“A iniciativa chamada diálogo comercial, aberta em 2008, alcançou importante avanço, que resultará em mais investimentos entre os países e até a busca conjunta de terceiros mercados”, disse Francisco Sanchez, subsecretário de administração de comércio exterior do Departamento de Comércio dos EUA, em sua primeira viagem internacional no cargo.

O Secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Welber Barral, que participou de dois dias de reuniões com Sanchez, chamou o acordo de histórico.

Uma das expectativas das autoridades é ver os EUA retomarem a posição de principal parceiro comercial do Brasil, perdida em 2009, em razão da crise financeira mundial.

“Teremos nova reunião em setembro, mas temos a certeza de um contato mais constante para solucionar problemas mais imediatos”, disse. Para isso, agências de inovação e de registro de propriedade industrial dos dois lados irão cooperar nas áreas de transferência tecnológica, serviços, energia e cadeia sustentável de fornecimento.

Barral cita o caso de maquinário e medicamentos que deixam de ser exportados por falta de especificação comum. Um dos setores considerados de maior potencial para desenvolvimento é o de franquias, que tem a liderança mundial do mercado americano e o brasileiro na quinta posição.

Retaliação


Sanchez ressaltou que o embate dos dois países na Organização Mundial de Comércio (OMC) envolvendo os subsídios americanos ao algodão é uma questão de momento, que não atrapalha o planejamento comercial estratégico e de longo prazo.

“Reconhecemos a importância e a interdependência dos nossos mercados e o papel que a agregação de valor desempenha no aumento da competitividade e no crescimento econômico”, disse ele, sem querer explicitar a posição como uma reação ao avanço chinês no mundo.

A superação de impasses relacionados ao tema propriedade intelectual serviria, segundo ele, de um dos motores da cooperação comercial.

“Em qualquer relação madura, teremos desacordos, mas o diálogo comercial é oportunidade para crescermos e superarmos qualquer desacordo conjuntural que venhamos a enfrentar”, acrescentou.