Empresas discutem como combater a pirataria

Representantes de diversos segmentos vão propor ao governo soluções para reprimir o crime

João Sorima Neto Jornal o Globo - 05/04/24
08/04/2024

Setores da economia afetados por pirataria e falsificação de produtos estão unindo esforços para intensificar o combate a esse tipo de crime, diante do aumento significativo de casos nos últimos anos.
Em encontro realizado ontem em São Paulo, representantes de segmentos como audiovi-sual, produtores de conteúdo, combustíveis e vestuário, entre outros, iniciaram mobilização para trabalhar com troca de informações e ações junto ao poder público, a fim de mostrar como a pirataria afeta não só as empresas, como também a população.

— São menos hospitais públicos, ou menos empregos provocados pela sonegação de impostos e pela falsificação de produtos ou pirataria de sinal de tevê, por exemplo. Cada setor vem fazendo seu trabalho, masaideia é que possamos trabalhar juntos na mesma direção para combater essas ilegalidades —diz André Dias, diretor de Relações Institucionais e Projetos Especiais da Globo, que organizou o encontro.
Os números levantados pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade
(FNCP) mostram que, em 2022, o mercado ilegal cresceu 34,2% em relação a 2021, provocando perdas de R$ 410 bilhões à economia, envolvendo sonegação de impostos, venda de produtos falsos, violação de direitos autorais. Os números foram levantados junto a 14 setores, e o valor corresponde a duas vezes e meia o volume de recursos de que o governo precisa (R$ 168 bilhões) para fechar 2024 com déficit zero.
Edson Vismona, presidente do FNCP, observa que a população precisa se conscientizar de que, ao comprar cigarros falsificados ou combustível adulterado, está financiando o crime organizado e as milícias, que vêm dominando essas atividades ilegais.
— A união entre setores afetados, sociedade e poder público é fundamental para combater esse mercado irregular — afirma Vismona.