Aumento do emprego formal faz Índice de Economia Subterrânea cair para 17,2%
São Paulo, 01 de dezembro de 2011 – O Índice de Economia Subterrânea divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) em conjunto com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), atualizado com os dados da PME (Pesquisa Mensal de Empregos), apresenta uma queda de 1,1 % no ano de 2011 em relação a 2009. Depois de passar 2 anos (2008 e 2009) crescendo com velocidade próxima a do PIB, a economia subterrânea acentua a taxa de queda, atingindo, pela primeira vez, a casa dos 17,2%.
A análise de valores absolutos apresenta também um decréscimo. Com a atualização, a estimativa do Índice de Economia Subterrânea de 2011 ficou em R$ 653,4 bilhões.
Tamanho da Economia Subterrânea | |||||
% PIB | Em Milhões de Reais | ||||
Reais Correntes | Reais a Preços de 2010 | ||||
2003 | 21.0% | 357388,7 | 571965,3 | ||
2004 | 20.9% | 405317,3 | 600410,4 | ||
2005 | 20.4% | 438417,5 | 605769,5 | ||
2006 | 20.2% | 478455,2 | 622789,6 | ||
2007 | 19.5% | 518520,1 | 637527,1 | ||
2008 | 18.7% | 566624,2 | 643102,7 | ||
2009 | 18.5% | 589690,9 | 632971,1 | ||
2010 | 17,7% | 651735,4 | 651735,4 | ||
2011 (*) | 17,2% | 653417,8 | 613537,8 | ||
Fonte: IBRE/FGV e ETCO (Crescimento do PIB em 2011 de 10% (3,5% e 6,5% de inflação) | |||||
“Em junho já era possível intuir que essa queda ocorreria. Era necessário, entretanto, que tivéssemos a atualização dos dados em emprego para confirmar os cálculos e fechar a previsão, que está confirmada com o Índice hoje apresentado”, afirma o pesquisador do Ibre/FGV, responsável pelo estudo, Fernando de Holanda Barbosa Filho. Em sua análise, ele reafirma que o acesso ao crédito continua sendo o maior motivador da formalização do emprego por parte dos empregados. “Já para os empregadores, além do acesso ao crédito, outro fator de influência é a consistência do crescimento econômico do País”, avalia Barbosa Filho.
Para o presidente-executivo do ETCO, Roberto Abdenur (foto), “apesar de o Brasil ainda ter um enorme caminho pela frente, no sentido de expurgar da sociedade os desvios que produzem esse valor exorbitante à margem da economia formal, o País começa a traçar uma trajetória de modernização institucional que nos coloca otimistas em relação ao futuro”.
“É dever dos poderes públicos e autoridades, como, de resto, de toda a sociedade, manter um olhar crítico e constante sobre os números hoje apresentados. É o momento de nos apossarmos deste salutar avanço da economia brasileira e dar continuidade a uma política econômica que tem contribuído para melhorar esse quadro”, conclui Abdenur.
A informalidade, além de suas relações com o crime organizado e de precarizar as relações de trabalho, traz prejuízos diretos para a sociedade, cria um ambiente de transgressão, e estimula o comportamento econômico oportunista, com queda na qualidade do investimento e redução do potencial de crescimento da economia brasileira. Além disso, provoca a redução de recursos governamentais destinados a programas sociais e a investimentos em infraestrutura.