A corrupção como entrave ao desenvolvimento

Notícias sobre corrupção estão se tornando cada vez mais constantes no Brasil, causando aversão e revolta no povo brasileiro. Seu impacto vai muito além das manchetes e gera um grande e ainda pouco conhecido efeito na economia do país.

No livro Corrupção – Entrave ao Desenvolvimento do Brasil, o jornalista Oscar Pilagallo exibe o caminho percorrido pela sociedade para chegar ao estágio atual e mostra o que deve ser feito para mudar o cenário da política nacional. Com uma abordagem tanto histórica quanto prospectiva, o livro trata a corrupção sobretudo como um obstáculo ao desenvolvimento econômico pois ela subtrai recursos das políticas públicas, causa deformações no ambiente de negócios e fortalece a cultura da leniência com as transgressões.

A obra foi construída a partir da compilação das palestras apresentadas no seminário “O Impacto da Corrupção sobre o Desenvolvimento”, realizado pelo ETCO, em parceria com o jornal Valor Econômico, em agosto de 2012, em São Paulo, que reuniu representantes de diversos setores da economia e da sociedade brasileira em torno do tema.

Desafios e avanços no combate à corrupção são discutidos em lançamento de livro do ETCO

A ex-ministra do STF Ellen Gracie, o jornalista Oscar Pilagallo e o Presidente Executivo do ETCO, Roberto Abdenur, destacaram a importância do tema no lançamento de “Corrupção – Entrave ao Desenvolvimento do Brasil”

O lançamento do livro “Corrupção – Entrave ao Desenvolvimento do Brasil”, no dia 14 de agosto em São Paulo, reuniu em uma mesa-redonda a ex-ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie Northfleet, o jornalista e autor do livro, Oscar Pilagallo, e o Presidente Executivo do ETCO, Roberto Abdenur. No encontro, eles ressaltaram que o impacto da corrupção atinge não apenas a economia, mas toda a sociedade brasileira.

“Hoje, a corrupção é mais facilmente localizada, o brasileiro tem maior consciência de sua existência e há mais instrumentos para combatê-la”, disse Ellen Gracie.

Entre os instrumentos de combate a esse mal está a Lei Anticorrupção, que permite punir empresas – e não apenas seus representantes, pessoas físicas – que pratiquem atos contra a administração pública. O texto garante o ressarcimento do prejuízo causado aos cofres públicos por atos de improbidade. Proposto pelo Poder Executivo, e tendo o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) como relator, a lei foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff em 1º de agosto, com três vetos. Por conta desses vetos, volta a tramitar no Congresso.

“A nossa lei é mais ampla que em muitos outros países”, afirmou Abdenur. A questão é agilizar os processos na Justiça. Nos Estados Unidos, segundo Abdenur, um caso de corrupção é julgado em no máximo um ano, ao passo que, no Brasil, chega a levar uma década.

O julgamento do Mensalão também representa um avanço no combate à corrupção, concordaram os debatedores. Ellen Gracie observou que foi o primeiro caso julgado apenas pelo STF. A uma plateia atenta, explicou por que acredita que não haverá novo julgamento. Mas destacou que deve ser respeitado e preservado o direito de defesa dos réus. “O Judiciário não é uma máquina de condenar, é uma máquina de julgar.”

Tanto Ellen Gracie quanto Abdenur e Pilagallo mencionaram as manifestações populares iniciadas em junho no Brasil, que apresentaram o combate à corrupção como uma de suas bandeiras. A ministra lembrou que, segundo as pesquisas, 82% dos brasileiros apoiaram os protestos. “A principal bandeira era a mobilidade urbana, mas também a saúde, a educação e a exigência de um combate efetivo à corrupção.” Para ela, o desejo de manter o movimento longe dos partidos políticos também merece destaque.

Para Pilagallo, o aumento da escolaridade do brasileiro levou a uma maior percepção da corrupção e da indignação contra esse desvio de conduta. “Os jovens vão tendo acesso a novos meios de informação e formam uma consciência crítica mais aguda”, afirmou.

Mas Pilagallo, que mergulhou no assunto para escrever o livro compilando os debates do seminário realizado há um ano pelo ETCO em parceria com o jornal Valor Econômico, contextualizou a percepção de corrupção maior. “Dizem que a corrupção tem aumentado muito. Ela pode até ter aumentado, mas não temos bases concretas para fazer essa afirmação”, observou. “O Brasil não está entre os países mais corruptos do mundo, segundo os dados da ONG Transparência Internacional.”

O Índice de Percepção da Corrupção da Transparência Internacional, publicado desde 1995, mostrou que, em 2012, quando se iniciou o julgamento do Mensalão, o Brasil ficou em 69º lugar entre 176 países analisados. Com 43 pontos, um pouco abaixo da média internacional, de 43,3 pontos, o País dividiu com a África do Sul a liderança entre os Brics, e ficou em 3º lugar na América do Sul. Entre os Brics, a China ficou em 80º lugar, a Índia em 94º e a Rússia, na lanterna, em 133º. Na América do Sul, os dois países mais bem classificados foram Chile e Uruguai, ambos em 20º lugar. O Brasil ficou bem à frente de países como Peru (83º), Colômbia (94º), Argentina (102º), Bolívia (105º), Equador (118º), Paraguai (150º) e Venezuela (165º).

Pilagallo lembra que muito tem sido feito no Brasil desde meados dos anos 1990 para combater a corrupção, mas muito mais ainda está por ser feito. Maior transparência e prestação de contas de governos e empresas, intolerância com situações de transgressão e elevação dos índices democráticos – tudo isso é fundamental no combate à corrupção.

O impacto da corrupção na economia

Blog do jornalista Frederico Vasconcelos, da Folha de S.Paulo, 28/07/13

POR Frederico Vasconcelos

Será lançado no dia 14/8 o livro “Corrupção – Entrave ao Desenvolvimento do Brasil”, uma publicação conjunta do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) e da editora Elsevier (*).

Na obra, o jornalista Oscar Pilagallo faz uma compilação das palestras realizadas pelo ETCO em agosto de 2012, em parceria com o jornal “Valor Econômico“, sobre o impacto da corrupção no desenvolvimento econômico.

Segundo os organizadores, as notícias sobre corrupção, cada vez mais constantes, causam aversão e revolta na população, mas seu impacto vai muito além das manchetes e gera um grande e ainda pouco conhecido efeito na economia.

Numa abordagem histórica e prospectiva, a corrupção é tratada no livro como um obstáculo ao desenvolvimento: ela subtrai recursos das políticas públicas, causa deformações no ambiente de negócios e fortalece a cultura da leniência com as transgressões.

“Esperamos, com a publicação desse livro, contribuir concretamente para o fortalecimento desse combate, para o aprimoramento de nossa sociedade e das instituições no Brasil”, afirma Roberto Abdenur, presidente executivo do ETCO, que assina o prefácio.

O lançamento do livro, com sessão de autógrafos, será precedido por debate com a participação do autor, da ex-ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie, e do presidente e diretores do ETCO.

O ETCO é uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 2003 com o objetivo de identificar, discutir, propor e apoiar ações, práticas e projetos que resultem em melhoria concreta do ambiente de negócios no Brasil.

Oscar Pilagallo é autor dos livros “História da Imprensa Paulista“, “A Aventura do Dinheiro“, “Direito e Economia” e “Tributo ao Mercado“, entre outros.

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(*) Lançamento: Dia 14/8, às 19h, na Livraria da Vila do Shopping JK Iguatemi, São Paulo.

ETCO lança em São Paulo o livro “Corrupção – Entrave ao Desenvolvimento do Brasil”

Em agosto de 2012, o ETCO realizou o seminário internacional O impacto da corrupção sobre o desenvolvimento, em parceria com o jornal Valor Econômico, reunindo representantes de diversos setores da economia e da sociedade brasileira.

Tomaram parte no seminário os maiores especialistas no tema: o Deputado Federal Carlos Zarattini (PT/SP); o cientista político Cristiano Noronha; o escritor Demétrio Magnoli; Ellen Grace Northfleet, ex-Presidente do STF; Jorge Hage Sobrinho, Ministro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da União; José Augusto Coelho Fernandes, Diretor da CNI; Josmar Verillo, Vice-Presidente da Amarribo; Marcílio Marques Moreira, Presidente do Conselho Consultivo do ETCO; Otaviano Canuto, Vice-Presidente do Banco Mundial; Paulo Rabello de Castro, coordenador do Movimento Brasil Eficiente; Rita de Cássia Biason, Coordenadora do Grupo de Estudos sobre Corrupção da Universidade Júlio de Mesquita Filho; Roberto Abdenur, Presidente Executivo do ETCO; Roberto Romano, professor de Ética e Filosofia da Unicamp; e Rolf Alter, da OCDE.

As discussões produzidas nesse seminário renderam material para que o jornalista Oscar Pilagallo escrevesse o livro Corrupção – Entrave ao Desenvolvimento do Brasil. O livro mostra que a corrupção é, ao mesmo tempo, fator e justificativa de desvios de conduta. Sonegação fiscal, comércio ilegal e informalidade, por exemplo, são manifestações, ou desdobramentos, de diversas formas de corrupção, ativa ou passiva.

O livro será lançado no dia 14 de agosto, na Livraria da Vila do Shopping JK Iguatemi, em São Paulo. Um debate sobre o tema Corrupção antecederá a sessão de autógrafos e contará com as presenças do autor do livro, do Presidente Executivo do ETCO, Roberto Abdenur, e da ex-Ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Ellen Gracie Northfleet, que participou do seminário que deu origem ao livro.

Agenda

Lançamento do Livro Corrupção – Entrave ao Desenvolvimento do Brasil
Data: 14 de agosto de 2013
Horário: 19h
Local: Livraria da Vila do Shopping JK Iguatemi
Endereço: Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 2.041, 2º andar, São Paulo (SP)

Corrupção, Ética e Economia

Nos últimos cinco anos, André Franco Montoro Filho se dedicou ao estudo tanto das vantagens do comportamento ético como dos prejuízos sociais e econômicos acarretados pela corrupção, sonegação e demais modalidades de transgressões. Reunindo escritos que o autor produziu ao longo desses anos, esta obra evidencia a importância da ética em uma economia conturbada e os enormes prejuízos causados pela percepção generalizada da corrupção nas instituições. O autor abrange assuntos como ética concorrencial, o papel do direito, os desvios da corrupção e a insatisfação das soluções meramente legislativas. Através de textos breves e reflexões argutas, Montoro demonstra o desencadeamento de formas muito reais de desigualdade econômica e social, de desequilíbrio burocrático e distorção legal, de disfunções comportamentais e corrupção, que comprovam uma cisão entre ética, política e direito. Seu principal objetivo é oferecer aos leitores caminhos viáveis para a superação destes problemas.