Arquivos de áudio

Entrevistas e notícias

2014

27/05/2014 – Rádio CBN
Ouça a entrevista com o Presidente Executivo do ETCO Evandro Guimaraes, concedida ao Jornalista MILTON JUNG no Jornal da CBN hoje, dia 27 de maio – 7h

2013

06/06/2013 – Rádio Nacional de Brasília
Ouça a entrevista de Roberto Abdenur à Rádio Nacional de Brasília sobre o Ciclo de Debates 10+10

2012

27/11/2012 – Rádio CBN – IES
Roberto Abdenur fala à CBN sobre Índice de Economia Subterrânea

O Presidente Executivo do ETCO – Roberto Abdenur, cedeu uma entrevista à Rádio CBN no dia 18/12/12 onde fala sobre o Índice de Economia Subterrânea e a estagnação de seus resultados no último estudo realizado.

 

27/11/2012 – Rádio Jovem Pan – Economia Informal
Jornal da Manhã: Índice de Economia Subterrânea

No programa Jornal da Manhã os apresentadores Roberto Muller e Leonardo Muller falam sobre o Índice de Economia Subterrânea realizado pela FGV e Instituto ETCO

 

27/11/2012 – Rádio Jovem Pan – IES
Jornal da Manhã: Índice de Economia Subterrânea

No programa Jornal da Manhã os locutores Roberto Muller e Leonardo Muller apresentam dados do Índice de Economia Subterrânea realizado pela FGV e Instituto ETCO

 

27/11/2012 – Rádio CBN – IES 0:20
CBN fala sobre Economia Informal

O jornal da CBN comenta sobre alguns números apresentados no Índice de Economia Subterrânea realizado pela FGV e Instituto ETCO

 

27/11/2012 – Rádio CBN – IES 1:28
CBN fala sobre Economia Informal

Durante o programa Repórter CBN são apresentados dados obtidos no levantamento do Índice de Economia Subterrânea realizado pela FGV e Instituto ETCO

 

27/11/2012 – Rádio Band News
Band News: Economia Informal movimenta 17% do PIB nacional

Na Band News os apresentadores conversam sobre Economia Informal e sobre o Índice de Economia Subterrânea realizado pela FGV e Instituto ETCO

 

 

27/01/2012 – Entrevista do presidente do ETCO, Roberto Abdenur, à Rádio Jovem Pan sobre práticas ilegais no setor de combustíveis – Este arquivo de áudio também está disponível aqui em formato Windows Media (wma)

2010

28/07/2010 – Economia subterrânea – Ricardo Amorim – Rádio Eldorado

26/07/2010 – Economia informal – André Franco Montoro – Rádio Nacional DF

21/07/2010 – Índice de Economia Subterrânea – André Franco Montoro – Rádio Eldorado

21/07/2010 – Estudo da FGV sobre economia subterrânea – Rádio CBN

21/07/2010 – Economia informal movimentou 578 bilhões no Brasil (1) – Rádio Band News

21/07/2010 – Economia informal movimentou 578 bilhões no Brasil (2) – Rádio Band News

2009

02/12/2009 – São Paulo intensifica o combate à pirataria – Rádio Band News

02/12/2009 – Crise financeira favorece o crescimento da economia informal – Jovem Pan

01/12/2009 – FGV divulga o IPC-S – Economia subterrânea – Rádio Eldorado

01/12/2009 – Economia informal cresceu 0,9% sobre o PIB no 1º semestre – Rádio CBN

01/12/2009 – Cidade livre de pirataria e do comércio Ilegal – Rádio CBN

01/12/2009 – Curitiba será a primeira cidade do projeto Cidade livre de pirataria – Band News

30/11/2009 – Curitiba será a primeira cidade livre de pirataria e do comércio ilegal – Band News

04/06/2009 – Debate – Programa Gente Que Fala – Rádio Trianon

14/05/2009 – Entrevista com André Franco Montoro Filho – Rádio CBN

2008

30/09/2008 – Entrevista com André Franco Montoro Filho – Rádio Eldorado

30/09/2008 – Entrevista com André Franco Montoro Filho – Rádio Trianon

22/07/2008 – Impostos – Entrevista com André Franco Montoro Filho – Rádio CBN

04/06/2008 – André Montoro fala sobre a venda da Varig – Rádio Eldorado

17/04/2008 – Índice da Economia Subterrânea – Rádio Cultura

01/04/2008 – Entrevista com André Franco Montoro Filho – Rádio Nacional

28/03/2008 – André Franco Montoro Filho fala sobre possível elevação da taxa básica de juros que poderá ser feita pelo Banco Central – Rádio Eldorado

11/03/2008 – Entrevista com André Franco Montoro Filho – Rádio Roquette Pinto

10/03/2008 – Entrevista com André Montoro sobre a economia informal no Brasil – CBN

07/03/2008 – Entrevista com André Franco Montoro Filho – Rádio Band AM

2007

10/09/2007 – José Nêumanne – alta incidência de sonegação de impostos – Jovem Pan

16/08/2007 – Entrevista – André Franco Montoro Filho – Rádio CBN

 

Mais áudio: Spots institucionais do ETCO

Estudos e pesquisas

Uma das principais ferramentas estratégicas de atuação do ETCO é a constante reflexão sobre os mais diversos temas. Por isso, o Instituto promove e incentiva estudos e pesquisas celebradas em parcerias com renomadas instituições, como a consultoria McKinsey, a Fundação Getulio Vargas (FGV), a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e o Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais).

Índice da Economia Subterrânea (IES)

Pandemia afeta atividade informal no Brasil e derruba indicador

Pesquisa ETCO-IBRE/FGVrevela o tamanho da economia subterrânea

Economia subterrânea no Brasil, movimentou algo próximo a R$ 1,2 trilhões de reais, maior que o PIB de países como Suíça e Suécia

Estudos recentes

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As opiniões emitidas nestas publicações são de exclusiva e de inteira responsabilidade do(s) autor(es), não exprimindo, necessariamente, o ponto de vista do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial – ETCO.

É permitida a reprodução destes textos e dos dados neles contidos, desde que citada a fonte. Reproduções para fins comerciais são proibidas.

Economia Subterrânea cresce no mesmo ritmo do PIB

Fonte: Revista ETCO, No 18, Janeiro 2011

No coração do Brasil bate uma Argentina. O tamanho da Economia Subterrânea no Brasil soma mais de 600 bilhões de reais, o equivalente ao total de todas as riquezas produzidas no país vizinho. Recursos que escapam da engrenagem econômica formal e assim alimentam os problemas sociais, dificultam a escolha de políticas públicas e promovem uma competição desigual entre as firmas da economia formal e informal.
Depois de passar cinco anos – entre 2003 e 2008 – crescendo menos que o PIB,a Economia Subterrânea cresceu com a mesma velocidade do Produto Interno Bruto (PIB), revela o Índice da Economia Subterrânea divulgado no dia 24 de novembro pelo ETCO e pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), responsável pelo estudo, com a revisão de 2009 e atualização para 2010. A relação do Índice com o PIB parou de cair, mostrando uma tendência de estabilização na casa dos 18,6%. Isso significa que, nos últimos três anos, a Economia Subterrânea cresce na mesma proporção que o PIB, o que é preocupante para a economia do país.

Informalidade: tamanho da Economia Subterrânea

Em valores absolutos, a Economia Subterrânea brasileira ultrapassa, em 2010, a marca de 650 bilhões de reais. O valor equivale a quase toda a riqueza gerada por dois dos três Estados mais ricos do país – Minas Gerais e Rio de Janeiro. O índice leva em conta uma previsão de crescimento de 7,5% do PIB e inflação de 5% em 2010.

A estimativa da Economia Subterrânea brasileira em 2003 era igual a 21% do PIB e veio numa redução gradativa até 2009, quando registrou 18,7% do PIB. Apesar da redução como fração do PIB, em valores reais houve um crescimento de 19,8% em relação ao ano de 2003, quando atingia 523 bilhões de reais.

Na avaliação do presidente executivo do ETCO, André Franco Montoro Filho, o crescimento da economia tem um duplo e antagônico efeito sobre a informalidade. “De um lado o crescimento gera uma modernização institucional que estimula a formalização das atividades econômicas, mas de outro o crescimento da renda aumenta o consumo de bens e serviços, inclusive os produzidos na Economia Subterrânea. Os resultados divulgados mostram que o segundo efeito tem sido predominante nos últimos anos”, afirmou André Montoro, ao comentar os números.

É, portanto, urgente que o novo governo faça uma profunda reflexão sobre as razões dos atuais resultados, para que sejam elaboradas políticas públicas realmente efetivas, de modo que a importância da Economia Subterrânea no Brasil se torne gradativamente menor. Para estimar o tamanho desta parte submersa da economia, o índice Ibre/ETCO usou dois métodos distintos: o método da demanda por moeda e o da informalidade no mercado de trabalho. O método monetário estima uma equação de demanda por moeda que, além das variáveis clássicas como a taxa de juro nominal e o produto real per capita, adiciona var iáveis que explicam a demanda por moeda devido à existência da Economia Subterrânea.

Atividades que fogem ao controle do Estado costumam trabalhar com mais “dinheiro vivo” do que atividades formais da economia e, por isso, elevariam a demanda por papel-moeda. Essa é a justificativa para a utilização do método monetário. A estimativa do tamanho da Economia Subterrânea é, portanto, resultado da demanda total por moeda e a demanda por moeda descontados os fatores da Economia Subterrânea. A metodologia que se vale de indicadores do mercado de trabalho usa dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (Pnad) para estimar a participação do número de trabalhadores sem carteira entre os trabalhadores empregados e a participação da renda dos trabalhadores sem carteira na renda total dos trabalhadores empregados. Como a participação da renda do trabalho na renda total da economia brasileira gira em torno de 60%, a Economia Subterrânea é obtida através da média dessas medidas multiplicada por 60%.

Por último, estima-se o tamanho da Economia Subterrânea pela média dos dois métodos: o método monetário e a informalidade no mercado de trabalho. Um fator importante na redução do tamanho da Economia Subter rânea como proporção do PIB é a consciência que a população vai tendo dos prejuízos da informalidade e da ligação dessa Economia Subterrânea com a criminalidade. Essa conscientização, exigindo nota fiscal e não comprando produtos de origem ilegal, está ajudando a reduzir o peso da Economia Subterrânea. “Economia informal é uma leniência da nossa linguagem coloquial, pois se trata de ato ilegal a ser combatido”, declarou Fábio Barbosa, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) num artigo publicado em agosto de 2010 no jornal Folha de S. Paulo. Barbosa, para quem o estudo do ETCO e FGV veio em boa hora, diz que mesmo com a tendência de queda na informalidade apontada pelo estudo, “não há notícias de que esse caminho tenha inviabilizado setores, ou causado grandes estragos na economia”.

No Brasil, uma parte importante da economia subterrânea agrega a economia informal que, em geral, é definida como os trabalhadores que não possuem carteira assinada ou os que não contribuem para a Previdência Social. Segundo Barbosa Filho, pesquisador do Ibre, a economia informal é facilmente observada. As estatísticas oficiais sobre a economia informal indicam o quão regulado é o mercado de trabalho brasi leiro, que coloca em torno de 30% de seus empregados na informalidade.

A Economia Subterrânea no Brasil é uma herança de um país ainda institucionalmente pouco desenvolvido, pouco maduro do ponto de vista social. A análise é do Embaixador Marcílio Marques Moreira, Presidente do Conselho Consultivo do ETCO. “Do ponto de vista da pessoa física seria necessária uma mudança diante da leniência com as transgressões de todo tipo, tanto na política quanto na economia”, diz Moreira. O Embaixador lembra que no campo político há alguns sinais recentes de melhoria como a Lei da Ficha Limpa, mas “nós precisamos de uma lei da ficha limpa também para aqueles que agem na área econômica”, diz.

A alta carga tributária e a corrupção são as principais causas da informalidade

“Quando o apito da fábrica de tecidos

Vem ferir os meus ouvidos

Eu me lembro de você”

A amada fazia pano e o poeta, junto ao piano, tirava versos de um dos setores mais tradicionais da economia. Os napolitanos não têm uma imagem tão poética de uma fábrica de tecidos como cantou o Poeta da Vila, Noel Rosa, na composição “Três apitos”. A imagem dos tecidos fabricados em Nápoles está na prosa do jornalista Roberto Saviano, autor do livro Gomorra, com mais de 1 milhão de exemplares vendidos, que mostra o alcance da máfia napolitana na economia italiana e sua expansão mundo afora. Conta Saviano que o terninho branco que cobria o corpo da atriz Angelina Jolie durante a cerimônia do Oscar em 2001 foi cortado em panos da Camorra, a máfia napolitana que controla o sistema fabril da região de Nápoles, usado por algumas grifes internacionais na terceirização de parte de suas produções. Angelina, reconhecida pelo seu engajamento social, ganhou o terninho de presente de um costureiro italiano e provavelmente não tinha noção da origem do tecido que carregava pelo tapete vermelho, mas a cena é emblemática quando se fala sobre os tentáculos do crime organizado na Economia Subterrânea.

Enquanto para o carioca Noel Rosa, que teria completado 100 anos em 2010, o que de pior aconteceu foi dor de amor:

“Que eu sofro cruelmente

Com ciúmes do gerente

Impertinente”

Para o jornalista italiano, as consequências de sua prosa foram mais graves. Saviano vive sob escolta permanente de cinco policiais, desde 13 de outubro de 2006. Ele muda constantemente de endereço, e não frequenta lugares públicos, em virtude de ameaças de morte feitas por mafiosos. Vito Tanzi, renomado economista consultor do Banco Mundial, costuma recorrer à emblemática imagem de Angelina Jolie e seu terninho para ilustrar o tamanho da Economia Subterrânea em pleno século XXI e seu alcance mesmo até a pessoas de boa-fé.

A Economia Subterrânea é o conjunto de atividades não declaradas ao governo que visam evadir impostos, evadir contribuições para a previdência social, evadir o cumprimento de leis e regulamentação trabalhistas ou evitar custos decorrentes do cumprimento de normas aplicáveis em determinada atividade. Descrita assim, a Economia Subterrânea até parece coisa do Zé Carioca, o papagaio brasileiro e malandro criado por Walt Disney que vive de ludibriar, mentir, enganar, sempre procurando levar vantagem em todas as situações. Na vida real, contudo, ela é mais sangrenta e a figura do papagaio boa-praça é suplantada por crimes violentos.

Tanzi foi um dos palestrantes do seminário internacional Economia Subterrânea – Causas e Consequências, promovido pelo Instituto ETCO em 2008. Na ocasião, empresários, acadêmicos e autoridades governamentais estiveram reunidos com duas das maiores autoridades no tema: Tanzi, um dos primeiros pensadores econômicos a estudar a Economia Subterrânea, há quase 30 anos; e o professor austríaco Friedrich Schneider, catedrático da Universidade de Linz, na Áustria. Segundo Tanzi, a Economia Subterrânea existe desde a formação do Estado, quando começou a haver a necessidade de tributação, mas só entrou no debate econômico a partir da década de 70, quando passou a crescer à medida que aumentava o peso dos impostos, das normas, da burocracia e da corrupção. Ele é pioneiro na investigação deste tema e um de seus estudos se tornou referência na metodologia de avaliação da Economia Subterrânea.

Nos últimos anos, o ETCO investiu capital financeiro e intelectual na construção de um dos maiores dossiês hoje disponíveis no Brasil sobre a Economia Subterrânea (os trabalhos estão em https://www.etco.org.br/index. php). O objetivo desses estudos, seminários e debates promovidos pelo ETCO é encontrar caminhos e ideias que possam levar à redução da informalidade no Brasil. “A sonegação, a informalidade e outros desvios de conduta desvirtuam o ambiente de negócios, afastam investimentos e reduzem o crescimento”, diz o professor André Montoro Filho, presidente executivo do ETCO. Daí a necessidade de entender como funciona a Economia Subterrânea para conseguir identificar as formas mais eficientes de combate. Nesses anos de estudo e intensa investigação, ficou claro o quanto a complexidade normativa, a alta carga tributária e a corrupção contribuem para alimentar a informalidade. Para o professor Fiederich Schneider, que criou uma metodologia de cálculo para estimar a Economia Subterrânea de um país, o Brasil precisa de reformas mais profundas nas questões tributária e previdenciária para diminuir o impacto da chamada economia invisível. Outra fonte de energia importante para a informalidade é a mão pesada do governo nas relações trabalhistas. A desoneração da folha de pagamentos é outro tema de suma importância para a redução da informalidade no Brasil.

O professor Samuel Pessoa, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), ligado à Fundação Getulio Vargas (FGV), é autor de um trabalho sobre o impacto da desoneração da folha salarial. Segundo o professor, a carga tributária sobre o setor formal cria uma cunha entre a remuneração paga e a recebida e isso pode reduzir o PIB, pois as pessoas têm a possibilidade de optar pelo setor informal, que é menos produtivo. Essa cunha sobre o mercado de trabalho, segundo Pessoa, é de 30% (a diferença entre o pago e o recebido pelo trabalhador brasileiro) e equivale a uma alíquota de 43%, que é paga pelo empregador. “Ao desonerar a folha salarial, muitos irão para o emprego formal e haverá um aumento da rentabilidade e do processo de acumulação do capital”, diz Pessoa.

Durante esse período de intenso estudo e investigação sobre a informalidade, a FGV e o ETCO investiram na construção de um índice para monitorar o comportamento da Economia Subterrânea no Brasil. Esse índice é estimado por um método desenvolvido por Karl Jöreskog e Arthur Goldberger e possui a vantagem de ordenar os fatores que mais afetam a Economia Subterrânea, o que facilita prescrições de política econômica para o problema.

Chamado de MIMIC (Múltiplas Causas, Múltiplos Indicadores), esse método parte da ideia de que, embora a Economia Subterrânea não seja observável, ela deixa alguns “rastros” na economia (os indicadores) e é incentivada por alguns fatores (as causas). Os “rastros” da Economia Subterrânea utilizados para a criação do índice foram: a fração de trabalhadores sem carteira sobre o total de empregados e a razão entre papel moeda em poder do público (PMPP) e depósito à vista (DEP).

O índice da Economia Subterrânea do Ibre/ETCO relaciona o crescimento da Economia Subterrânea com o crescimento do PIB da economia brasileira. Em períodos em que o crescimento da Economia Subterrânea é superior ao ritmo de crescimento da economia formal, o índice aumenta, e em períodos em que a economia formal cresce mais que a Subterrânea, o índice diminui. No esforço de combater a informalidade e a concorrência desleal, o ETCO estimula estudos e análises sobre a Economia Subterrânea, suas causas e relações com a economia formal para aumentar nosso conhecimento sobre o problema.

Em 2009, o lançamento do livro Economia Subterrânea – Uma visão contemporânea da economia informal no Brasil, editado pela Campus com patrocínio do ETCO, reuniu textos dos maiores especialistas no assunto. Logo no prefácio do livro, Everardo Maciel, secretário da Receita Federal no governo Fernando Henrique Cardoso, observa que a elevação da carga tributária somente pode ser entendida como fator indutor da evasão fiscal e, eventualmente, da Economia Subterrânea quando resulta de aumento de alíquota nominal ou base de cálculo – o que ele qualificou como pressão fiscal. Os trabalhos reunidos no livro, em que pese as visões diferentes, convergem para a conclusão de que, sem um conhecimento mais profundo da informalidade, suas causas não serão adequadamente atacadas, e ela não regredirá de forma substancial, em prejuízo da concorrência.

O ETCO procura conscientizar a população e públicos específicos – como o setor público e o privado – sobre os prejuízos gerados pela Economia Subterrânea e sobre as vantagens da ética concorrencial. Também propõe e apoia iniciativas públicas e privadas que ajudem a reduzir a Economia Subterrânea. Essas ações podem ser tanto no sentido de facilitar o cumprimento da lei como no de reduzir a carga tributária, a burocracia trabalhista e de apoio a iniciativas que melhorem a fiscalização e a punição dos transgressores.

O Presidente do ETCO faz um alerta: “É importante que a população fique atenta aos prejuízos causados pela Economia Subterrânea. É preciso reduzir a burocracia, reduzir a carga tributária de forma a tornar mais fácil o cumprimento das obrigações fiscais e trabalhistas. Além disso, é necessário estabelecer mecanismos mais ágeis e fáceis de fiscalização dessas obrigações”. Bem informados os brasileiros de boa-fé ficam mais atentos para escapar das armadilhas sutis do crime organizado e começam a enxergar a extensão que atos displicentes de compra de um filme (pirata) no simpático vendedor que está em seu caminho diário de casa para o trabalho é a face visível de esquemas mafiosos que já chegaram até o tapete vermelho do Oscar.

 

Estudo inédito no Brasil joga luz sobre a economia subterrânea

Livro traz os argumentos dos maiores especialistas do mundo no assunto, abordados originalmente em um seminário realizado pelo ETCO

Por Oscar Pilagallo
Revista ETCO, No. 13, Agosto 2009

Problema que aflige cada vez mais as sociedades contemporâneas, a economia subterrânea ou informal é um fenômeno antigo: tem a idade do Estado, que por sua vez nasceu junto com a necessidade de tributação. Driblar os impostos é a razão de ser da economia informal, embora não seja sua única causa.

O mal é tão antigo quanto relativamente pouco estudado. Basta dizer que só na década de 70 o assunto entrou para valer na agenda de governos e acadêmicos, em resposta ao aumento do peso dos impostos, das burocracias e da corrupção. No Brasil, onde a carga fiscal está em mais de um terço do Produto Interno Bruto (PIB), o problema é grave. Há quem estime o peso da economia
subterrânea em 40% do PIB.

É oportuno, pois, o lançamento do livro Economia Subterrânea, em que os maiores especialistas do mundo no assunto esgrimem argumentos, abordados originalmente em um seminário realizado pelo ETCO no ano passado no Rio de Janeiro.

A economia subterrânea é terreno minado. Por sua própria natureza, é refratária a medições. Seu tamanho é motivo de dúvida e polêmica. O economista italiano Vito Tanzi, que nos anos 80 desenvolveu um método para avaliar a economia informal, levanta uma sobrancelha de dúvida quando ouve alguém estimar a informalidade no Brasil em 40%. Para ele, boa parte da economia subterrânea é captada pelas contas oficiais. “Não fosse assim, poderíamos dizer que o Brasil é 40% mais rico do que realmente é”, diz. E o corolário: nesse caso, a carga fiscal (calculada como porcentagem do PIB) não poderia ser considerada alta. O ponto é claro: o desconhecimento da economia subterrânea pode distorcer a interpretação dos dados macroeconômicos e levar a políticas públicas equivocadas.

Para Tanzi, a informalidade provoca uma “tremenda deformação no mercado”. O resultado é um desequilíbrio entre as empresas que pagam impostos e as que não pagam. Esse aspecto foi abordado na apresentação de André Franco Montoro Filho. “Desvios de conduta – como a sonegação, a informalidade, o contrabando, a falsificação, a adulteração e a pirataria – geram graves desequilíbrios de concorrência, que poluem o ambiente dos negócios, afastam importantes investimentos e, em consequência, reduzem o ritmo de crescimento econômico potencial do país”, afirma o presidente executivo do ETCO.

As incertezas sobre a economia subterrânea começam na própria definição. Há uma definição abrangente: seriam todas as atividades econômicas não registradas que contribuem para o PIB. Mas, para o economista austríaco Friederich Schneider, da Universidade Johannes Kepler, o ideal seria trabalhar com uma definição mais precisa: seriam a produção e o serviço deliberadamente ocultados. Schneider realizou um estudo sobre a informalidade em 21 países da América Latina, em que identifica uma boa e uma má notícia para o Brasil. A má: a economia subterrânea é excessivamente elevada para os padrões mundiais. A boa: está caindo em relação ao PIB. Entre os latinos, porém, a informalidade no Brasil está na média. Dos 21 países, o mais informal é a Bolívia, onde dois terços da economia são de economia subterrânea. No outro extremo, o Chile, com um quinto. O Brasil, com pouco mais de 40%, fica no meio. (Embora a proporção tenha sido contestada por Tanzi, ela é útil por permitir a comparação com outros países, já que todos foram avaliados pelo mesmo critério.)

Ao comentar a pesquisa de Schneider no prefácio, Everardo Maciel, secretário da Receita Federal no governo de Fernando Henrique Cardoso, observou que a “elevação da carga tributária somente pode ser entendida como fator indutor da evasão fiscal e, eventualmente, da economia subterrânea quando resulta de aumento de alíquota nominal ou base de cálculo – o que qualifico como pressão fiscal”. E conclui: “Não raro o aumento da carga tributária, antes de ser causa, é efeito da diminuição da economia subterrânea”.

Desde quando a informalidade está caindo no Brasil? Desde 2005, diz Schneider. Na realidade, a partir do Plano Real a economia subterrânea descreveu movimentos opostos. Entre 1995 e 2004, sua participação no PIB subiu de 20,71% para 42,60%. De lá para cá, vem caindo (em 2007 havia recuado para 40,23%). A curva descendente é explicada pelo crescimento da economia formal.

Dependendo do método utilizado, o resultado pode variar. Estudo mostrado pelo economista Fernando de Holanda Barbosa Filho, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, identifica um aumento de 10% da economia informal entre 2003 e 2006. O economista usou o método Mimic, sigla em inglês para Múltiplas Causas e Múltiplos Indicadores, que capta os fatores que mais afetam a economia subterrânea, embora não a dimensionem. O estudo mostrou que quanto maior o nível de atividade, maior a economia subterrânea, já que essa é complementar à economia formal. No Brasil, a informalidade subiu quase 11% em termos absolutos entre 2003 e 2007, e caiu 5% em termos relativos, porque a economia como um todo cresceu 17% no período.

É uma queda pequena a partir de um patamar elevado. Os trabalhos reunidos em Economia Subterrânea, em que pesem as visões diferentes, convergem para a conclusão de que, sem um conhecimento mais profundo da informalidade, suas causas não serão adequadamente atacadas, e ela não regredirá de forma substancial, em prejuízo da concorrência.

Shadow Economy / Economia Subterrânea
Os capítulos da versão em inglês do livro estão disponíveis aqui em formato PDF / English texts available here:

1) Prefácio: Everardo Maciel
2) Artigo André Montoro
3) Artigo Vito Tanzi
4) Artigo Friedrich Schneider
5) Artigo IBRE-FGV/ETCO.

O livro em português está a venda.

ETCO e FGV revelam: Economia Subterrânea ultrapassa R$ 650 bilhões

ETCO e FGV revelam: Economia Subterrânea ultrapassa R$ 650 bilhões em 2010 e para de cair em relação ao PIB

Depois de cinco anos consecutivos crescendo menos do que o PIB, a Economia Subterrânea passa a crescer à mesma velocidade que o PIB.

Vídeo: Economia subterrânea equivale a 18,6% do PIB (Globo News, Jornal das 10, 24/11/2010)

Visualizar a Apresentação em PDF

São Paulo, 24 de novembro de 2010 – O Índice de Economia Subterrânea divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) em conjunto com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), com a revisão de 2009 e atualização para 2010, mostra um dado não observado desde que começou a ser estimado em 2003. Depois de passar 5 anos – entre 2003 e 2008 – crescendo menos do que o PIB, a Economia Subterrânea cresceu com a mesma velocidade do PIB e a curva da relação do Índice com o PIB parou de cair, mostrando uma tendência de estabilização na casa dos 18,6%. Isso significa que, nos últimos três anos, a Economia Subterrânea cresce na mesma proporção que o Produto Interno Bruto Brasileiro, o que é preocupante para a economia do País.

Do ponto de vista de valores absolutos a análise dos resultados de hoje apresenta também um novo marco: a Economia Subterrânea brasileira, que compreende o conjunto de atividades relativas à produção de bens e serviços deliberadamente não reportada aos governos, ultrapassa, em 2010, a marca de R$ 650 bilhões. Em julho deste ano, o Ibre/FGV e o ETCO divulgaram que os valores estimados em reais, em 2009 atingiram R$ 578 bilhões, valor igual ao PIB da Argentina.

Tamanho da Economia Subterrânea

 

% PIB

Em Milhões de Reais

Reais Correntes

Reais a Preços de 2009

2003

21.0%

357388.7

523524.6

2004

20.9%

405317.3

549560.6

2005

20.4%

438417.5

554465.9

2006

20.2%

478455.2

570044.5

2007

19.5%

518520.1

583533.8

2008

18.7%

562276.3

589217.4

2009

18.6%

583663.6

583663.3

2010*

18.6%

656621.5

627438.3

Fonte: Elaboração Própria

* Previsão de crescimento de 7,5% do PIB e de 5% de inflação em 2010

“A divulgação de valores absolutos é fundamental para que não se tenha a visão equivocada de que a estabilização em relação ao PIB é positiva. A exemplo de 2009, este ano mais R$ 656 bilhões devem ficar à margem da economia formal brasileira”, comenta Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador do Ibre/FGV e responsável pelo estudo.

Na visão de André Franco Montoro Filho, presidente executivo do ETCO, é necessária uma profunda reflexão sobre as razões dos atuais resultados, para que sejam elaboradas políticas públicas realmente efetivas, de modo que a importância de economia subterrânea no Brasil se torne gradativamente menor.

Para ele, o crescimento da economia tem um duplo e antagônico efeito sobre a informalidade. “De um lado o crescimento gera uma modernização institucional que estimula a formalização das atividades econômicas, mas de outro o crescimento da renda aumenta o consumo de bens e serviços, inclusive os produzidos na economia subterrânea. Os resultados divulgados indicam que o segundo efeito tem sido predominante nos últimos anos”, avalia Montoro Filho.

A informalidade, além de suas relações com o crime organizado e de precarizar as relações de trabalho, traz prejuízos diretos para a sociedade, cria um ambiente de transgressão, estimula o comportamento econômico oportunista com queda na qualidade do investimento e redução do potencial de crescimento da economia brasileira. Além disso, provoca a redução de recursos governamentais destinados a programas sociais e a investimentos em infraestrutura.

Sobre o ETCO

Fundado em 2003, o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial é uma organização da sociedade civil de interesse público -OSCIP- com o objetivo de promover a ética concorrencial para melhorar o ambiente de negócios e estimular o crescimento econômico Para isto desenvolve ações que combatam desequilíbrios concorrenciais causados por evasão fiscal, informalidade, falsificação e outros desvios de conduta. Procura-se também conscientizar a sociedade sobre os malefícios sociais de práticas não éticas e seus reflexos negativos para o crescimento do país. Compõem o ETCO seis câmaras setoriais congregando empresas dos segmentos de tecnologia, medicamentos, combustíveis, fumo, cervejas e refrigerantes.

Economia informal deve ser integrada rapidamente

Por Jornal do Comércio – RS – Editorial

O Produto Interno Bruto do Brasil (PIB) cresceu 0,5% no terceiro trimestre de 2010. Atingirá, no ano, entre 7% e 8%, crescimento chinês, segundo economistas.

Como o Natal está aí, o consumo é alto e, nele, as falsificações e os produtos Made in China proliferam, incluindo prosaicas cuecas com marcas e indicações feitas em português.

Ou seja, a fonte manda de acordo com a língua do freguês, no outro lado do mundo, um negócio da China. Quando o Brasil se horroriza com a guerra do Rio, no combate aos narcotraficantes, nota-se que o desemprego diminuiu.

No entanto, há um dado alarmante, ou seja, a economia informal aumentou. Pessoas que não se matriculam na Previdência Social ou tenham registros oficiais de outro tipo não são meliantes. No entanto, deixam de se proteger e de auxiliar o conjunto da sociedade e da economia.

Pois após cinco anos consecutivos, entre 2003 e 2008, crescendo menos que o Produto Interno Bruto (PIB), a economia subterrânea – negócios decorrentes de empreendimentos informais não registrados junto aos governos – cresceu em 2010 na mesma velocidade que a economia formal do País.

Com a revisão de 2009 e atualização para 2010, o indicador foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), em conjunto com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). O total movimentado pela economia subterrânea ultrapassa agora R$ 650 bilhões em 2010.

De acordo com a pesquisa, a curva da relação do índice com o Produto Interno Bruto parou de cair, mostrando uma tendência de estabilização na casa dos 18,6%.

Portanto, nos últimos três anos, a economia subterrânea aumentou na mesma proporção que o PIB brasileiro, o que é preocupante para o País.

O índice leva em conta uma previsão de crescimento de 7,5% do PIB este ano e inflação de 5% em 2010. A exemplo de 2009, este ano mais R$ 656 bilhões devem ficar à margem da economia formal.

É uma alta quantia e que poderia ajudar na arrecadação das prefeituras, governos estaduais e a própria União. Em julho deste ano, o Ibre/FGV e o ETCO divulgaram que os valores estimados em reais, em 2009, atingiram R$ 578 bilhões, equivalente ao PIB da Argentina.

Na avaliação do presidente-executivo do ETCO, André Franco Montoro Filho, o crescimento da economia tem um duplo e antagônico efeito sobre a informalidade. “De um lado o crescimento gera uma modernização institucional que estimula a formalização das atividades econômicas, mas de outro o crescimento da renda aumenta o consumo de bens e serviços, inclusive os produzidos na economia subterrânea. Os resultados divulgados indicam que o segundo efeito tem sido predominante nos últimos anos”, acrescentou Montoro Filho.

Muitos de nós, sabendo ou não, estimulamos o comércio que se abastece de produtos contrabandeados, a maioria vinda da China. Compra-se apenas pelo preço, sem levar em conta a péssima qualidade do que é adquirido.

Quando chamamos serviços hidráulicos, de eletricidade, faxineiros e outros não perguntamos se esses trabalhadores têm registro na Previdência. Provavelmente não, o que é um prejuízo para eles mesmos e para a economia do País.

Façam-se campanhas para que quem puder entre na formalidade do mundo dos negócios, ainda que seja um micronegócio.