REVISTA ETCO – EDIÇÃO 27
DEZEMBRO, 2021
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FNCP faz campanha para defender o mercado legal

Objetivo é mostrar para a sociedade que o seu futuro está sendo roubado por práticas como o contrabando, a pirataria e a falsificação de produtos

Peça da campanha para redes sociais

Por ETCO
23/11/2021

Enquanto o País se perde em discussões intermináveis sobre como financiar uma ampliação da ajuda aos mais pobres sem furar o teto de gastos, contrabandistas, falsificadores de produtos e vendedores de mercadoria pirata contabilizam lucros bem maiores. É o que mostra um estudo do Fórum Nacional contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), que acompanha o tamanho do mercado ilegal no Brasil desde 2014.

De acordo com a pesquisa, que reúne dados de quinze setores, no ano passado, essas práticas tiraram R$ 288 bilhões da economia. Só em sonegação tributária, foram R$ 91 bilhões – valor superior aos R$ 80 bilhões anuais necessários para oferecer um auxílio de R$ 400 por mês a 17 milhões de famílias. Os outros R$ 197 bilhões foram as perdas do setor produtivo, que se traduzem em menos investimentos e menos empregos.

Chamar a atenção da população brasileira e das autoridades públicas para esses prejuízos é o objetivo da campanha O Contrabando Rouba o Futuro dos Brasileiros, que está sendo realizada pelo FNCP, ao qual o ETCO é associado. O projeto teve início em setembro e deve se estender até março do próximo ano. Ele inclui criação e veiculação de peças publicitárias em TV aberta e por assinatura, rádio, outdoors, sites jornalísticos e redes sociais.

A campanha também conta com a participação de influenciadores como Ana Maria Braga, Datena, Gil da Vigor e Ricardo Amorim, que estão publicando conteúdo sobre os prejuízos provocados pelo contrabando em suas redes sociais. E os conteúdos produzidos serão disponibilizados também em um site criado especialmente para o projeto, no endereço www.contrabandonao.com.br. A previsão é alcançar uma audiência superior a 70 milhões de brasileiros

Campanha envolve famosos como Ana Maria Braga, Datena e o economista Ricardo Amorim

O presidente do ETCO e do FNCP, Edson Vismona, explica que a decisão de lançar a campanha surgiu a partir de uma pesquisa sobre as principais preocupações da população brasileira atualmente. Quatro dos problemas mais citados – falta de empregos, baixo crescimento da economia, governo sem capacidade de investimento e aumento da violência – são agravados pelo mercado ilegal.

Menos empregos, mais violência

Vismona afirma que o mercado ilícito rouba 173 mil empregos apenas no setor de cigarros, que tem 49% do mercado dominado pelo contrabando e pela produção clandestina no Brasil. Ele lembra também que o contrabando costuma ser operado por quadrilhas ligadas às facções criminosas que dominam os presídios e atuam no tráfico de drogas e armas, alimentando a violência urbana. “A campanha vem para conscientizar as pessoas do impacto do comércio ilegal.  A solução para o contrabando deve envolver medidas que afetem a demanda, reduzindo a vantagem que o produto ilícito tem sobre o produto legal em termos de preço. E a oferta, com a repressão aos contrabandistas e sonegadores, também é importante, mas sozinha ela não conseguirá resolver o problema no longo prazo. Ainda é importante trazer o cidadão para uma postura ativa de ajudar a combater o problema”, explica Vismona.

Paralelamente, o ETCO, o FNCP e outras entidades que representam o setor produtivo intensificarão os contatos com políticos e autoridades públicas para fazer com que a pauta do combate ao mercado ilegal avance no governo e no Parlamento. “Vamos trabalhar com os governos para traçar estratégias conjuntas para lidar com esse problema. Se a gente que produz, trabalha e cumpre as obrigações não se mexer e reagir, vamos entregar de vez o País para os bandidos”, justifica Vismona.

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