Brasil perdeu R$ 146 bilhões para o mercado ilegal em 2017

A venda de produtos ilegais no Brasil trouxe prejuízos de R$ 146 bilhões ao país no ano passado de acordo com dados levantados pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a IIegalidade (FNCP) em 15 setores produtivos.

A venda de cigarros ilegais bateu recorde em 2017: 48% de todo o mercado nacional do produto é dominado por marcas vindas do Paraguai. Com isso o Brasil se tornou o maior mercado global de cigarros ilegais, sendo que a marca mais vendida no Brasil é a Eight, fabricada pela paraguaia Tabacalera del Este, da família Cartes.

Uma pesquisa do  (ETCO) mostra que os brasileiros acreditam que o contrabando de cigarros traz enormes prejuízos para o país. Para 86% dos entrevistados, o contrabando incentiva o crime organizado e o tráfico de drogas e armas, e 87% afirmam que estes produtos aumentam os riscos à saúde.

Os brasileiros consideram que o combate ao contrabando é um tema que deve fazer parte do debate político em 2018: 86% dos entrevistados afirmaram que não votariam em um candidato que se negasse a combater o contrabando. Entre as principais ações que deveriam ser adotadas pelo presidente eleito para combater o contrabando de cigarros paraguaios, o fechamento da fronteira entre os dois países seria a medida mais eficiente para 62% dos entrevistados; 74% das pessoas ouvidas apontaram o maior investimento nas ações de segurança nas fronteiras; e 64% a adoção de leis com penas mais duras para o crime de contrabando.

Para Edson Vismona, presidente do ETCO e do FNCP, o resultado da pesquisa não surpreende. Ele acredita que a solução para o problema deve passar por uma ação integrada das autoridades Brasileiras, mas também aponta outro problema: “a disparidade tributária entre Brasil e Paraguai é o maior estímulo para as quadrilhas que dominam essa atividade. No Brasil os impostos do setor de cigarros são, em média, 80%, enquanto que no país vizinho esse percentual é de apenas 16%. O governo Brasileiro precisa endereçar essa questão no âmbito do Mercosul se quiser reduzir o contrabando no país”. Ele lembra também que o país vizinho precisa fazer sua parte: “O Paraguai não pode atuar de forma isolada e as eleições de 22 de abril serão uma excelente oportunidade para que os paraguaios escolham um presidente que seja um verdadeiro aliado do Brasil no combate a esse crime” afirmou.

Comitê contra roubo de cargas será reativado

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim, recebeu, na tarde desta quarta-feira (7), o presidente executivo do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), Edson Vismona, e atendeu ao pedido para reativar o Comitê Gestor de Combate ao Roubo de Cargas. O comitê faz parte do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, que voltará à ativa no dia 14 de março.

O ministro se declarou impressionado com a notícia de que a Hewlett Packard do Brasil (HP Computadores) sofreu R$ 10 milhões em prejuízos ao ter dois caminhões roubados nas estradas de Medina (MG) e Resende (RJ). O roubo teria levado o comando da empresa a refletir sobre a permanência no Brasil, segundo os dirigentes do ETCO.

“O Governo Federal executa uma operação chamada Égide, capitaneada pela Polícia Rodoviária Federal, que monta um cerco desde a fronteira, passando pelas vias de acesso ao Rio de Janeiro. Nas estradas federais, o roubo de cargas caiu 70% desde que começamos. Mas nas estradas estaduais a performance não chega a metade disso”, contou Jardim.

O Comitê Gestor de Combate ao Roubo de Cargas reúne representantes do governo e da iniciativa privada para planejarem juntos ações contra esse tipo de crime. O empresariado afirma portar notícias de grandes fundos de investimentos internacionais que tem relutado em adquirir empresas brasileiras exatamente por causa da insegurança no transporte de mercadorias pelo país.

Na reunião, a presidente da Associação pela Indústria e Comércio Esportivo, Marina Carvalho, também pediu apoio do ministro para a votação do projeto de lei número 333/99, em vias de ser votado na Câmara dos Deputados. Ele iguala as penas previstas para os crimes de falsificação e de violação de direito autoral. “São crimes semelhantes, com penas diferentes. Isso acaba prejudicando a aplicação das nossas leis de propriedade intelectual”, reclamou. O ministro concordou em ajudar.

Segundo os dirigentes do ETCO, as falsificações fizeram com que o Brasil perdesse 10% do mercado mundial de malhas e 23% do mercado global de tênis. Torquato Jardim afirmou que a defesa da propriedade intelectual receberá especial atenção do Ministério da Justiça a partir da reativação do Conselho Nacional de Combate à Pirataria.

Contrabando de cigarros no Brasil atinge nível recorde em 2017

O Brasil se tornou o maior mercado global de cigarros ilegais. Em 2017, 48% das marcas vendidas no país eram ilegais, sendo que a imensa maioria é contrabandeada do Paraguai. Para se ter uma ideia do tamanho do problema, hoje a marca de cigarro mais vendida no Brasil é a Eight, fabricada pela Tabacalera del Este, empresa de propriedade do presidente paraguaio Horacio Cartes.

Este comércio traz enormes prejuízos para o Brasil. O setor de cigarros possui uma das maiores cargas tributárias do país, o que faz com que, desde 2011, cerca de R$ 23 bilhões de reais em impostos deixassem de ser arrecadados, valor que poderia ter sido revertido em benefício da população brasileira.

Mas o contrabando de cigarros não traz somente prejuízos financeiros para o país. Esse comércio é hoje controlado por facções criminosos como o Primeiro Comando da Capital e o Comando Vermelho, e os lucros da atividade servem também para fomentar o tráfico de drogas, armas e munições no país. Lutar para reduzir o contrabando é fundamental para combater o aumento da violência urbana em todo o Brasil.

Além da criminalidade e da evasão fiscal, o contrabando também contribui para o aumento no desemprego, tem impacto negativo sobre a competitividade das empresas e prejudica a saúde dos consumidores.

De acordo com um estudo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, os cigarros paraguaios possuem elevadas concentrações de metais pesados, com valores até 11 vezes superiores aos encontrados em cigarros fabricados legalmente no Brasil. Além disso, o estudo também encontrou vestígios de pelos de ratos, patas de baratas e colônias de ácaros em cigarros paraguaios apreendidos pelas autoridades.

Diversos são os fatores que contribuíram para a explosão no contrabando de cigarros. Inicialmente é preciso apontar a porosidade das fronteiras. O Brasil possui cerca de 3 mil agentes para fiscalizar não só os quase 17 mil quilômetros de fronteiras, mas também portos e aeroportos por todo o país. Desta forma, é praticamente impossível impedir a entrada destes produtos no Brasil.

Mas talvez o principal fator de estímulo ao contrabando de cigarros seja a alta carga tributária. Os impostos do setor chegam a representar 80% do valor de um maço de cigarros, enquanto que no Paraguai, os impostos pagos pelos fabricantes de cigarros são de apenas 16%. Essa disparidade tributária é um enorme estímulo para esse comércio ilegal, e garantem margens de lucro de mais de 150% em alguns casos.

Isso também prejudica a Política Nacional de Controle do Tabaco, já que cerca de metade do mercado de cigarros não atende às medidas estipuladas em lei como a política de preço mínimo e a adoção de mensagens e imagens de alerta sobre os riscos no consumo.

Para o presidente do  (ETCO) e do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), Edson Vismona, um país que quer ser grande não pode conviver mais com essa mácula. “Não é possível mais aceitar que o cigarro mais vendido no Brasil seja contrabandeado do Paraguai” afirma. “É preciso promover a união de forças entre o poder público e a sociedade civil organizada para encontrar soluções para este problema” acredita Vismona.

Pesquisa mostra relação entre carga tributária e contrabando

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Trabalho comparou produtos com trajetórias opostas em relação ao nível de impostos e o tamanho do mercado ilegal

Leis mais duras, policiamento mais rigoroso nas fronteiras e fiscalização permanente nos pontos de venda são armas indispensáveis para o combate ao contrabando. Uma pesquisa divulgada em novembro chama a atenção, no entanto, para outro fator que está na essência do problema: a diferença da sua carga tributária no Brasil e nos países vizinhos, sobretudo o Paraguai.

O estudo “A Lógica Econômica do Contrabando” foi realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF), associação que estuda os problemas de cidades localizadas em regiões de fronteira. Ele faz um comparativo entre o setor de informática e o de cigarros, que nos últimos anos tiveram trajetórias opostas em relação à carga tributária e o contrabando.

Até o início dos anos 2000, o segmento de computadores era um dos que mais sofriam com o comércio ilegal. Em 2005, foi aprovada a Lei 11.196/2005, conhecida como Lei do Bem, que zerou alíquotas de PIS e Cofins do setor. De lá para cá, os gráficos mostram o crescimento da produção nacional e a queda do número de apreensões de itens de informática contrabandeados e não deixam dúvida sobre a relação de causa e efeito entre os dois fatores.

Em 2006, as apreensões de produtos de informática feitas pela Polícia Federal – que sempre representam uma parcela minúscula do contrabando – foram estimadas em US$ 12 milhões. Nos anos seguintes, esse número caiu continuamente, fechando 2016 abaixo de US$ 2 milhões. No mesmo período, a produção da indústria brasileira saltou de menos de 4 milhões para mais de 12 milhões de computadores por ano, com o faturamento saltando de R$ 4 bilhões para R$ 10,7 bilhões.

GRAFICO INFORMATICA

O setor de cigarros vive movimento inverso. Desde 2012, os impostos sobre o produto vêm subindo ano a ano em razão de uma política tributária pretensamente projetada para desestimular o consumo via aumento de preço ao consumidor. De acordo com a pesquisa do IDESF, no entanto, as principais consequências foram a queda da produção nacional e o aumento do contrabando – com todos os prejuízos que esse tipo de crime provoca, incluindo perda de arrecadação e estímulo ao crime organizado.

QUASE A METADE DO MERCADO

De 2012 a 2016, o preço do cigarro brasileiro subiu 148%, enquanto a produção brasileira caiu 40,29%. Em contrapartida, o contrabando explodiu. Em 2012, as apreensões de cigarros trazidos ilegalmente do Paraguai correspondiam a 3,78% da produção nacional. Três anos depois, esse índice já havia chegado a 17,7%, conforme apurou o IDESF.

Os números apresentados no estudo coincidem com o que vem sendo observado em pesquisas do Ibope sobre os hábitos de consumo dos brasileiros, inclusive o de cigarros. O levantamento tem revelado presença cada vez maior de marcas contrabandeadas, que representavam 34% em 2013 e atingiram praticamente metade do consumo do País este ano (48%). No mesmo período, a carga tributária do setor subiu de 65% para 71%.

O estudo do IDESF se baseou em informações de diversas fontes, incluindo análise de impostos, levantamentos de preço no Brasil e no Paraguai, inquéritos policiais e entrevistas com pessoas envolvidas no comércio ilegal. Os dados mostram que o lucro dos contrabandistas está diretamente ligado à diferença entre os níveis de tributos praticados nos dois países, que hoje é superior a 50% no caso do cigarro e 14% em itens de informática.

grafico carga tributaria

LUCRO DE ATÉ 231%

Por conta dessa vantagem do produto ilícito, os criminosos pagam R$ 0,70 por maço de cigarros no Paraguai e o revendem no Brasil por R$ 2,40, a preços de atacado. Custos com transporte, aliciamento de motoristas, seguranças e outros operadores do contrabando e despesas com corrupção de fiscais e policiais consomem 22,4% desse valor. O resultado é um retorno de 179% a 231% sobre o capital investido. Na mesma comparação, computadores proporcionam margem máxima de 13,34%, podendo ser até mesmo negativa. O produto tornou-se inviável para os criminosos.

O presidente do IDESF, Luciano Barros, acredita que o Brasil não conseguirá vencer a guerra ao contrabando se não levar em consideração a questão tributária. “O governo tem que entender que há uma lógica econômica nesse tipo de crime”, afirma. “É preciso olhar além de benefícios econômicos passageiros e dimensionar os impactos dessas decisões na vida dos brasileiros. Não se pode mais jogar cegamente a favor do contrabando em nome de objetivos que não levam em conta aspectos sociais, principalmente das populações de fronteira, que são as que sofrem essas consequências de forma mais direta e cruel.”

 

Carga tributária aqui e no Paraguai

Movimento Legalidade chega à Porto Alegre

Edson Vismona, presidente do ETCO e FNCP, representando o Movimento em Defesa do Mercado Legal Brasileiro, lançou com o Prefeito Nelson Marchezan, na última segunda-feira (18/12), o Movimento Legalidade.

O Movimento prevê ações coordenadas de combate ao mercado ilegal (contrabando, Pirataria, falsificação), integrando os órgãos da Prefeitura, Polícia Federal, Receita Federal, Polícia Rodoviária Federal, Brigada Militar e Policia Civil. Diversas entidades da Sociedade Civil como a FECOMERCIO/RS, SINDILOJAS, Associação Comercial, FIERGS e FEDERASUL apoiam essa iniciativa,  que também  estimulará ações de conscientização da população para que não adquiram produtos ilegais.

Porto Alegre é a quarta cidade a aderir ao Movimento Legalidade. São Paulo, Recife e Campinas já estão já fazem parte do projeto.

A iniciativa contou com grande cobertura da imprensa.  Veja aqui as principais matérias:

Hora_Um

 

Lojistas cobram aumento da Fiscalização de produtos piratas vendidos em Porto Alegre (Jornal Hora Um – Rede Globo)

 

 

zero hora

 

Porto Alegre adere à campanha contra o comércio ilegal de mercadorias, Jornal Zero Hora

 

 

A nova edição da Revista do ETCO já está disponível

REVISTA ETCO | Dezembro 2017 nº 21  – Ano 14
Você pode ler aqui a Revista ETCO no formato FLIP, baixar a edição digital em PDF ou ler as matérias individualmente no site.
Boa leitura!

Confira a edição digital

Ela propõe lei dura contra devedor contumaz de imposto

Senadora Ana Amélia fala sobre projeto que autoriza tributação especial contra quem usa a inadimplência para praticar concorrência desleal. Leia a entrevista exclusiva que ela concedeu à Revista do ETCO

Também nesta edição:

A lógica economica do contrabando

Estudo mostra como a tributação excessiva favorece o crime organizado. Confira.

ETCO participa da XI Conferência da Organização Mundial do Comércio

Buenos Aires, 13/12/2017

Edson Vismona, presidente do ETCO participa da XI Conferência da Organização Mundial do Comércio – OMC, que reúne representantes de 164 países e que está sendo realizada em Buenos Aires. Além das diversas questões relacionadas ao desenvolvimento do comércio mundial, pela primeira vez houve um painel tratando do comércio ilícito. Entre os cases relatados durante o evento, destaca-se o do Brasil, apresentado por Edson Vismona, que reportou as perdas geradas pelo contrabando, falsificação e pirataria da ordem de R$ 130 bilhões (valor estimado das perdas de setores produtivos – tabaco, vestuário, combustíveis, cosméticos, medicamentos, entre outros). No painel  também houve a participação da Crime Stoppers International demonstrando as ações que tem estimulado.  Ao final do painel, foram discutidas e aprovadas propostas que serão encaminhadas à direção da OMC.

Leia artigo publicado na Folha de S. Paulo sobre a atuação da Anvisa e o crescimento do mercado ilegal

A ANVISA E O CRESCIMENTO DO MERCADO ILEGAL

Folha de S. Paulo – 22/11/2017

por Edson Vismona

O mercado ilegal no país segue crescendo em ritmo acelerado. Infelizmente e, apesar de algumas iniciativas do governo e da indústria, ainda estamos longe de resolver esse grave problema. Um dos setores mais afetados pela ilegalidade é o de cigarros: se somarmos o contrabando e a falsificação, o comércio ilegal de cigarros chegou a 48% do total de produtos vendidos no país em 2017.
Para se ter uma ideia do crescimento do problema, em 2016 esse percentual era de 32%. Nesse contexto, é preocupante pensar que as agências reguladoras, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), estejam mais preocupadas em controlar os produtos legais que circulam no país do que fiscalizar os ilegais.
Nesta quarta-feira (22), o debate sobre a restrição ao uso de ingredientes nos cigarros volta ao Supremo Tribunal Federal (STF). A questão é antiga: uma resolução da Anvisa de 2012 proibiu aditivos na fabricação de produtos à base de tabaco.
A normativa só não entrou em vigor por uma ação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) no STF, que apontou ilegalidade na medida adotada pela agência sanitária. A CNI questiona, especialmente, trecho sobre a proibição da fabricação e venda de produtos em casos de “risco à saúde”. Mas não existem estudos que comprovem que esses ingredientes que compõem o cigarro causem riscos à saúde.
Segundo o Centro Nacional de Informação Biotecnológica, um dos braços do National Institutes of Health do governo dos Estados Unidos, o consumo de cigarros com sabor não aumenta o risco de efeitos TgocHE nocivos se comparado ao de cigarros tradicionais. Este é um tema da maior importância, pois em última instância trata do escopo e dos limites da atuação das agências reguladoras brasileiras.
Teria a Anvisa o poder de legislar? Obviamente, não. Agências reguladoras são autarquias, podendo apenas exercer fiscalização de leis previamente estabelecidas. Da forma como foi apresentada, a resolução da Anvisa proibiu aditivos de forma genérica, restringindo o uso nos cigarros apenas a tabaco e água.
Ou seja, todos os cigarros vendidos legalmente no Brasil seriam banidos, pois a fabricação do produto ficaria praticamente inviabilizada, entregando este mercado para ao contrabando -que com certeza agradecerá, e muito, essa dádiva bilionária. É certo que restrições de tamanho impacto econômico apenas podem ser efetuadas pelo Congresso Nacional.
Agência proibiu aditivos nos cigarros de forma genérica; fabricação do produto quase se inviabilizaria, entregando o mercado ao contrabando. Caso a decisão seja mantida, os brasileiros que optarem por consumir cigarros com sabor terão de recorrer aos produtos ilegais.
Os fabricantes paraguaios e as quadrilhas que hoje dominam esse comércio no Brasil teriam um estímulo ainda maior para trazer produtos que preencham essa lacuna de mercado. É importante ressaltar que não estamos negando o importante papel das agências sanitárias na fiscalização de um setor que tem sido dominado por produtos ilegais. A Anvisa e as secretarias de vigilância sanitária dos municípios têm a função de fiscalizar a qualidade e a composição de produtos destinados ao consumo.
Essa ação é necessária para garantir que produtos vendidos no país sejam seguros, mas a agência precisa atuar dentro dos limites da legislação. Suas decisões precisam ser baseadas em dados provenientes de estudos que comprovem as teses defendidas, de forma a garantir transparência em suas decisões.
O que precisamos, com a maior urgência, é ampliar as medidas de fiscalização, já que temos quase metade do mercado de cigarros do país sem nenhum controle sanitário, com evidente e comprovado prejuízo para o consumidor e para a sociedade.

EDSON VISMONA é presidente do Instituto brasileiro de Ética Concorrencial (Etco), do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP)e coordenador do Movimento em Defesa do Mercado Legal Brasileiro