Corrupção facilita ação de criminosos nas fronteiras brasileiras

Fonte: Jornal Nacional, Globo, 31/05/2011

Edição do dia 31/05/2011

Assistir ao vídeo da matéria no site do Jornal Nacional (link externo)

Na segunda reportagem da série especial sobre as fronteiras terrestres brasileiras, os repórteres Cesar Tralli, Robinson Cerântula e Fernando Ferro mostram o comércio ilegal de armas, a oferta de drogas, o contrabando nos rios e até a falsificação de selos do Inmetro. Tudo isso facilitado pela corrupção.

Onde tem rua de comércio popular no Paraguai quase sempre tem uma loja de arma. São 32 só na fronteira com o Paraná. À venda, há pistolas automáticas de grande precisão, as mesmas usadas no Brasil para assaltar e matar.

O contrabando para Foz do Iguaçu é garantido. “Entrega lá em Foz. Se quiser, agora mesmo, eu levo para você. Depende do movimento. Pode levar 15 minutos, meia hora, uma hora. Passa”, garantiu o vendedor.

É de moto que as armas entram ilegalmente no Brasil. Uma delas, apreendida cruzando a ponte da Amizade, tinha uma pistola automática sendo levada no fundo falso do banco. Em outra moto, a arma estava sendo transportada dentro do reservatório de óleo.

O movimento é frenético. São 30 motos por minuto passando na ponte.

“É um transporte muito rápido, ágil e o efetivo aqui seria meio que inviável para fiscalizar todas as motos que passam. Não tem 100% de eficiência”, admitiu o policial da Força Nacional de Segurança Breno Nogueira Amaral.

Quinhentos quilômetros para cima da linha de fronteira e mais um perigoso corredor do crime: a passagem de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, para Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul. É praticamente impossível saber onde uma cidade termina e onde a outra começa, em outro país. É assim ao longo de mais de dez quilômetros.

Nossos produtores deram uma voltinha no centro. Em apenas dez minutos, ouviram todo tipo de oferta: munição, remédio falso, cocaína.

A novidade do momento, na região, é o selo falsificado do Inmetro para empurrar o contrabando de carrinhos de bebê e enganar o consumidor no Brasil.

Em uma loja, tem falsificação também para capacete de moto. O vendedor é descarado na mentira: “Se você colocar o selinho, já é brasileiro”, disse.

Um golpe vendido no atacado: “Se levar por cartela, é mais barato. Se levar só um, está R$ 5”.

O selo de qualidade do Inmetro é uma exigência da lei. Só pode ser vendido o equipamento de segurança aprovado em testes de resistência. O capacete de selo falso que a equipe do JN comprou no Paraguai racha no meio no teste.

“Ele pode ser utilizado, de jeito nenhum. Não oferece segurança nem proteção ao usuário”, alertou um funcionário do Inmetro.

Saúde em jogo também com cigarro pirateado. “Neles há, inclusive, selos falsificados da Receita Federal do Brasil. É a prova de que o cigarro é destinado para o mercado brasileiro”, destacou o funcionário.

São 60 fábricas do lado paraguaio e quase toda a produção é contrabandeada.

“Se o Paraguai produz 65 bilhões de cigarros e consome apenas 3 bilhões, nós temos esse diferencial todo despejado no mercado brasileiro”, afirmou Luciano Barros, da Associação Brasileira de Combate à Falsificação.

É pela água que 70% de todas as muambas cruzam a fronteira do Paraguai para o Brasil. Em uma faixa de 200 quilômetros, já foram mapeados 3 mil pontos de travessia, os chamados portos clandestinos.

A equipe de reportagem do Jornal Nacional flagrou jovens e adolescentes carregando caixas e mais caixas de muamba. Um barco carregado de mercadorias e um rapaz só transportando-as. O rapaz escondeu o rosto para não aparecer.

À noite, um formigueiro de gente pegando muamba da margem e transportando para dentro do Brasil. Só este ano, a Polícia Federal já apreendeu 50 barcos carregados. Mas ainda é difícil fisgar peixes graúdos, como os donos da mercadoria.

“É difícil porque a extensão do lago é grande. O nosso efetivo não está o efetivo ideal que necessitaríamos para trabalhar”, admitiu o agente da Polícia Federal Celso Calori.

Um brasileiro é gerente de porto clandestino em Foz do Iguaçu. Presta serviço para seis quadrilhas de contrabandistas.

“Pego essa carga ilegal distribuo em vários depósitos. Casas, barracão, em vários lugares. Vai para o Brasil inteiro. São de várias regiões: Minas, São Paulo, Bahia, vem de tudo quanto é lugar”, disse ele.

O criminoso diz que todo esquema de transporte e distribuição é movido à corrupção. “Pago propina para poder trabalhar tranquilo. Depende, varia de R$ 50, até R$ 1.000, R$ 10 mil”, revelou.

“Quem não paga o valor exigido sequer consegue transitar com a mercadoria naquele local”, relatou o promotor de justiça Rudi Burkler.

O promotor de combate ao crime organizado em Foz do Iguaçu já denunciou 160 guardas municipais, policiais civis e militares.

“Alguns policiais, com certeza, vivem mais da remuneração obtida com essa corrupção do que do próprio salário”, declarou ele.

O chefe da divisão da Receita Federal dos estados do Paraná e de Santa Catarina, Sérgio Lorente, declarou que existe um mapeamento dos portos clandestinos e que está aguardando recursos federais para retomar as operações em larga escala na fronteira.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Paraná, neste ano, oito policiais civis foram demitidos por má conduta. E, nos últimos três anos, 130 policiais militares foram afastados.

A Polícia Federal informou que, com o aumento do número de servidores nas unidades de Foz de Iguaçu e Guaíra, houve um crescimento nas operações de fiscalização na região.

 

Fronteiras do Brasil são passagens fáceis para criminosos de dez países

Fonte: Jornal Nacional, Globo, 30/05/2011

Edição do dia 23/05/2011


30/05/2011 21h17


Série mostra a vulnerabilidade das fronteiras brasileiras, o que explicaria a
grande quantidade de armas e drogas contrabandeadas que chegam ao país. Foram 45
dias de viagem e o resultado é preocupante.

href=”http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/05/fronteiras-do-brasil-sao-passagens-faceis-para-criminosos-de-dez-paises.html” target=”blank”>Assistir
ao vídeo no site do JN
(link externo)

Nesta segunda-feira (30), começa com a primeira reportagem de uma série sobre
as fronteiras brasileiras. Nove anos atrás, em um trabalho semelhante a este,
mostramos como essas áreas eram vulneráveis ao contrabando, às armas e às
drogas. E como essa fragilidade se ligava diretamente à violência e à
insegurança pública.

A série que você vai acompanhar nesta semana é resultado de uma viagem de 45
dias dos repórteres César Tralli, Robinson Cerântula e Fernando Ferro. O que
eles encontraram é ainda mais preocupante.


Dois carros zero quilômetro e um disfarce quase perfeito: dentro das
carrocerias. São máquinas fotográficas, lentes, baterias, equipamentos
eletrônicos. É um carro zerinho adaptado para o transporte de muamba.


A equipe flagrou também R$ 1 milhão em cigarro paraguaio, contrabandeado de
carreta. E até madeira recheada com 900 quilos de cocaína boliviana.


Apreensões todas feitas em estradas, bem depois que contrabandistas e
traficantes já tinham passado os carregamentos pelas fronteiras brasileiras.


“A estrutura que eles têm é muito grande, então, eles têm batedores,
olheiros, sistema de comunicação. E eles usam todas as formas para passar”,
explicou o delegado Chang Fan, da Polícia Federal do MS.


E não é nem um pouco difícil entrar no Brasil. O posto da Receita Federal
separa o Paraguai de Mundo Novo, no Mato Grosso do Sul. Quem chega do Paraguai,
obrigatoriamente, deveria passar pela fiscalização. Mas existe um atalho, um
jeitinho fácil de fugir do controle da Receita Federal.


Às 9h40 a equipe de reportagem começou a percorrer esse trajeto por uma
estradinha de terra que fica a 200 metros do posto de fiscalização. Só levou 20
minutos para que o atalho fosse percorrido. É só dar uma volta no posto.


Em apenas 15 quilômetros, são cinco passagens clandestinas, as chamadas
cabriteiras. Para piorar, o inspetor-chefe de Mundo Novo disse que, em março,
perdeu o reforço de oito funcionários por corte de despesas. “Não há condições
de fiscalizar todos os veículos. Então, é uma conta simples: mais servidores,
fiscalização mais efetiva”, destacou.


Da fronteira com o Paraguai para a passagem com a Bolívia. Corumbá é uma das
mais perigosas portas de entrada de cocaína e muamba.


O posto da Receita Federal brasileira está bem na divisa, mas é muito fácil
sair da Bolívia e entrar no Brasil sem passar pela fiscalização.


A equipe de reportagem parou em um mercadinho de Porto Quijarro, na Bolívia,
e comprou três quilos de açúcar.


Dobrando uma esquina, fica o atalho para o Brasil. É uma trilha no mato. E
acredite: área do Exército brasileiro. Uma passagem bem curtinha, que não deu
200 metros. Exatamente a 50 metros da fiscalização.


Se fossem três quilos de cocaína, já teriam ingressado em território
brasileiro.


É uma aglomeração de sacoleiros e do atalho sai de tudo, dia e noite. O
fiscal da Receita no local diz que não pode fazer nada: “Não, aqui eu não posso
sair, porque é abandono de posto”, contou.


São apenas 27 postos de fiscalização da Receita Federal para quase 17 mil
quilômetros de fronteira que separam 11 estados brasileiros de 10 países.


E de um extremo ao outro por onde a equipe passou, em 45 dias de viagem, uma
situação se repetiu: salas vazias, sem ninguém. Mesmo uma sala de vigilância, o
prédio estava completamente vazio. Foi o posto de Barra do Quaraí, que separa o
Rio grande do Sul do Uruguai.


O segurança só cuida das instalações. De repente, aparece Alfredo Siqueira,
fiscal da Receita na região faz dez anos. “Sempre foi precária assim a
fiscalização”, disse.


Essa região do Rio Grande Sul é rota de contrabando de agrotóxicos chineses.
Do outro lado, o gerente garante entrega em qualquer lugar do país. “Se comprar
100, 200 quilos, vai passando, de 30 quilos, de 40 quilos, dependendo de como
está o controle. Isso não é nenhum problema”.


“O perigo é o crime ambiental, o perigo à saúde pública. Não tem nenhuma
autorização da Anvisa, nem nada, nem menos do Ministério da Agricultura”,
declarou o fiscal da Receita Federal Udilberto Lobo.


O preço da fronteira aberta entre Tabatinga e a vizinha Letícia, na Colômbia,
é muitas vezes pago com a própria vida. Um pedaço da Amazônia manchado pela
violência dos cartéis de cocaína.


Execuções a tiros, crimes sob encomenda. A maior parte dos assassinatos em
Tabatinga é cometida por matadores de aluguel, que raramente são presos pela
facilidade que eles têm de fugir para a Colômbia.


A polícia deles, pelo menos, marca presença na avenida que liga as cidades.
Do nosso lado, um posto da PM, desativado faz mais de dez anos.


“O crime foi exatamente aqui, nesse local. O rapaz tomou três tiros e morreu
na hora. O assassino saiu correndo e fugiu. Foi embora para Colômbia”, lembrou
um policial.


O pistoleiro a serviço do tráfico foi identificado e perseguido. O policial
estava a apenas três metros do assassino, e não pôde prendê-lo, porque o
colombiano já estava pisando na Colômbia. “Fica uma sensação muito ruim. Tem que
fazer cumprir a lei, e você não pode fazer isso. Uma sensação de impotência”,
contou ele.


A Polícia Federal informou que a fiscalização em Tabatinga nem sempre é feita
na fronteira, mas no aeroporto e no porto fluvial da cidade. E que faz operações
para prender quem foge da fiscalização pelas estradas vicinais.


O Exército declarou que irá reforçar o patrulhamento para impedir a passagem
de pessoas pela trilha em Corumbá.


A Receita Federal afirmou que administra os escassos recursos para atender à
demanda que não para de crescer no controle das fronteiras.


Nesta segunda, em Porto Velho, secretários de Segurança da Região Norte se
reuniram com integrantes das Forças Armadas para propor melhorias no controle
das fronteiras da região.

No dia mundial sem tabaco, em MS o alerta é contra o cigarro ilegal

De cada três cigarros consumidos no Brasil, um é contrabandeado.
Além de não pagar impostos, cigarro ilegal coloca em risco à saúde do fumante.

Da TV Morena

No dia mundial sem tabaco a preocupação em Ponta Porã, cidade brasileira que fica ao lado de Pedro Juan Caballero, Paraguai, é com o grande consumo de cigarros contrabandeados.

Assistir ao vídeo no site do G1 (link externo)

Pelas ruas de Pedro Juan Caballero, cigarros são vendidos nas ruas sem nenhuma fiscalização. O problema é que boa parte acaba cruzando a fronteira e consumida no lado brasileiro.

A facilidade em atravessar a fronteira é tanta que este ano já foram apreendidos mais de quatro milhões de reais em cigarros trazidos do país vizinho. Um número três vezes maior em relações ao volume apreendido em 2010. No pátio da receita federal, falta espaço para tanto cigarro.

Segundo a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), no Paraguai funcionam cerca de cinquenta fábricas de cigarros. Boa parte da produção é enviada ao Brasil clandestinamente.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Ética Concorrêncial (Etco), trinta por cento dos cigarros consumidos no Brasil são contrabandeados do Paraguai. Um problema que acaba refletindo, também, nas finanças públicas. O governo brasileiro deixa de arrecadar R$ 1,4 bilhão por ano em impostos.

Saúde em risco

Os problemas gerados pela concorrência ilegal vão além da questão tributária. O cigarro se tornou também um problema de saúde pública em Ponta Porã. No Centro de Apoio Psicossocial (Caps) da cidade, mais de setecentos dependentes fazem tratamento para deixar o vício.

O consumo de cigarro – que já não é recomendado pelos médicos – pode provocar danos ainda maiores à saúde se o produto for de origem desconhecida e fabricado sem fiscalização. É o que revela um estudo realizado pela Associação Brasileira de Combate à Falsificação que detectou a presença de vários elementos estranhos em amostras de cigarros contrabandeados.

Foram encontrados capim, limalha de ferro, grãos de areia, pedaços de barbante, asas de inseto, fios de cabelo, fumo verde ou mofado, teores de nicotina e alcatrão acima dos permitidos e até inseticidas proibidos.

PF de Cascavel intercepta comboio de cigarros

Fonte: O Estado do Paraná – Curitiba/PR – 23/12/2010

Em uma nova ação de repressão ao contrabando de cigarros em sua área de atuação, policiais federais da delegacia de Cascavel interceptaram na noite de ontem na entrada da cidade de Vera Cruz do Oeste um comboio formado por quatro veículos, completamente carregados com cigarro de origem paraguaia, totalizando aproximadamente 160 caixas.

Foram presos quatro homens, todos residentes em Foz do Iguaçu, cada um deles dirigindo um dos automóveis apreendidos: dois Fiat Doblô, um palio weekend e um vectra.Os detidos: V.S, 36, M.O.F.H, 19, H.F.S.S, 18 e M.R, 33, afirmaram que iniciaram a viagem em comboio na cidade de Foz e levariam as cargas de cigarro até Faxinal.

Depois de lavrado o flagrante por contrabando, os presos foram encaminhados para a cadeia pública de Matelândia e os veículos para o depósito da Receita Federal na cidade de Cascavel.

Rio perde R$ 20 bilhões por ano em arrecadação com pirataria

Fonte: O Globo Online – Rio de Janeiro/RJ – 17/12/2010

RIO – O Disque Antipirataria, serviço criado pela Assembleia Legislativa do estado (Alerj) para receber denúncias e reclamações sobre a comercialização de produtos piratas no Rio de Janeiro recebeu, durante o ano, o total de 478 denúncias. Os produtos irregularares mais citados pelos denunciantes foram CDs, DVDs, artigos esportivos e medicamentos.

Segundo o presidente da Comissão Antipirataria da Alerj, deputado Dionísio Lins, o Estado do Rio de Janeiro perde hoje cerca de R$ 20 bilhões em arrecadação por ano com a informalidade, deixando de gerar aproximadamente 18 mil novos empregos.

Para tentar conscientizar e orientar os consumidores na hora da compra, além de mostrar que a aquisição de produtos falsificados é considerada crime, a Comissão Antipirataria da Alerj realizou durante o ano cerca de 120 campanhas educativas com a distribuição da cartilha Olho Vivo – Diga Não à Pirataria em diversos bairros da cidade. Técnicos da comissão também estiveram em escolas públicas e particulares, com a finalidade de preparar os jovens consumidores e incentivar debates sobre o assunto.

– O número de produtos piratas comercializados na cidade do Rio vem aumentando. São brinquedos, roupas, produtos eletrônicos, lâmpadas e tênis vendidos sem nenhum tipo de certificação, o que prejudica o comércio legalizado – ressalta Dionísio Lins.

Dicas para a hora das compras

Segundo a Comissão Antipirataria, o consumidor deve prestar atenção às seguintes dicas para evitar a compra de produtos falsificados.

No caso dos brinquedos, é primordial que os responsáveis prestem atenção a detalhes, como a impressão na embalagem da idade da criança a que o produto se destina, as instruções de montagem e o selo do Inmetro. Se o brinquedo for importado, é necessário que as informações do produto estejam em português.

Ao comprar roupas, o consumidor precisa observar se as peças trazem impressas a composição têxtil e o modo de lavagem, evitando prejuízos futuros.

O Disque Antipirataria funciona de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h, e atende pelo número 0800.282.6582.

 

Remédios fora da lei

Fonte: Jornal de Londrina – Londrina/PR – 09/12/2010

Uma operação conjunta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Vigilância Sanitária Municipal e Polícia Federal resultou na prisão de dois donos de farmácia, detidos em flagrante ontem e na última segunda-feira por comercializarem medicamentos falsificados e contrabandeados. A fiscalização termina amanhã e, até ontem, dez estabelecimentos – a maioria no centro da cidade – já haviam sido interditados.

Segundo a Anvisa, a operação foi motivada pelo grande número de reclamações recebidas pelo órgão federal. “Também encontramos estabelecimentos que não tinham a licença sanitária e a licença para funcionar; ou seja, estavam atuando na ilegalidade”, declarou a coordenadora da ação, Lorilei de Fátima Wzorek, especialista da área de inteligência da Anvisa.

Ontem, o proprietário da Farmácia Central, localizada na Rua Souza Naves, próximo da Concha Acústica, na área central, foi preso. Na terça, o dono de outro estabelecimento foi preso. A Anvisa afirmou ao JL que não divulgará o nome dos presos.

No total da operação, foram apreendidos mais de 100 mil comprimidos que estavam sendo vendidos de forma irregular. Nas visitas às farmácias ontem, os fiscais encontraram cem comprimidos do estimulante sexual Pramil e 35 caixas de Viagra falso.

Entre os crimes praticados pelos comerciantes, estão contrabando, tráfico de drogas de medicamentos (já que os envolvidos vendiam remédios controlados) e comercialização de produtos fora do prazo de validade.

“Os medicamentos falsos são produzidos no leste asiático e entram no Brasil pelas fronteiras secas. Não encontramos nenhuma fábrica desse tipo no País. E os medicamentos falsificados, na maioria, são do tipo para emagrecimento, para disfunção erétil e usados com anabolizantes”, comentou a coordenadora da operação.

O Conselho Regional de Farmácia (CRF) informou ao JL que os farmacêuticos envolvidos nas irregularidades apuradas pela Anvisa, Vigilância Sanitária e Polícia Federal, poderão ser punidos. “Dependendo do que for provado, o farmacêutico poderá ser punido – de uma advertência a suspensão de 3 meses a um ano. E até, ser for um caso grave e de reincidência, poderá perder o diploma”, afirmou o vice-presidente do CRF, Dênis Armando Bertolini. A Polícia Federal acompanha a fiscalização com dois policiais para cada uma das quatro equipes que estão na ação em Londrina.

Dicas

Lorilei de Fátima Wzorek, especialista da Anvisa, dá algumas dicas para as pessoas evitarem comprar medicamentos falsificados.

A primeira é não comprar medicamentos com a embalagem aberta, pois é comum a tentativa de vender remédio falso junto com os regulamentados.

Outra dica é não comprar remédios que tenham descrições nas caixas em língua estrangeira. A especialista da Avisa lembra ainda que o cliente deve ficar atento aos estabelecimentos que não deixarem à vista os alvarás de funcionamento e de vigilância sanitária.

Denúncias de irregularidades podem ser feitas pelo telefone 0800 642 9782 ou pelo site da Anvisa (www.anvisa.gov.br). Não é necessário se identificar. (Com informações de Daniel Costa)

 

Laboratórios vão à Justiça contra selo

Fonte: Valor Econômico – São Paulo/SP – 25/11/2010

As indústrias farmacêuticas vão entrar na Justiça nos próximos dias contra a decisão da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) que obriga o uso de um selo de segurança nas embalagens de medicamentos. “Nossos advogados estão definindo qual a melhor estratégia judicial. Pretendemos entrar com ação na primeira semana de dezembro”, disse ao Valor Nelson Mussolini, vice-presidente executivo do Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo).

A obrigatoriedade desse selo onera em R$ 400 milhões por ano o setor e o gasto vai para a conta do consumidor, de acordo com Mussolini. “A margem de descontos dos medicamentos nas redes de varejo será bem menor e o SUS [Sistema Único de Saúde] pagará mais caro”, argumentou. A estimativa é de que os preços dos medicamentos subam entre 6% e 10%, em média.

Na segunda-feira, os advogados consultados pelas indústrias farmacêuticas darão o parecer do melhor caminho judicial a ser adotado pelo setor.

Os laboratórios instalados no país comercializam cerca de 4 bilhões de embalagens de remédios por ano. A Anvisa publicou, no início de novembro, a Instrução Normativa nº 11, que formaliza a adoção da etiqueta auto-adesiva de segurança nas caixinhas de remédio. Os laboratórios terão de fazer a implementação da nova exigência durante 2011, uma vez que a obrigatoriedade passa a valer a partir de 2012.

O selo de segurança será distribuído pela Casa da Moeda do Brasil, que tem um fornecedor exclusivo – a francesa Arjo Wiggins, companhia que possui uma fábrica de papel-moeda em Salto (SP). O objetivo da Anvisa é combater o contrabando e a falsificação de medicamentos no país. Esse selo funcionará nos mesmos moldes do usado em maços de cigarro.

As farmacêuticas argumentam que essa medida não coibe a pirataria e ainda deverá afetar o bolso do consumidor. “Essas discussões ocorrem desde 2006 e passamos os últimos meses apontando alternativas para reforçar a rastreabilidade”, afirmou Mussolini. O SUS compra os medicamentos por cerca de R$ 0,30, em média, a embalagem. O custo de cada etiqueta está estimado em cerca de R$ 0,10, elevando em mais de 30% seus custos com as aquisições.

Uma das sugestões apresentadas pelo setor foi o uso do código de barras 2D (Datamatrix), impresso na embalagem, para fazer esse rastreamento. Mussolini disse que esse sistema tem a mesma eficiência do selo e tem um custo dez vezes menor que os R$ 400 milhões por ano que a Anvisa está impondo por meio do selo auto-adesivo. “Discutimos a eficiência desse sistema, que é usado em medicamentos no mercado internacional, no ano passado junto com a própria Anvisa.”

Ao Valor, Pedro Ivo Sebba Ramalho, adjunto do diretor-presidente da Anvisa, disse que já esperava uma reação das indústrias. Ramalho rebateu o setor, informando que o selo auto-adesivo associa as duas tecnologias – autenticidade e rastreabilidade – e, por isso, é mais eficaz. “Nunca deixamos de ouvir as indústrias e fizemos várias consultas públicas.”

Segundo Ramalho, a Anvisa discutiu em contrato com a Casa da Moeda os custos da implementação do selo – R$ 0,07 sem impostos, uma média de R$ 0,10, incluindo as taxas -, e o índice de reajuste de preços anual pelo IPCA. A garantia de fornecimento do produto também foi discutida, uma vez que as indústrias apontam esse fator como um risco.

A partir da data da publicação da IN, no dia 3 de novembro, as farmacêuticas têm dois meses para fazer seu cadastramento junto à Casa da Moeda, outros seis meses para etiquetar os medicamentos e mais seis meses para que os remédios estejam de acordo com as exigências da Anvisa. As penalidades vão desde advertência a multas, que variam de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão por infração, além do fechamento do estabelecimento.

Dados da Anvisa mostram que as apreensões de medicamentos falsificados e contrabandeados subiram de 620 unidades em 2007 para 53.535 mil, no ano passado. Até setembro deste ano foram 53.575 mil unidades. Já as apreensões de remédios controlados subiram de 61.495 mil unidades em 2009 para 155.817 mil, de janeiro a setembro deste ano.

 

Ofensiva contra contrabando de cigarros

Fonte: Zero Hora – Porto Alegre/RS – 11/11/2010

Uma operação conjunta da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Receita Federal e Brigada Militar desarticulou, ontem, quadrilhas envolvidas com o contrabando de cigarros no Estado. A ofensiva prendeu 33 pessoas (sete em flagrante) em 13 municípios gaúchos, a maioria na Região Noroeste, e também em Cascavel, no Paraná.

Mais de 300 funcionários públicos e 119 viaturas participaram da ação. A investigação resultou em mais de 400 mil maços de cigarros foram apreendidos, além de sete armas de fogo e 47 veículos.